Mais de 300 mil passageiros afetados e perdas de $6 bilhões por greve do arroz

Paro de Produtores de Arroz Afeta Mobilidade em Várias Regiões

Os estados de Tolima, Huila, Meta, Casanare e Córdoba enfrentam uma crise na mobilidade devido ao movimento de protesto dos produtores de arroz, conhecido como "paro arrocero". Este protesto já impactou mais de 300 mil passageiros, de acordo com a Associação para o Desenvolvimento Integral do Transporte Terrestre Intermunicipal (Aditt). As empresas de transporte intermunicipal relatam um cenário complicado, com rotas canceladas e usuários presos em terminais rodoviários, causando perdas financeiras que ultrapassam 6 bilhões de pesos colombianos.

Os bloqueios nas estradas tornaram os trajetos incertos, especialmente em regiões como Saldaña, o cruzamento de Armero e Gualanday em Tolima, além de Neiva, Campoalegre e Villavieja em Huila. Outras áreas afetadas incluem o quilômetro 84 da Vía al Llano e a estrada Villavicencio–Puerto López em Meta, Aguazul em Casanare e o trecho Lorica–Cereté em Córdoba. Em muitos desses locais, não existem alternativas viáveis de transporte, o que agrava ainda mais a situação.

O presidente da Aditt, José Yesid Rodríguez, destacou que as perdas financeiras continuam aumentando devido à impossibilidade de operação normal. Ele afirmou que embora a realização de protestos seja um direito legítimo dos agricultores, a mobilidade e os demais direitos fundamentais das pessoas também devem ser respeitados.

Os atrasos nas medidas de transporte chegam a superar dez horas, levando algumas empresas a suspender operações de forma indefinida. Para amenizar a situação, o setor de transporte solicitou ao Ministério de Transporte a autorização para abrir rotas alternativas e estabelecer corredores humanitários, especialmente em áreas rurais de difícil acesso.

Além disso, propuseram a criação de pontos de controle, com acompanhamento do governo, para monitorar o fluxo de veículos e oferecer segurança aos passageiros. A expectativa é que o Governo e os líderes do movimento cheguem a um acordo que evite o fechamento total de rotas importantes para o comércio e a vida cotidiana.

No entanto, as negociações realizadas, como a que ocorreu em 17 de julho, não foram bem-sucedidas. Os líderes do movimento se retiraram após apenas cinco minutos de reunião, ao perceberem que as ministras de Agricultura e Comércio não compareceram, apesar de terem sido anunciadas como parte da mesa de diálogo. A desilusão foi grande, especialmente para os representantes do setor arrocero, que viajaram para encontrar soluções.

O governo argumentou que as ministras só compareceriam se os bloqueios fossem encerrados, condição rejeitada pelos produtores, que consideram essa exigência injusta. Este não é o primeiro fracasso nas conversações; um outro encontro em março já havia sido frustrado por circunstâncias semelhantes.

Enquanto isso, os bloqueios continuam e o movimento já dura cinco dias, totalizando perdas que ultrapassam 297 bilhões de pesos, em meio à queda do preço do arroz paddy verde. Embora o governo tenha proposto medidas como a regulamentação dos preços, planos contra o contrabando e a formação de uma mesa técnica, os produtores afirmam que essas propostas estão vazias e questionam a sinceridade da vontade política do governo em resolver as questões levantadas.