Gripe aviária: o que é e qual é o risco de transmissão em humanos

A gripe aviária, causada pelo vírus H5N1, é uma doença viral que afeta principalmente as aves, mas que também pode ser transmitida para os seres humanos, embora com risco reduzido.

Detectada pela primeira vez na China em 1996, a gripe aviária espalhou-se por vários continentes, gerando surtos em diversas regiões. No Brasil, o primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial foi confirmado em 2025, o que gerou uma série de medidas sanitárias e preocupações no setor avícola.

Embora a transmissão de pessoa para pessoa seja considerada rara, o contato direto com aves infectadas pode representar um risco significativo para profissionais expostos, como tratadores e veterinários. O vírus H5N1, que possui alta letalidade entre as aves, é uma preocupação devido à possibilidade de mutações que possam facilitar a transmissão entre humanos.

A detecção do vírus nas granjas comerciais do Brasil levou a ações imediatas, como a suspensão da importação de carne de frango por vários países, incluindo China, União Europeia e Argentina. Essa medida visa evitar a disseminação do vírus para novos plantéis e garantir a segurança sanitária dos países importadores.

Gripe aviária o que é e qual é o risco de transmissão em humanos
O Brasil registrou o primeiro caso de gripe aviária em granjas comerciais em 2025, o que gerou reações no comércio internacional – Crédito: Ehrecke / Pixabay

O que é a Gripe Aviária?

A gripe aviária é uma infecção causada pelo vírus influenza, que, no caso do H5N1, afeta principalmente as aves, mas também pode ser transmitido a mamíferos, incluindo os seres humanos.

Esse subtipo de gripe aviária é conhecido por sua alta taxa de mortalidade entre as aves, podendo dizimar rebanhos inteiros de forma rápida. A transmissão ocorre principalmente pelo contato com secreções e fezes de aves infectadas, sendo o vírus disseminado por essas secreções respiratórias.

O H5N1 foi identificado pela primeira vez na China em 1996 e, desde então, causou surtos em diversas partes do mundo. Embora o vírus tenha sido predominantemente um problema para a avicultura, em alguns casos, foi registrado contágio em seres humanos. A transmissão humana, no entanto, é considerada rara e ocorre em situações de contato intenso com aves infectadas.

Desde sua descoberta, o H5N1 tem gerado preocupação no setor de saúde pública devido à possibilidade de mutações no vírus, o que poderia permitir uma transmissão mais fácil entre humanos. Por isso, a vigilância contínua e o monitoramento de surtos são essenciais para controlar a propagação da doença.

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Como e onde surgiu a gripe aviária H5N1?

O vírus H5N1 foi isolado pela primeira vez em 1996, na China, e rapidamente se espalhou para outros países da Ásia. A disseminação global do vírus foi facilitada pelas aves migratórias, que transportaram o patógeno entre continentes. Ao longo dos anos, surtos ocorreram em diversas regiões, incluindo Europa, Oriente Médio, Ásia e América do Norte.

Embora o H5N1 tenha sido inicialmente detectado em aves de fazenda, ele também foi encontrado em aves migratórias, que atuam como reservatórios naturais do vírus. Isso torna o controle da doença mais difícil, pois as aves migratórias podem espalhar o vírus por grandes distâncias.

O aumento dos casos em aves de granja comerciais gerou medidas rigorosas de controle e monitoramento, incluindo o abate de aves infectadas e a limpeza das instalações.

No Brasil, o primeiro caso de gripe aviária em granjas comerciais foi identificado em 2025, após anos de vigilância. Até então, o vírus havia sido encontrado apenas em aves silvestres, levantando preocupações sobre a propagação do patógeno entre os plantéis comerciais no país.

Como uma pessoa se contamina?

A gripe aviária pode ser transmitida aos seres humanos principalmente por meio do contato direto com aves infectadas, seja vivas ou mortas.

O vírus é liberado pelas secreções respiratórias e fezes das aves, que podem contaminar o ambiente, objetos e até mesmo a água. A infecção em humanos ocorre quando essas secreções entram em contato com mucosas, como olhos, boca e nariz, ou por meio da inalação de partículas virais.

