Pesquisa do Google revela queda do uso de dinheiro no Brasil

Nos últimos anos, a utilização de dinheiro físico como forma de pagamento tem diminuído de forma significativa. Atualmente, vivemos uma “Era Cashless”, onde as transações eletrônicas se tornaram a principal forma de movimentação financeira. Essa mudança foi apontada pela pesquisa “Pagamentos em Transformação: Do Dinheiro ao Código”, realizada pelo Google.

Um dos fatores que contribuíram para a redução do uso de dinheiro em espécie é o aumento da bancarização da população. Esse movimento começou em 2011, com a abertura do mercado de pagamentos, que anteriormente era controlado apenas por Visa e Mastercard. No Brasil, a adoção de métodos de pagamento digitais foi acelerada pelo surgimento do Pix e pelo auxílio emergencial durante a pandemia, levando muitos a abrirem contas bancárias.

A pesquisa revelou que o uso de dinheiro em espécie caiu drasticamente, de 43% em 2019 para apenas 6% em 2024. Enquanto em 2019 o dinheiro era o meio de pagamento mais comum, atualmente, o Pix ocupa essa posição, representando 47% do volume total de transações financeiras no Brasil até o final de 2024. De acordo com os dados, 93% da população adulta já utilizou o Pix, e 62% das pessoas o utilizam como meio de pagamento mais frequente.

Os principais motivos citados pelos entrevistados para a preferência pelo Pix incluem segurança (41%), facilidade (37%), isenção de taxas (36%) e a possibilidade de obter descontos em compras (33%). Em relação às suas diversas modalidades, 76% dos usuários já utilizaram o Pix para transferências, 75% para pagamentos por QR Code e 37% para pagamentos por aproximação. Além disso, 22% afirmaram já ter utilizado o Pix de forma parcelada, uma nova funcionalidade que será oficialmente lançada pelo Banco Central em setembro, e que já está disponível em algumas instituições. Essa modalidade se mostra interessante, principalmente como uma alternativa de microcrédito para quem não tem acesso ao crédito tradicional.

Ainda que o Pix tenha crescido muito, 58% dos entrevistados relataram que o uso de cartões de crédito aumentou nos últimos cinco anos. O cartão continua a ser o segundo meio de pagamento mais utilizado, atrás do Pix. O levantamento apontou que, atualmente, 62% das pessoas têm pelo menos um cartão de crédito, e este percentual sobe para 79% entre os consumidores da classe A.

Os entrevistados mencionaram os benefícios do cartão, como acesso a salas VIP em aeroportos e aumento de limite, especialmente entre as classes C e D. A facilidade de uso do cartão também foi citada, sendo uma razão comum entre os jovens de 18 a 24 anos. Apesar disso, o Pix foi considerado superior em segurança, praticidade, rapidez e aceitação.

Em compras online, o cartão de crédito é preferido para transações de maior valor, como passagens aéreas e eletrônicos, enquanto o Pix é mais utilizado para assinaturas, compras diárias, transferências entre amigos e pagamentos em lojas. Nas compras físicas, cartões predominam em lojas de roupas e eletrônicos, enquanto o Pix é mais comum nas transações do dia a dia, como pagamentos de contas.

Profissionais da área destacam a complementaridade entre os diferentes meios de pagamento, ressaltando que o Pix pode ser mais prático em certas situações. Além disso, as empresas têm buscado soluções financeiras integradas, e a pesquisa mostrou que 80% dos pequenos negócios valorizam a oferta de serviços adicionais, como conta corrente e seguros, ao optar por uma maquininha de cartão.

Entretanto, apesar de 93% dos entrevistados considerarem seguros importantes, a adoção desses serviços ainda é baixa, com apenas 22% afirmando usar seguros e 20% programas de fidelidade. A pesquisa também apontou que a maioria das empresas possui imiginações em relação às maquininhas: em média, cada negócio tem duas e conhece pelo menos sete marcas diferentes. Os dados mostram que 70% ainda utilizam modelos tradicionais, enquanto 44% aceitam pagamentos por QR Code.

Por fim, a adoção de novas tecnologias, como o “tap on phone”, que transforma smartphones em maquininhas de pagamento, cresce, mas ainda enfrenta barreiras, como a falta de conhecimento e receios relacionados ao uso do aparelho. Mesmo assim, 73% das empresas afirmam estar cientes dessa funcionalidade, e a facilidade, mobilidade e agilidade foram apontadas como os principais atrativos para sua utilização.