Energia solar: saiba como aderir, quanto custa e o que muda na sua conta de luz

A busca por fontes de energia mais limpas, sustentáveis e econômicas tem impulsionado uma verdadeira revolução na forma como residências e empresas consomem eletricidade. Nesse cenário, a energia solar fotovoltaica emerge como uma das alternativas mais promissoras e acessíveis, transformando telhados em pequenas usinas geradoras.

Apesar do crescimento exponencial da tecnologia no Brasil, muitas dúvidas ainda cercam o seu funcionamento. Uma das mais comuns é a crença de que a instalação de um sistema solar elimina completamente a conta de luz, o que não corresponde à realidade da maioria dos sistemas instalados no país.

A adesão à energia solar, na prática, representa uma mudança significativa na relação do consumidor com a rede de distribuição elétrica. O imóvel passa a gerar sua própria energia, mas continua conectado à rede, em um sistema de troca e compensação que resulta em uma drástica redução na fatura mensal.

A compreensão detalhada sobre como esse sistema funciona, os custos envolvidos, o tempo de retorno do investimento e as vantagens a longo prazo é, portanto, fundamental. O conhecimento dessas informações permite que o consumidor tome uma decisão mais informada sobre a viabilidade e os benefícios de adotar a energia solar.

O que é energia solar e como ela funciona

A energia solar fotovoltaica é a energia elétrica produzida a partir da conversão direta da luz do sol. O processo ocorre por meio de um fenômeno físico conhecido como efeito fotovoltaico, que acontece em materiais semicondutores, como o silício, presentes nas células que compõem os painéis solares.

Quando os fótons, que são as partículas de luz solar, atingem as células fotovoltaicas, eles transferem sua energia para os elétrons do material semicondutor. Esse estímulo faz com que os elétrons se movam, gerando uma corrente elétrica contínua (CC), que é a forma inicial da energia produzida pelos painéis.

No entanto, a eletricidade utilizada em nossas casas e empresas opera em corrente alternada (CA). Por essa razão, todo sistema fotovoltaico conectado à rede precisa de um componente chamado inversor solar. A função do inversor é converter a corrente contínua gerada pelos painéis em corrente alternada, tornando-a compatível com a rede elétrica e com os aparelhos eletrônicos.

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Quais são os tipos de sistemas de energia solar disponíveis

Existem dois tipos principais de sistemas de energia solar fotovoltaica: o sistema conectado à rede, conhecido como on-grid, e o sistema isolado, ou off-grid. A escolha entre os dois depende da localização do imóvel e dos objetivos do consumidor.

O sistema on-grid é o mais comum em áreas urbanas. Nele, o imóvel continua conectado à rede de distribuição da concessionária de energia local. A energia gerada pelos painéis que não é consumida instantaneamente pela casa é injetada na rede pública, gerando créditos energéticos para o consumidor. Quando o sistema não está produzindo energia, como à noite, o imóvel consome normalmente a eletricidade da rede.

Já o sistema off-grid é totalmente independente da rede pública, sendo ideal para locais remotos onde a eletricidade não chega, como áreas rurais ou ilhas. Nesse modelo, a energia excedente gerada durante o dia é armazenada em um banco de baterias. Essas baterias são as responsáveis por fornecer energia ao imóvel durante a noite ou em dias nublados, garantindo a autonomia do sistema.

Como aderir à energia solar na sua casa ou empresa

O primeiro passo para aderir à energia solar é a contratação de uma empresa especializada e homologada para realizar o projeto e a instalação do sistema. Essa empresa fará um estudo técnico do local, analisando a área disponível no telhado, a incidência de sol, o sombreamento e, principalmente, o padrão de consumo de energia do imóvel.

Com base nessa análise, a empresa dimensionará o sistema, definindo a quantidade de painéis solares e a potência do inversor necessários para atender à demanda do cliente. Em seguida, é elaborado um projeto detalhado, que deve ser submetido à aprovação da concessionária de energia local. Essa etapa é fundamental para garantir a segurança e a conformidade do sistema com as normas técnicas.

Após a aprovação do projeto pela concessionária, a empresa instaladora realiza a montagem dos painéis no telhado e a instalação do inversor. Por fim, a concessionária faz uma vistoria final e realiza a troca do medidor de energia por um modelo bidirecional, que é capaz de registrar tanto a energia consumida da rede quanto a energia injetada pelo sistema solar.

