Contratei empréstimo pelo saque-aniversário, quando ele acabar vou poder SACAR meu FGTS normal?
O saque-aniversário é uma modalidade do FGTS que ficou popular com o passar dos anos, mas muitos têm medo do que será dos trabalhadores quando ele acabar.
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é uma importante reserva financeira para os trabalhadores brasileiros. Ela nasceu para proteger o empregado em casos de demissão sem justa causa.
Recentemente, surgiram discussões sobre o fim da modalidade de saque-aniversário, uma opção que permite o saque parcial do FGTS anualmente.
Com a possibilidade de extinção dessa modalidade, muitos trabalhadores estão se perguntando se poderão acessar o saldo do FGTS de forma tradicional. Isso vale especialmente para quem contratou empréstimos.
Enquanto o governo se prepara para um possível fim do benefício, é importante que quem fez a contratação dos valores comece a se planejar para eventuais mudanças.
Entendendo como o saque-aniversário funciona
O saque-aniversário é uma modalidade que permite ao trabalhador sacar uma parte do saldo de sua conta do FGTS todos os anos, no mês de seu aniversário.
Ao aderir a essa opção, o trabalhador abre mão do saque-rescisão, que é a modalidade que permite o saque total do saldo do FGTS em caso de demissão sem justa causa. Assim, ele acaba ficando restrito apenas à multa de 40% paga pelo empregador.
As regras do saque-aniversário são simples e definem os valores que podem ser sacados de acordo com o saldo total das contas. Veja abaixo as faixas de saldo e as respectivas alíquotas aplicáveis:
Faixa de saldo (R$) | Alíquota (%) | Parcela adicional (R$) |
---|---|---|
Até 500,00 | 50,0% | – |
De 500,01 até 1.000,00 | 40,0% | 50,00 |
De 1.000,01 até 5.000,00 | 30,0% | 150,00 |
De 5.000,01 até 10.000,00 | 20,0% | 650,00 |
De 10.000,01 até 15.000,00 | 15,0% | 1.150,00 |
De 15.000,01 até 20.000,00 | 10,0% | 1.900,00 |
Acima de 20.000,01 | 5,0% | 2.900,00 |
O saque-aniversário oferece maior flexibilidade ao trabalhador, permitindo o uso de uma parte do saldo anualmente. Em contrapartida, ele não pode sacar o saldo total em caso de demissão sem justa causa, ficando limitado à multa de 40%.
Com a possível substituição dessa modalidade pelo crédito consignado, o governo pretende dar mais opções de crédito aos trabalhadores da iniciativa privada, utilizando o FGTS como garantia.
Saiba mais: Pelo menos DUAS modalidades do FGTS podem virar consignado; entenda!
Quando a modalidade acabar, vou poder sacar o FGTS normalmente?
Com o possível fim do saque-aniversário, a principal dúvida dos trabalhadores é se será possível voltar ao modelo tradicional de saque-rescisão e acessar o saldo total do FGTS em caso de demissão. A resposta é sim, mas com algumas condições.
De acordo com especialistas, o governo planeja um período de transição, durante o qual os trabalhadores que já aderiram ao saque-aniversário poderão continuar utilizando a modalidade até que o novo sistema de crédito consignado esteja completamente implementado.
Durante esse período de transição, ainda será possível realizar os saques anuais previstos pela modalidade. No entanto, uma vez que o saque-aniversário seja oficialmente extinto, os trabalhadores que ainda estiverem utilizando essa opção serão migrados para o regime tradicional, que permite o saque total do saldo em caso de demissão sem justa causa.
Ou seja, isso significa que, ao final do período de transição, o trabalhador voltará a ter acesso completo ao saldo do FGTS nas situações previstas pela lei.
É importante lembrar que, mesmo com a mudança, os valores já depositados no FGTS continuarão seguros. O governo garantiu que a substituição do saque-aniversário pelo crédito consignado não afetará o saldo dos trabalhadores.
O novo modelo oferecerá uma alternativa para quem busca crédito com condições vantajosas. Aliás, sem comprometer a possibilidade de sacar o FGTS em casos previstos, como a demissão sem justa causa, aposentadoria ou compra da casa própria.
Dessa forma, por enquanto, quem aderiu ao saque-aniversário não precisa se preocupar, já que o governo ainda está discutindo os detalhes e prazos dessa transição.