Canetas emagrecedoras barradas pelo SUS geram revolta nacional
Recentemente, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias, também conhecida como Conitec, decidiu não liberar o uso de dois medicamentos, a liraglutida e a semaglutida, no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa escolha é relevante, já que esses remédios têm ganhado destaque como opções de tratamento para a obesidade.
Os preços desses medicamentos são bastante salgados. Afinal, a Conitec é responsável por avaliar se determinados medicamentos devem ser disponibilizados na saúde pública. E, de acordo com os números, se esses tratamentos fossem incorporados ao SUS, o impacto financeiro poderia chegar a R$ 4,1 bilhões em alguns anos. Para tratamentos contínuos, essa quantia poderia saltar para R$ 6 bilhões. Nesse cenário, a solução de cirurgia bariátrica continua sendo uma alternativa viável dentro do sistema público.
As canetas que administram esses medicamentos são conhecidas como alternativas emagrecedoras. Por aqui, cada uma custa em média R$ 1 mil. Para quem precisa seguir um tratamento prolongado, isso representa um investimento bem considerável. E, para tentar contornar essa situação, o objetivo é que essas canetas sejam produzidas nacionalmente. Nessa proposta, estão envolvidas parcerias entre o Ministério da Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a EMS, com a ideia de oferecer produtos que contenham tanto a liraglutida quanto a semaglutida.
Esses princípios ativos ajudam no controle da glicose e, como consequência, podem auxiliar na perda de peso. Novidades como a Olire, lançada pela EMS, são um exemplo disso. Essa caneta, que traz a liraglutida, se destina ao tratamento de diabetes e obesidade. Segundo informações do Ministério da Saúde, há um investimento significativo para fomentar a produção de medicamentos no Brasil, buscando inovação e, claro, uma maior oferta no SUS.
No entanto, essa decisão da Conitec gerou preocupação. Maria Fernanda Barca, da Abeso, comentou sobre a tristeza que a situação traz, já que o SUS deixa de oferecer um tratamento que poderia trazer benefícios para aqueles que lidam com doenças crônicas graves, como diabetes e obesidade. Essas condições, como sabemos, estão ligadas a uma série de problemas de saúde, incluindo questões cardiovasculares e risco de AVC.