Motor do F-22 Raptor tem 35.000 lbf e tubeiras vetoriais
Invisibilidade para radares e uma agilidade quase surreal. Essas são as características que marcam o Lockheed Martin F-22 Raptor. No coração dessa supermanobrabilidade, capaz de desafiar a gravidade, está uma tecnologia de ponta: o motor Pratt & Whitney F119.
Esse motor não apenas produz uma potência impressionante, mas conta com tubeiras de empuxo vetorial. Em vez de simplesmente empurrar o avião para frente, essas tubeiras conseguem direcionar o jato de exaustão para cima ou para baixo, possibilitando ao Raptor realizar manobras em ângulos extremos, mudando as regras do jogo em um combate aéreo.
A origem do poder: o desenvolvimento do Pratt & Whitney F119
A história do motor F119 começou nos anos 80, quando a Força Aérea dos EUA lançou o programa JAFE, buscando criar um motor para seu futuro Caça Tático Avançado. A Pratt & Whitney se apresentou com o protótipo YF119, competindo com o YF120 da General Electric.
Em 23 de abril de 1991, a decisão final foi tomada: a Força Aérea escolheu o YF119 da Pratt & Whitney. O motivo? Embora o motor da GE fosse mais complicado em termos tecnológicos, o F119 mostrou-se mais confiável e maduro nos testes. Além disso, com 40% menos peças que versões anteriores, sua manutenção é bem mais simples.
A quarta superfície de controle: como as tubeiras direcionam o fogo
O verdadeiro trunfo do motor F-22 está nas tubeiras. Diferente das convencionais, que são fixas, as do F119 são móveis e bidimensionais. Elas podem se inclinar até 20 graus para cima ou para baixo. Essa capacidade funciona como uma “quarta superfície de controle”, juntando-se às asas e lemes tradicionais.
O mais interessante? O piloto não precisa fazer ajustes manuais nas tubeiras. Ele simplesmente controla o avião com o manche, enquanto um computador de voo gerencia todos os movimentos, garantindo que cada manobra seja executada com precisão.
Voando acima de Mach 1.5 sem pós-combustor
Uma das inovações que o motor F119 traz é a capacidade de “supercruise”. Isso significa que o F-22 consegue voar em velocidade supersônica (acima de Mach 1.5) sem acionar os pós-combustores, que consomem muito combustível.
Essa vantagem é tática: o F-22 pode chegar rapidamente à área de combate e manter a velocidade por mais tempo. E ao lançar um míssil durante o supercruise, a energia cinética transferida para o armamento é maior, aumentando seu alcance e capacidade letal. Assim, o rival tem muito menos tempo para reagir.
A manobra que o motor do caça F-22 Raptor pode fazer, mas não usa
Graças ao empuxo vetorial, o F-22 pode realizar manobras de altíssimo ângulo de ataque, como a famosa “Cobra de Pugachev”. Nela, o avião levanta o nariz a mais de 90 graus, funcionando como um freio aerodinâmico.
Apesar de ser possível, essa manobra é considerada taticamente arriscada e inútil pela Força Aérea dos EUA, pois causa uma grande perda de energia, deixando o avião vulnerável. Em combate real, a prioridade é a velocidade, e a doutrina do F-22 se concentra em manobras efetivas, como a ‘Manobra de Herbst’, que assegura rápida reversão e reposicionamento das armas.
Como a agilidade e a furtividade dominam o combate
A furtividade e a agilidade do F-22 não funcionam de forma isolada; elas se complementam. A furtividade garante que o F-22 passe despercebido, seguindo a estratégia de “ver primeiro, atirar primeiro, matar primeiro” em combates a longa distância.
Caso os combates se aproximem, a agilidade do motor entra em ação. A capacidade de direcionar o nariz do avião rapidamente garante a vitória em um “dogfight”. Essa combinação se transforma em um verdadeiro xeque-mate aéreo: o inimigo não consegue se defender do que não vê e não tem chance contra um adversário que já domina o espaço aéreo.