O risco de infecção é maior para pessoas que trabalham diretamente com aves, como criadores, veterinários e outros profissionais do setor avícola. Em ambientes de trabalho sem as devidas proteções, como máscara e luvas, esses indivíduos têm uma maior chance de serem expostos ao vírus.

É importante ressaltar que o vírus não se transmite pelo consumo de carne ou ovos de aves contaminadas, desde que os produtos sejam devidamente cozidos.

Medidas de segurança rigorosas são adotadas em áreas de risco, como o uso de equipamentos de proteção individual, para garantir que os trabalhadores estejam protegidos do contato direto com as aves e seus fluídos. A vigilância também é essencial para detectar rapidamente novos surtos e conter a propagação do vírus.

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O vírus é transmissível entre humanos?

A transmissão do vírus H5N1 de pessoa para pessoa é extremamente rara. Até o momento, não houve evidências de que o vírus seja capaz de se espalhar facilmente entre os seres humanos.

Nos casos em que foi detectada a infecção em humanos, o contágio ocorreu devido ao contato direto com aves infectadas, como em granjas ou hospitais. Não existem registros de transmissão sustentada entre seres humanos, o que significa que o vírus não se espalha facilmente de uma pessoa para outra.

Embora em alguns casos tenha ocorrido suspeita de transmissão entre humanos, esses episódios foram isolados e não resultaram em surtos em larga escala. Especialistas alertam que, embora o risco de transmissão entre humanos seja baixo, a vigilância contínua é essencial, pois mutações no vírus podem, em raros casos, tornar a transmissão entre humanos mais viável.

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As medidas de biossegurança são essenciais para proteger os trabalhadores e evitar a transmissão do vírus em granjas comerciais – Crédito: Ralphs_Fotos / Pixabay

Posso pegar gripe aviária comendo carne?

Não. O consumo de carne de aves e ovos devidamente cozidos não representa risco de contaminação pela gripe aviária. O vírus H5N1 é transmitido principalmente por contato direto com aves infectadas ou seus fluídos, e não pelo consumo de alimentos que passaram pelo processo de cozimento.

Tanto o Ministério da Agricultura quanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmam que não há risco de infecção pela ingestão desses produtos, desde que tenham sido preparados corretamente.

O processo de cozimento elimina completamente o vírus, tornando seguro o consumo de carne de frango e ovos. É importante seguir as recomendações de higiene e segurança alimentar, como o cozimento adequado dos alimentos, para evitar a transmissão de outras doenças, como a salmonela.

Quem corre mais risco?

As pessoas que trabalham diretamente com aves estão mais expostas ao risco de infecção pela gripe aviária. Criadores de aves, veterinários e outros profissionais envolvidos no manejo de aves são os grupos mais vulneráveis. Além disso, indivíduos que lidam com a coleta de carcaças de aves mortas também têm um risco elevado.

O risco de infecção é particularmente alto para aqueles que não utilizam equipamentos de proteção adequados, como máscaras e luvas, ao lidar com aves ou ambientes contaminados. A adoção de medidas rigorosas de biossegurança, como o uso de equipamentos de proteção pessoal e a prática de higiene rigorosa, pode ajudar a reduzir o risco de exposição ao vírus.

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Por que países suspendem a importação nesses casos?

Quando surtos de gripe aviária são detectados, especialmente em granjas comerciais, países importadores de produtos avícolas podem suspender temporariamente a importação de carne de frango e ovos do país afetado.

Essa medida é uma precaução para evitar que o vírus seja transportado junto com produtos contaminados, o que poderia levar à disseminação do patógeno para novas populações de aves em outros países.

No caso do Brasil, a suspensão temporária das importações de carne de frango pela China, União Europeia e Argentina reflete a preocupação com a segurança dos plantéis comerciais desses países. A medida não é baseada em riscos para o consumo humano, mas sim no risco de contaminação dos plantéis de aves, o que poderia afetar a produção avícola em larga escala.