EUA criticam Pix e 25 de Março em investigação de mercado
O governo dos Estados Unidos abriu uma investigação comercial contra o Brasil, destacando o sistema de pagamentos Pix como uma prática desleal. Esse relatório aponta que o Brasil estaria promovendo seus serviços de pagamento eletrônico, desenvolvidos pelo governo, em detrimento da concorrência justa com empresas americanas.
A apuração está sob a responsabilidade do USTR (Escritório do Representante do Comércio dos EUA) e irá examinar diversas práticas brasileiras relacionadas ao comércio eletrônico, tecnologia, tarifas de importação, além de questões ambientais como o desmatamento. A informação foi divulgada em um comunicado no dia 15 de outubro.
Jamieson Greer, representante dos EUA para o comércio, comentou que, sob a gestão do ex-presidente Donald Trump, foram iniciadas investigações sobre ações do Brasil que afetam empresas de redes sociais dos Estados Unidos e outras práticas comerciais que seriam injustas.
O relatório também menciona a famosa rua 25 de Março, em São Paulo, como um exemplo das falhas no combate à pirataria e à proteção dos direitos de propriedade intelectual. Essa área é conhecida por ser um dos maiores centros de venda de produtos falsificados no Brasil, mesmo com algumas operações de fiscalização já realizadas.
O USTR afirma que o Brasil não tem conseguido lidar de forma eficaz com a importação e venda de produtos como consoles de jogos modificados e dispositivos de streaming ilegais. Segundo o documento, a falta de penalizações severas para práticas de pirataria contribui para a continuidade dessas atividades.
Além disso, as falhas na proteção de conteúdos criativos impactam negativamente a adoção de mídias legítimas, prejudicando trabalhadores americanos que dependem de setores inovadores e criativos nos Estados Unidos.
O relatório menciona ainda outras questões que levaram à investigação, como tarifas injustas, a falta de práticas contra corrupção, o acesso ao mercado de etanol, o desmatamento ilegal e a discriminação contra empresas americanas no comércio.
Essa investigação poderá trazer consequências significativas para a economia brasileira e apresenta o risco de sanções adicionais, que podem ser difíceis de reverter.