Doenças Ocupacionais 2025: o que é e quais são elas
Em 2025, a saúde no trabalho recebe um importante marco com a atualização da lista de doenças ocupacionais. O Ministério da Saúde ampliou a quantidade de patologias reconhecidas como resultado de condições laborais, abrangendo um total de 347 doenças.
O reconhecimento de doenças como a síndrome de burnout e os transtornos mentais reflete as novas realidades do ambiente de trabalho. Além disso, a Covid-19 foi oficialmente incorporada à lista, reconhecendo os riscos específicos para certos profissionais.
Esta atualização tem implicações importantes, não apenas na questão da saúde, mas também nos direitos trabalhistas, já que os empregados afetados podem buscar compensação e apoio.

Índice – Doenças Ocupacionais 2025
- O que são doenças ocupacionais?
- Tudo sobre a atualização da Lista de Doenças Ocupacionais
- Lista de Doenças Ocupacionais: como funciona?
- Novas doenças incluídas na lista do Governo
- Atendimento a doenças ocupacionais no SUS
- Como prevenir doenças ocupacionais no trabalho?
- Consequências das Doenças Ocupacionais no Brasil
- Quais os direitos dos trabalhadores com doenças ocupacionais?
- Lista completa e atualizada de doenças ocupacionais
- Como notificar e acompanhar doenças ocupacionais?
- Centros de Referência em Saúde do Trabalhador no Brasil
O que são doenças ocupacionais?
As doenças ocupacionais são aquelas que surgem ou se agravam devido ao trabalho desempenhado pelo indivíduo. Elas podem ser causadas pela exposição a fatores físicos, químicos, biológicos, ergonômicos ou psicossociais presentes no ambiente de trabalho.
Essas patologias podem se manifestar de maneira gradual e, em muitos casos, são consequência de anos de exposição a condições inadequadas ou perigosas. As doenças ocupacionais são reconhecidas pela legislação trabalhista brasileira, garantindo que os trabalhadores afetados recebam compensação e apoio durante o processo de recuperação.
Entre as principais causas estão os movimentos repetitivos, o uso inadequado de equipamentos, a exposição a substâncias tóxicas, o estresse constante, entre outros. Cada tipo de doença exige uma abordagem específica para diagnóstico e tratamento.
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Tudo sobre a atualização da Lista de Doenças Ocupacionais
Após 24 anos sem revisões, o governo brasileiro atualizou a Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (LDRT). A nova versão inclui 165 novas patologias, ampliando o número de doenças de 182 para 347. A atualização reflete as transformações nas condições de trabalho e os riscos que surgiram com o tempo.
A inclusão de doenças como a Covid-19, doenças mentais como burnout, e novos tipos de cânceres relacionados ao ambiente de trabalho são alguns dos destaques. Essa mudança visa aumentar a proteção dos trabalhadores e garantir que mais doenças, até então não reconhecidas, sejam tratadas com a devida atenção.
A atualização também seguiu critérios científicos, considerando as novas condições de trabalho e as evidências médicas mais recentes. A ampliação da lista facilita o diagnóstico e o tratamento precoce das condições relacionadas ao trabalho.
Lista de Doenças Ocupacionais: como funciona?
A Lista de Doenças Ocupacionais é dividida em três grupos, de acordo com o risco e a relação direta com o ambiente de trabalho:
- Grupo I: Doenças com causa necessária diretamente ligada ao trabalho.
- Grupo II: Patologias com fator contributivo ocupacional.
- Grupo III: Enfermidades que podem ser desencadeadas ou agravadas por condições laborais.
Essa categorização permite uma abordagem mais precisa e um acompanhamento mais eficiente dos trabalhadores afetados. A estrutura visa facilitar o reconhecimento de doenças e garantir um tratamento adequado, baseado na especificidade do risco ocupacional.
Novas doenças incluídas na lista do Governo
A nova versão da lista trouxe importantes mudanças, incluindo a incorporação de doenças que se tornaram mais prevalentes nos últimos anos. Entre as principais adições estão:
- Covid-19 como doença ocupacional, especialmente para trabalhadores da saúde e outros setores de risco.
- Síndrome de Burnout, transtornos de ansiedade e depressão causados por condições laborais estressantes.
