Wells Fargo apresenta lucros superiores ao esperado, mas revê previsão para receita de juros
Wells Fargo, um dos maiores bancos dos Estados Unidos, divulgou seus resultados do segundo trimestre e superou as estimativas de lucro. No entanto, a instituição também anunciou uma redução em sua projeção de receita de juros para 2025, o que provocou uma queda de 2% nas ações do banco nas negociações pré-mercado.
Os resultados mostraram um lucro líquido de US$ 5,49 bilhões, o que equivale a US$ 1,60 por ação, subindo em relação aos US$ 4,91 bilhões ou US$ 1,33 por ação registrados no mesmo período do ano passado. Excluindo despesas extraordinárias, os ganhos chegaram a US$ 1,54 por ação, superando as expectativas do mercado, que eram de US$ 1,41.
No entanto, a Wells Fargo ajustou sua previsão de receita líquida de juros, que é a diferença entre o que ganha com empréstimos e o que paga em depósitos. A nova estimativa aponta para um valor próximo ao de 2024, que foi de US$ 47,7 bilhões. Em abril, a empresa havia estimado um crescimento modesto de 1% a 3% para o ano de 2025.
O motivo para essa revisão foi a diminuição da receita de juros proveniente do setor de mercado. Analistas e investidores expressaram dúvidas sobre a capacidade do banco de atingir suas metas de receita de juros, especialmente após um início lento em 2025. Charlie Scharf, CEO da empresa, ressaltou que, apesar dos riscos, a atividade econômica se manteve estável e a performance de crédito do banco continua forte, refletindo a boa situação financeira de seus clientes comercial e consumidor.
Embora a perspectiva de receita líquida de juros tenha sido reduzida, os analistas preveem que esse impacto será compensado pelo aumento na receita não relacionada a juros. Conforme Stephen Biggar, diretor de pesquisa de serviços financeiros da Argus Research, espera-se que as receitas totais de 2025 permaneçam próximas ao consenso atual do mercado.
Além disso, o provisão para perdas de crédito caiu para US$ 1,01 bilhão no trimestre, comparado a US$ 1,24 bilhão no ano anterior, contribuindo para o crescimento do lucro.
No cenário geral, um avanço importante para o Wells Fargo ocorreu no mês passado, quando o Federal Reserve retirou o teto de ativos de US$ 1,95 trilhões que limitava seu crescimento por sete anos. Com essa restrição eliminada, o banco poderá buscar novas oportunidades de expansão. Após enfrentar diversas questões regulatórias, a Wells Fargo agora visa aumentar sua participação em serviços bancários, corporativos e de investimento.
Scharf destacou que essa nova fase permitirá ao banco crescer de maneira mais agressiva. Neste ano, a Wells Fargo já resolveu sete ordens de consentimento regulatórias e um total de 13 desde 2019. No entanto, ainda resta uma penalidade de 2018 que a empresa precisa resolver.
Por fim, a força de trabalho da instituição caiu para 212.804 funcionários em 30 de junho, em comparação com 215.367 em março, marcando uma queda que se repete a cada trimestre desde o final de 2020.