Petrobras usa tecnologia do Pré-Sal para aumentar extração em 200 milhões de barris

Um dos mais importantes e antigos campos de petróleo do Brasil está vivendo uma verdadeira transformação. O cluster de Marlim, um gigante do pós-sal, é o foco de um colossal projeto de revitalização dos ativos maduros em águas profundas. A Petrobras, sempre na vanguarda, está utilizando tecnologia de ponta, atualizada pelo aprendizado do pré-sal, para dar uma nova vida a este icônico campo na Bacia de Campos.

Os resultados já são animadores. Com a chegada de duas novas plataformas, a produção foi retomada com força total, permitindo a extração de centenas de milhões de barris que antes pareciam inviáveis. O projeto, que se estende até 2030, é um exemplo de sucesso em gestão de ativos e promete redefinir o futuro da produção de petróleo no Brasil.

As novas máquinas em Marlim: plataformas Anna Nery e Anita Garibaldi

O coração da revitalização de Marlim gira em torno de duas novas plataformas flutuantes, conhecidas como FPSOs. A FPSO Anna Nery começou as operações em maio de 2023, e logo foi seguida pela FPSO Anita Garibaldi, que iniciou a produção em agosto do mesmo ano. Juntas, essas plataformas possuem uma capacidade impressionante de produção de 150 mil barris de petróleo por dia.

A Petrobras optou por substituir nove plataformas mais antigas e ineficientes por essas duas unidades ultra modernas. Esse movimento não só agiliza a produção, mas também traz resultados expressivos. Em reconhecimento ao sucesso, o projeto recebeu, em maio de 2024, o Distinguished Achievement Award, um prêmio importante na indústria de petróleo offshore, durante uma conferência em Houston, nos EUA.

O que a revitalização deste campo da Bacia de Campos já entregou?

Os resultados da primeira fase da revitalização de Marlim são de grande escala. O projeto conseguiu estender a vida útil dos campos de Marlim e Voador, que estavam prestes a serem desativados, por mais 23 anos, ou seja, assegurando operação contínua até 2048.

Com essa modernização, estima-se que as novas plataformas vão possibilitar a produção de 860 milhões de barris de óleo equivalente, que, de outro modo, ficariam inexplorados. Além disso, o projeto traz uma vantagem ambiental significativa, com uma redução projetada de 55% nas emissões de gases de efeito estufa em comparação com o sistema antigo.

O projeto do FPSO P-86

O sucesso da primeira fase fez a Petrobras mirar o próximo desafio: revitalizar os campos de Marlim Sul e Marlim Leste. Esta nova etapa, chamada de Fase 2, incluirá a instalação de uma nova plataforma, a FPSO P-86. O edital para a contratação da nova unidade foi lançado no final de 2024, com a expectativa de que a P-86 comece a produzir em 2030. Embora os números ainda não tenham sido divulgados, acredita-se que essa plataforma será responsável pela extração de mais centenas de milhões de barris de petróleo.

O segredo da ressurreição

O segredo por trás do sucesso desse projeto é a transferência de conhecimento. A Petrobras está aplicando as mesmas técnicas e tecnologias que a tornaram referência mundial no pré-sal. Entre as inovações, estão a sísmica 4D, que ajuda a observar como o óleo se comporta no reservatório, e os poços com completação inteligente, que podem ser controlados à distância, diretamente do continente.

Essa revolução não seria possível sem um investimento robusto. A Petrobras planeja alocar entre US$ 22 e US$ 23 bilhões na Bacia de Campos até 2029, provando que, com a tecnologia certa, até os campos mais antigos podem ter um futuro repleto de produtividade e esperança.