- Distúrbios musculoesqueléticos, como LER/DORT, que são causados por esforços repetitivos e postura inadequada.
- Novos tipos de cânceres, especialmente relacionados à exposição a substâncias como amianto e outros produtos tóxicos.
Essas inclusões são um reflexo das mudanças no mercado de trabalho, que hoje lida com novos desafios, como a pandemia e o aumento de doenças mentais causadas por ambientes de trabalho tóxicos.
Atendimento a doenças ocupacionais no SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) é fundamental para o diagnóstico e acompanhamento de doenças ocupacionais no Brasil. Desde 2007, quase 3 milhões de casos foram registrados, com destaque para acidentes de trabalho graves e exposição a materiais biológicos. Além disso, o SUS desempenha um papel crucial no tratamento de doenças como LER/DORT e asma ocupacional.
A notificação dessas doenças no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) é essencial para a análise epidemiológica e para a implementação de políticas públicas de saúde ocupacional. Com mais de 390 mil casos notificados somente no último ano, o SUS continua sendo uma peça-chave no combate às doenças relacionadas ao trabalho.
Como prevenir doenças ocupacionais no trabalho?
A prevenção é a melhor forma de combater as doenças ocupacionais. Para isso, as empresas devem adotar diversas estratégias, como:
- Implementação de programas de ergonomia.
- Fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados.
- Realização de treinamentos periódicos sobre saúde ocupacional.
- Adaptação de postos de trabalho, garantindo que atendam às necessidades físicas dos trabalhadores.
A prevenção também envolve a conscientização dos trabalhadores sobre os riscos à saúde e a importância de um ambiente de trabalho seguro. Isso inclui práticas como pausas regulares e exercícios de alongamento para evitar doenças relacionadas a esforços repetitivos.
Consequências das Doenças Ocupacionais no Brasil
As doenças ocupacionais têm um grande impacto no Brasil, afetando não apenas a saúde dos trabalhadores, mas também a economia do país. Com milhares de casos notificados todos os anos, as doenças ocupacionais resultam em afastamentos e perda de produtividade.
A OIT (Organização Internacional do Trabalho) estima que, globalmente, as doenças ocupacionais sejam responsáveis por cerca de 19% de todas as mortes relacionadas ao trabalho. Isso representa um alto custo social e econômico, tanto para os trabalhadores quanto para as empresas.
Além disso, a legislação prevê que os trabalhadores que sofrem de doenças ocupacionais têm direito a compensações, como auxílio-doença e estabilidade no emprego. A manutenção de um ambiente de trabalho seguro e saudável é, portanto, essencial para garantir a saúde dos trabalhadores e a sustentabilidade das empresas.
Quais os direitos dos trabalhadores com doenças ocupacionais?
Os trabalhadores que são diagnosticados com doenças ocupacionais têm direito a vários benefícios legais, incluindo:
- Auxílio-doença acidentário, que é pago pelo INSS após o afastamento superior a 15 dias.
- Estabilidade no emprego por até 12 meses após a recuperação, garantindo que o trabalhador não seja demitido sem justa causa durante esse período.
- Indenizações por danos materiais, morais e estéticos, caso a doença tenha causado prejuízos significativos à saúde do trabalhador.
Esses direitos visam proteger os trabalhadores afetados, garantindo que eles recebam a assistência necessária durante o processo de recuperação e reintegração ao mercado de trabalho.
Lista completa e atualizada de doenças ocupacionais
As doenças estão divididas de acordo com a sua categoria, abrangendo as diversas condições de saúde que podem ser causadas ou agravadas pelas condições de trabalho.
