O Brasil registrou que 59,2% das crianças estão alfabetizadas ao final do 2º ano do ensino fundamental na rede pública. Esse número, embora positivo, ficou abaixo da meta estipulada pelo governo federal, que almejava atingir pelo menos 60% até 2024. Essas informações foram divulgadas pelo Ministério da Educação (MEC) e são baseadas nas avaliações realizadas nos estados entre outubro e novembro do ano passado.
O ministro da Educação, Camilo Santana, explicou que o estado do Rio Grande do Sul sofreu um impacto significativo devido às intensas chuvas que ocorreram nos meses de abril e maio de 2024. Isso afetou a educação, resultando em uma queda drástica na alfabetização de crianças e afetando a média nacional. Segundo ele, se o Rio Grande do Sul tivesse mantido os níveis de alfabetização de 2023, a média nacional teria alcançado 60,2%, superando a meta.
Em 2024, a taxa de alfabetização no Rio Grande do Sul despencou de 63,4% para 44,7%. Camilo Santana ressaltou que esforços estão sendo feitos em conjunto com governos federal, estadual e municipal para reverter essa situação e recuperar os padrões anteriores. Ele acredita que, com dedicação, a taxa de alfabetização voltará a crescer.
Resultados
Cerca de 2 milhões de alunos de 42 mil escolas em 5.450 municípios participaram das avaliações. Entre os 5.312 municípios que puderam ser comparados, 3.096 (ou 58%) aumentaram o número de alunos alfabetizados, enquanto 2.018 (cerca de 53%) atingiram a meta.
Entre as 26 unidades da federação, 11 conseguiram alcançar a meta estabelecida para 2024, com o estado do Ceará se destacando ao atingir 85,3% de crianças alfabetizadas. Isso é um número admirável, superando a meta de 80% que o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada estabeleceu para 2030.
Por outro lado, os estados com os índices mais baixos incluem Amazonas (49,2%), Alagoas (48,6%), Pará (48,2%) e Amapá (46,6%). O Rio Grande do Sul, com apenas 44,7%, também se encontra nessa lista. No fim da fila, o Rio Grande do Norte (39,3%), Sergipe (38,4%) e Bahia (36%) são os que têm os menores percentuais.
Recuperação
O ministro Camilo Santana mencionou que o MEC está direcionando esforços para abordar as localidades que apresentam os piores índices de alfabetização. As estratégias incluem um acompanhamento constante nas escolas e um aumento na presença do ministério em áreas prioritárias. Técnicos do MEC também estão visitando municípios como Amazonas e Bahia para ajudar na recuperação da alfabetização.
Kátia Schweickardt, secretária de Educação Básica do MEC, destacou que cada estado tem suas próprias realidades e desafios. Por isso, o acompanhamento é essencial para melhorar os números. O MEC está apoiando os estados e municípios desde que os baixos índices foram identificados, com objetivo de aumentar esses números nos próximos anos.
Compromisso
O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada foi firmado entre o MEC e os 26 estados, além do Distrito Federal, e sonha com um futuro onde mais de 80% das crianças estejam alfabetizadas até o fim do 2º ano do ensino fundamental em 2030. As metas até lá incluem 64% em 2025 e um progresso gradual até chegar aos 77% em 2029.
Além disso, o MEC também prioriza a recuperação da aprendizagem das crianças do 3º, 4º e 5º anos do ensino fundamental que sofreram impactos durante a pandemia da Covid-19. Camilo Santana enfatizou a importância de tratar a educação como uma política de Estado, algo que deve se sustentar além de um governo específico.