Brasil assume liderança em crianças não vacinadas novamente
O Brasil está enfrentando um desafio sério na vacinação infantil, ocupando a 17ª posição entre os 20 países com mais crianças não vacinadas no mundo, segundo um levantamento da OMS e do Unicef. Embora o país tenha se esforçado para melhorar esse cenário, o número de crianças sem nenhuma dose de vacina subiu de 103 mil para 229 mil em 2024.
Globalmente, a situação não é menos preocupante. Aproximadamente 14,3 milhões de crianças ainda estão desprotegidas, correndo o risco de contrair doenças que poderiam ser evitadas. Além disso, 5,7 milhões têm a imunização incompleta, um fator que amplia a vulnerabilidade dessas crianças.
Alerta aceso
A vacina DTP1, que protege contra difteria, coqueluche e tétano, é uma das principais preocupações. Embora tenha havido um leve avanço em 2023, com mais de 171 mil crianças recebendo a primeira dose e um milhão completando o ciclo de vacinação, o número de crianças sem nenhuma vacina ainda é alarmante. A OMS destaca que cerca de 20 milhões de crianças perderam pelo menos uma dose da DTP, retrocedendo nas metas de imunização e aumentando os riscos de surtos dessas doenças.
No que diz respeito à vacina contra o HPV, as notícias são um pouco melhores: 31% dos adolescentes elegíveis mundialmente receberam pelo menos uma dose, e a cobertura completa subiu de 21% para 28%, beneficiando 18 milhões de meninas. Porém, ainda há 46,6 milhões que não têm a proteção adequada. Em relação ao sarampo, a cobertura vacinal ainda não atingiu os níveis de antes da pandemia, com apenas 84% na primeira dose e 76% na segunda.
Com o aumento de casos de sarampo em 2024, a OMS emitiu um alerta urgente. A situação no Brasil revela que a queda na cobertura vacinal é resultado não apenas da desinformação, mas também da dificuldade de acesso a serviços de saúde básicos.
Embora haja avanços significativos em alguns pontos, o ritmo ainda não é suficiente para atender a essas metas. Os dados evidenciam a necessidade de implementar estratégias mais eficazes, não apenas campanhas educativas, mas também investimento e políticas públicas que promovam equidade em saúde. É fundamental que todas as crianças, independentemente da região em que vivem, recebam a proteção necessária para se manterem saudáveis.