Doenças infecciosas e parasitárias:
- Amebíase
- Tuberculose respiratória (com confirmação bacteriológica e histológica)
- Tuberculose das vias respiratórias (sem confirmação bacteriológica ou histológica)
- Tuberculose do sistema nervoso
- Tuberculose de outros órgãos
- Tuberculose miliar
- Tularemia
- Carbúnculo
- Brucelose
- Mormo
- Erisipelóide
- Leptospirose
- Tétano (outros tipos)
- Infecção meningocócica
- Outras septicemias estreptocócicas
- Sífilis não-venérea
- Doença de Lyme
- Infecções causadas por Clamídia psittaci (Febre dos papagaios)
- Tracoma
- Febre maculosa
- Febre Q
- Outras rickettsioses
- Poliomielite aguda
- Raiva
- Dengue
- Febre de Chikungunya
- Febres virais transmitidas por artrópodes (como a febre de Mayaro)
- Hepatite viral aguda (tipos A, B, C, D, E)
- Doenças transmitidas por vírus do herpes, como herpes simples e varicela
- Sarampo
- Rubéola
- Hepatite viral crônica
- Doença pelo HIV (sistemas imunitário e endócrino afetados)
Neoplasias (Tumores):
- Neoplasia maligna do lábio
- Neoplasia maligna do estômago
- Neoplasia maligna do fígado e das vias biliares intra-hepáticas
- Neoplasia maligna dos pulmões e brônquios
- Sarcoma de Kaposi
- Neoplasia maligna da pele
- Melanoma maligno
- Leucemia linfoide
- Linfoma não-Hodgkin (tipos folicular e difuso)
Doenças do Sistema Nervoso:
- Meningite estreptocócica
- Parkinsonismo secundário devido a agentes externos
- Epilepsia e síndromes epilépticas sintomáticas
- Síndrome do túnel do carpo
- Lesões dos nervos cranianos
- Polineuropatia causada por outros agentes tóxicos
Doenças do Sistema Respiratório:
- Asma ocupacional
- Pneumoconiose (sílica, asbesto, carvão)
- Bagaçose (pulmão de fazendeiro)
- Pulmão dos criadores de pássaros
- Doenças pulmonares devido a radiação e poeiras
Doenças do Sistema Circulatório:
- Hipertensão essencial
- Angina Pectoris
- Infarto Agudo do Miocárdio
- Aterosclerose cerebral
Doenças do Sistema Musculoesquelético:
- LER/DORT (Lesões por Esforço Repetitivo / Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho)
- Tendinites
- Bursites
- Fraturas de fadiga
Doenças do Sistema Digestivo:
- Erosão dentária
- Gengivite crônica
- Úlcera péptica
- Doença hepática tóxica
Doenças da Pele e do Tecido Subcutâneo:
- Dermatite alérgica de contato (causada por produtos químicos)
- Dermatite de contato por irritantes (solventes, detergentes)
- Urticária de contato
- Vitiligo
- Acne
- Queimaduras solares
- Radiodermatite
Doenças Endócrinas e Metabólicas:
- Hipotireoidismo
- Diabetes mellitus tipo 2
- Obesidade
- Hipoglicemia induzida por trabalho
Transtornos Mentais e Comportamentais:
- Síndrome de Burnout
- Depressão ocupacional
- Transtornos de ansiedade
- Insônia relacionada ao trabalho
Doenças do Olho e Anexos:
- Conjuntivite
- Catarata ocupacional
- Transtornos da acomodação visual
- Lesões no olho devido a radiação ou produtos químicos
Doenças do Sistema Geniturinário:
- Nefropatia induzida por metais pesados
- Insuficiência renal crônica
- Infertilidade masculina relacionada ao trabalho
Doenças do Sistema Auditivo:
Labirintite ocupacional
Surdez ocupacional (PAIR)
Otite media
Como notificar e acompanhar doenças ocupacionais?
A notificação de doenças ocupacionais é feita através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A comunicação rápida e precisa permite que as autoridades de saúde pública monitorem os casos e desenvolvam políticas preventivas mais eficazes.
Centros de Referência em Saúde do Trabalhador no Brasil
Os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) são unidades especializadas que atendem trabalhadores com doenças ocupacionais. A quantidade de CEREST aumentou significativamente nos últimos anos, ampliando o acesso ao atendimento especializado em todo o Brasil. Estes centros desempenham um papel fundamental na vigilância e no cuidado da saúde dos trabalhadores.
Com as mudanças na lista de doenças ocupacionais, o Brasil dá um passo importante para proteger a saúde dos trabalhadores e garantir melhores condições de trabalho em diversas áreas. A atualização das normas visa prevenir doenças e oferecer os cuidados necessários para aqueles que já foram afetados.