Golpe do Pix: o que é, tipos e como se proteger

O Pix, lançado pelo Banco Central em 2020, revolucionou o sistema de pagamentos no Brasil. A facilidade e a rapidez com que as transferências são realizadas, sem custo adicional, tornaram essa ferramenta uma das mais utilizadas no país. Contudo, com a popularização do serviço, também aumentaram os golpes relacionados ao Pix, colocando os usuários em risco.

Esse tipo de fraude tem se tornado cada vez mais comum, especialmente devido à vulnerabilidade causada pela engenharia social, onde os criminosos manipulam suas vítimas para que elas revelem informações bancárias ou realizem transações fraudulentas.

O Banco Central, responsável pela criação e regulamentação do Pix, tem adotado diversas medidas para garantir a segurança das transações. No entanto, as fraudes continuam a crescer, muitas vezes usando táticas cada vez mais sofisticadas.

Golpe do Pix o que é, tipos e como se proteger
A segurança no uso do Pix é fundamental para evitar fraudes. Sempre verifique os dados antes de realizar transferências e ative a autenticação de dois fatores – Crédito: Jeane de Oliveira / pronatec.pro.br

O que é o Pix?

O Pix é um sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central, lançado em novembro de 2020. Com a promessa de transferências mais rápidas, baratas e realizadas em qualquer horário, o Pix logo se tornou popular entre os brasileiros.

Até junho de 2024, mais de 765 milhões de chaves Pix estavam cadastradas no sistema, de acordo com o Banco Central. Essa inovação substituiu métodos mais lentos e caros, como TEDs e DOCs, permitindo que transações sejam feitas de forma instantânea e gratuita, todos os dias da semana, a qualquer hora.

O grande diferencial do Pix está na possibilidade de realizar transferências entre contas bancárias diferentes, com um simples clique. A ferramenta vem se destacando pela sua praticidade e agilidade. Contudo, à medida que cresce o número de transações, aumentam também os crimes envolvendo o serviço, o que exige atenção redobrada por parte dos usuários.

Leia também:

Como funciona o Pix?

O Pix funciona por meio do cadastro de “chaves”, que são identificadores únicos de cada conta bancária. Essas chaves podem ser o número do CPF ou CNPJ, o número de celular, o e-mail, ou uma chave aleatória gerada pelo próprio sistema. Após o cadastro, basta usar a chave para realizar transferências de forma instantânea. O sistema é integrado aos bancos e outras instituições financeiras, tornando o processo simples e direto.

Uma das principais vantagens do Pix é que as transações são gratuitas, o que torna o serviço atrativo para consumidores e comerciantes. Além disso, o Pix não limita o horário das operações, o que permite transferências durante a noite, fins de semana e feriados. Esse sistema facilita a vida dos brasileiros, mas também oferece uma brecha para criminosos que tentam explorar a confiança dos usuários.

Golpe do Pix o que é, tipos e como se proteger (2)
Golpistas criam diversos tipos de fraudes com o Pix, como clonagem de WhatsApp e QR Codes falsos – Crédito: Jeane de Oliveira / pronatec.pro.br

Tipos de golpes comuns envolvendo o Pix

Como qualquer outro sistema de pagamento, o Pix atraiu a atenção de golpistas. Os criminosos utilizam diversas táticas para enganar suas vítimas e desviar dinheiro através de transações Pix. A seguir, veja alguns dos golpes mais comuns que envolvem esse sistema de pagamento.

WhatsApp clonado

Esse golpe tem duas variações. Na primeira, o criminoso clona o WhatsApp da vítima, se passando por ela para solicitar dinheiro aos contatos. Na segunda, o golpista se passa por um amigo ou familiar, alegando uma emergência e pedindo dinheiro via Pix. Para realizar a clonagem, os criminosos geralmente pedem que a vítima forneça um código, alegando que é necessário para atualização de cadastro.

Falso atendimento bancário ou suporte técnico

Golpistas se passam por atendentes de bancos ou serviços de suporte técnico e pedem dados bancários ou induzem a vítima a fazer uma transferência via Pix. Em algumas situações, os criminosos orientam a vítima a criar uma chave Pix e transferir um valor “de teste” para uma conta falsa.

Pix multiplicador ou bug do Pix

Esse golpe se baseia em promessas de ganhos rápidos. Os criminosos divulgam uma “falha” no sistema Pix que permitiria aos usuários multiplicar seu dinheiro. Eles pedem que a vítima faça uma transferência para uma chave específica, prometendo o retorno de um valor maior. No entanto, o dinheiro vai direto para a conta do golpista.

QR Code falso

Aqui, o criminoso cria um QR Code falso para direcionar o pagamento para sua própria conta, em vez de para o destinatário correto. Muitas vezes, os golpistas distribuem esses QR Codes em sites fraudulentos ou durante transmissões ao vivo, induzindo o pagamento por meio de links falsos.

Pix errado

Após realizar uma transferência via Pix para a conta da vítima, o golpista alega que o pagamento foi feito por engano e pede o estorno. Na pressão, a vítima acaba devolvendo o valor, sem perceber que o golpista pode acionar o Mecanismo Especial de Devolução (MED), o que resulta na devolução do valor da vítima.

Dicas de segurança para evitar golpes do Pix

A segurança no uso do Pix depende, em grande parte, da conscientização do usuário. Veja algumas dicas importantes para evitar cair em golpes:

  • Verifique sempre os dados do destinatário antes de realizar qualquer transferência. Isso pode ser feito tanto pelo aplicativo quanto por telefone, se necessário.
  • Desconfie de links suspeitos. Nunca clique em links recebidos por SMS, WhatsApp ou e-mail, especialmente se forem de desconhecidos.
  • Utilize autenticação de dois fatores. Ative a verificação em duas etapas no WhatsApp e em seu banco para proteger suas contas.
  • Evite fazer transferências de emergência. Se receber uma solicitação urgente de Pix, sempre confirme com a pessoa por outro meio, como ligação telefônica ou vídeo chamada.
  • Nunca forneça dados pessoais por meio de ligações ou mensagens. Instituições financeiras nunca pedem dados bancários de forma proativa.

O que fazer se cair em golpe do Pix

Caso seja vítima de um golpe envolvendo o Pix, o primeiro passo é entrar em contato com seu banco para relatar a fraude. O banco poderá investigar a transação e, em até sete dias, poderá devolver o valor em até 96 horas, caso a fraude seja confirmada. Além disso, registre um boletim de ocorrência para formalizar a situação e ajudar nas investigações. Se necessário, recorra ao Procon ou à Justiça para tentar reaver o dinheiro.