Nos últimos meses, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez comentários contraditórios sobre a posição do presidente russo, Vladimir Putin, em relação à guerra na Ucrânia. Há cerca de cinco meses, ele declarou que acreditava que Putin “queria paz” e que confiava no líder russo. Recentemente, no entanto, a postura de Trump mudou significativamente.
Em uma reunião do Gabinete, após uma conversa insatisfatória com Putin, Trump expressou sua descrença na sinceridade do presidente russo. Ele comentou que Putin costuma ser “educado”, mas isso não significa que suas intenções sejam genuínas. Trump afirmou: “Recebemos muita besteira de Putin, se você quer saber a verdade”. Essa mudança na retórica indica uma evolução no modo como Trump vê o conflito.
Além disso, nesta semana, Trump reverteu uma pausa temporária nas remessas de armas defensivas para a Ucrânia e deixou de repetir sua habitual crítica a ambos os lados do conflito. Essa crítica costumava incluir uma referência a Ucrânia e Rússia como iguais na responsabilidade pela guerra. Em conversas recentes, ele elogiou a coragem dos combatentes ucranianos e afirmou que o investimento dos EUA em defesa na Ucrânia não foi em vão.
Trump sempre buscou uma maneira de garantir “vitórias” políticas, e sua trajetória indica que ele ainda busca um acordo de paz, mesmo que esse acordo possa implicar concessões substanciais por parte da Ucrânia. No entanto, não ficou claro se Putin está realmente interessado em um compromisso que envolva algo além da anexação total da Ucrânia.
Trump também parece estar frustrado por sentir que Putin o está enganando. Em declarações anteriores, ele insinuou que Putin poderia estar “brincando” com ele, e agora, seu tom reflete esse descontentamento. Durante uma coletiva, a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, sugeriu que os comentários de Trump eram uma resposta a novas informações recebidas.
Recentemente, após uma conversa com Putin, a Rússia lançou uma de suas maiores ofensivas de drones na Ucrânia, o que pode ter influenciado a percepção de Trump sobre a seriedade das intenções russas. Sua postura tem sido uma montanha-russa, e, embora tenha criticado Putin ocasionalmente, ele frequentemente hesitou em adotar uma abordagem mais incisiva contra o líder russo.
O cenário é complexo e multifacetado. Trump, que evita fazer julgamentos morais sobre líderes autoritários, parece estar começando a reconhecer que suas metas na Ucrânia não são compatíveis com as de Putin. A política internacional é repleta de nuances, e as prioridades de Trump podem estar mudando à medida que a situação no terreno evolui. Observadores permanecem atentos para ver se essa mudança de linguagem se traduzirá em uma mudança mais abrangente em sua política em relação à Rússia e à Ucrânia.