Domo de Ferro: conheça o sistema israelense que intercepta ameaças aéreas

O Domo de Ferro é um sistema de defesa antimíssil desenvolvido por Israel para interceptar projéteis de curto alcance, como foguetes, mísseis e drones. Desde que foi colocado em operação, em 2011, tornou-se uma peça central na estratégia de segurança do país.

Utilizado amplamente em regiões de conflito, o sistema se destacou por sua capacidade de detectar, rastrear e neutralizar ameaças antes que atinjam áreas habitadas. Seu funcionamento depende de uma combinação de sensores, radares e mísseis guiados com precisão.

Com taxas de acerto superiores a 90%, o Domo de Ferro é considerado um dos sistemas de defesa mais eficazes em operação no mundo. A tecnologia também chamou a atenção de outros países que demonstraram interesse em adquiri-la.

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O Domo de Ferro intercepta ameaças aéreas em tempo real com alta precisão, protegendo cidades israelenses de ataques – Crédito: Israel Defense Forces / Wikimedia Commons

O que é o Domo de Ferro e por que foi criado

O Domo de Ferro (Iron Dome, em inglês) é um sistema de defesa projetado para interceptar ameaças aéreas de curto alcance. Ele foi desenvolvido em resposta aos ataques com foguetes vindos da Faixa de Gaza e do sul do Líbano, que colocavam em risco áreas urbanas em Israel.

O projeto teve início em 2007, após o conflito entre Israel e o Hezbollah em 2006, quando milhares de foguetes atingiram o território israelense. A primeira utilização operacional ocorreu em 2011, quando o sistema conseguiu interceptar mísseis disparados de Gaza.

O objetivo principal do sistema é proteger regiões densamente povoadas, infraestrutura estratégica e alvos militares contra ameaças que possam causar vítimas ou danos significativos.

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Como o sistema detecta e rastreia mísseis em tempo real

O Domo de Ferro utiliza um radar de rastreamento altamente sensível, responsável por identificar lançamentos de projéteis assim que ocorrem. O radar calcula a trajetória da ameaça e determina se ela vai atingir uma área habitada.

Caso o sistema identifique que o mísseis cairá em um local com presença de civis ou infraestrutura vital, um mísseis interceptador é disparado imediatamente para neutralizar a ameaça ainda no ar.

Esse processo ocorre em poucos segundos, o que exige extrema precisão e sincronização entre o radar, o sistema de controle e o mecanismo de lançamento dos mísseis.

Etapas do processo de interceptação no Domo de Ferro

A operação do Domo de Ferro ocorre em três etapas. Primeiro, o radar detecta o lançamento do mísseis ou foguete. Em seguida, o centro de controle de batalha analisa a trajetória e decide se a interceptação é necessária.

Se for o caso, o sistema dispara um mísseis Tamir, que se aproxima do alvo e detona a carga explosiva nas proximidades para destruir a ameaça sem causar danos em solo.

Cada unidade de disparo pode conter até 20 mísseis, e uma bateria completa é composta por radar, centro de controle e os lançadores portáteis.

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Tecnologias envolvidas na operação do escudo antimíssil

O Domo de Ferro combina tecnologias de ponta em detecção por radar, guiagem de mísseis e sistemas de comunicação militar. O radar EL/M-2084, fabricado pela Israel Aerospace Industries (iai.co.il), faz parte da estrutura do sistema.

Os mísseis interceptadores Tamir, com cerca de três metros de comprimento e 90 quilos, têm sistemas de guiagem por radar ativo, que ajustam a trajetória em tempo real.

Além disso, o sistema é compatível com redes de comando e controle que permitem seu uso em operações conjuntas com outras plataformas de defesa aérea.

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Cada bateria do Domo de Ferro possui múltiplos mísseis interceptadores capazes de neutralizar vários alvos simultaneamente – Crédito: IDF Spokesperson’s Unit photographer / Wikimedia Commons

Quantos mísseis o Domo de Ferro pode derrubar ao mesmo tempo

Cada bateria do Domo de Ferro é equipada com até quatro lançadores, totalizando até 80 mísseis prontos para disparo simultâneo. Cada mísseis cobre uma área de até 150 km².

O sistema é projetado para lidar com múltiplas ameaças em sequência ou ao mesmo tempo, com base em análises automatizadas de trajetórias e alvos prioritários.

A quantidade de ameaças que pode ser interceptada depende da densidade dos lançamentos e da distribuição das baterias no território.

Eficiência e taxa de acerto do sistema israelense

Desde sua primeira utilização, o Domo de Ferro apresenta taxas de eficiência que variam entre 85% e 97%, de acordo com dados da Força Aérea de Israel.

Durante conflitos como a Operação Pilar de Defesa (2012) e as ofensivas de 2019 e 2023, o sistema foi capaz de neutralizar centenas de foguetes disparados contra centros urbanos.

A decisão de interceptar ou não depende da localização prevista para o impacto. Projéteis que cairiam em áreas desabitadas geralmente são ignorados, para economizar mísseis e recursos.

Como o Domo de Ferro se adapta a diferentes tipos de ameaças

O sistema foi projetado inicialmente para ameaças de curto alcance, mas passou por atualizações para lidar também com drones, morteiros e mísseis mais sofisticados.

A versatilidade do Domo de Ferro permite que ele seja integrado a outros sistemas, como o C-Dome (versão naval) e o Iron Beam, que utiliza laser para neutralizar alvos.

Essas adaptações tornam o sistema um elemento estratégico na proteção tanto de civis quanto de instalações militares.

Quem fabrica o Domo de Ferro e quais países têm interesse

O Domo de Ferro foi desenvolvido pela empresa israelense Rafael Advanced Defense Systems (rafael.co.il), com participação da Israel Aerospace Industries. Os Estados Unidos financiaram parte do projeto e coproduzem componentes em solo americano.

Além de Israel, os EUA adquiriram baterias do sistema para testes e uso militar. Países como Canadá, Reino Unido, Romênia e Azerbaijão também demonstraram interesse ou adquiriram tecnologias associadas.

A exportação do sistema completo ou de partes dele é restrita e sujeita a acordos bilaterais de segurança.

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Impacto estratégico do Domo de Ferro na segurança de Israel

A implementação do Domo de Ferro permitiu que Israel reduzisse significativamente o número de vítimas civis durante ataques com foguetes. Isso aumentou a resiliência do país diante de ameaças constantes.

O sistema também alterou a dinâmica militar da região, dificultando os ataques de grupos armados e reduzindo o número de escaladas militares.

Apesar do alto custo operacional, o Domo de Ferro segue como um dos pilares da estratégia de defesa israelense, com constante atualização tecnológica e integração com outras camadas de proteção aérea.