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Quanto custa instalar um sistema de energia solar em 2025

O custo de instalação de um sistema de energia solar fotovoltaica tem diminuído nos últimos anos, mas ainda representa um investimento inicial considerável. O valor final de um projeto varia muito, dependendo do tamanho do sistema, da qualidade dos equipamentos (painéis e inversor), da complexidade da instalação e da região do país.

Para uma residência de consumo médio, o custo de um sistema completo em 2025 pode variar, em média, de R$ 15.000 a R$ 30.000. Este valor geralmente inclui o projeto, todos os equipamentos, a mão de obra de instalação e a homologação junto à concessionária. É fundamental solicitar orçamentos de diferentes empresas para comparar preços e a qualidade dos componentes oferecidos.

Para facilitar o acesso, existem diversas linhas de financiamento específicas para projetos de energia solar, oferecidas por bancos públicos e privados. Essas linhas de crédito permitem que o consumidor parcele o valor total do investimento em vários anos, muitas vezes com uma parcela mensal próxima ao valor que ele economizará na conta de luz.

Energia solar saiba como aderir, quanto custa e o que muda na sua conta de luz
Em um sistema on-grid, o medidor bidirecional registra a troca de energia com a rede pública, que é a base para o cálculo dos créditos na conta de luz – Crédito: Jeane de Oliveira / pronatec.pro.br

Em quanto tempo o investimento em energia solar se paga

O tempo de retorno do investimento, conhecido como payback, é o período necessário para que a economia gerada na conta de luz se iguale ao custo total da instalação do sistema. Este é um dos indicadores mais importantes para avaliar a viabilidade financeira de um projeto de energia solar.

O payback de um sistema fotovoltaico residencial no Brasil varia, em média, de 4 a 7 anos. Esse tempo depende de fatores como o custo inicial do sistema, o valor da tarifa de energia na região (quanto mais cara a energia, mais rápido o retorno) e o nível de irradiação solar do local.

Considerando que os painéis solares possuem uma vida útil de mais de 25 anos e os inversores, de cerca de 15 anos, o investimento se mostra altamente vantajoso. Após o período de payback, toda a energia gerada e a economia obtida representam um lucro líquido para o proprietário do sistema.

O que muda na conta de luz com a energia solar

A principal mudança na conta de luz após a instalação de um sistema on-grid é a drástica redução no valor a ser pago. O consumidor passa a pagar apenas pela energia que consome da rede durante a noite ou em dias muito nublados, menos os créditos gerados pela energia que seu sistema injetou na rede durante o dia.

No entanto, a conta de luz não é zerada. O consumidor continua pagando a chamada “taxa mínima” ou “custo de disponibilidade”. Este valor corresponde a uma taxa por estar conectado à rede da concessionária e ter a garantia de fornecimento de energia sempre que precisar. O valor dessa taxa varia conforme o tipo de conexão (monofásica, bifásica ou trifásica).

Além do custo de disponibilidade, a fatura também inclui a taxa de iluminação pública, que é um tributo municipal. Portanto, mesmo que um sistema gere mais energia do que consome, o proprietário ainda receberá uma conta com o valor correspondente à soma dessas duas taxas. A economia, contudo, pode chegar a até 90% do valor original.

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Vantagens econômicas e ambientais da energia solar

As vantagens de adotar a energia solar são inúmeras. Do ponto de vista econômico, a principal é a redução expressiva e imediata na conta de luz. Além disso, a instalação de um sistema fotovoltaico valoriza o imóvel, sendo um diferencial atrativo em uma eventual venda ou locação.

Outra vantagem financeira é a proteção contra os aumentos na tarifa de energia. Ao gerar sua própria eletricidade, o consumidor fica menos exposto às flutuações de preços e às bandeiras tarifárias, que encarecem a conta em períodos de baixa nos reservatórios das hidrelétricas.

Do ponto de vista ambiental, a energia solar é uma fonte limpa e renovável. Sua geração não emite gases de efeito estufa, que são os principais causadores das mudanças climáticas. A descentralização da geração de energia também fortalece a matriz energética do país, tornando-a mais resiliente e menos dependente de grandes usinas hidrelétricas.