Vale a pena contribuir como autônomo para o INSS? Entenda os prós e contras

Trabalhadores autônomos exercem atividades remuneradas sem vínculo empregatício e são responsáveis por fazer sua própria contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Apesar de não estarem registrados em carteira, esses profissionais têm direito a benefícios previdenciários.

A contribuição como autônomo é feita na categoria de contribuinte individual. Essa modalidade inclui profissionais liberais, prestadores de serviço e trabalhadores eventuais, desde que atuem por conta própria e recebam pelos serviços prestados.

Mesmo quem não possui rendimentos fixos ou não está formalizado pode aderir à Previdência Social, desde que siga os procedimentos corretos de registro e pagamento. As opções de alíquotas e planos variam conforme o perfil do trabalhador e a renda declarada.

Contribuir para o INSS de forma regular garante o acesso à aposentadoria e a outros auxílios importantes em casos de doença, acidente, maternidade ou morte. Por isso, é essencial compreender as regras e manter os pagamentos em dia.

Vale a pena contribuir como autônomo para o INSS Entenda os prós e contras
Profissionais autônomos também podem acessar benefícios do INSS, desde que contribuam mensalmente com o valor correto – Crédito: Jeane de Oliveira / pronatec.pro.br

Quem pode contribuir como autônomo para o INSS

Estão aptos a contribuir como autônomos todos os trabalhadores sem vínculo empregatício formal que exercem atividade remunerada. Isso inclui profissionais como diaristas, pintores, taxistas, eletricistas, vendedores ambulantes, artistas, árbitros esportivos, entre outros.

Também se enquadram sacerdotes, síndicos remunerados, diretores de empresas sem contrato de trabalho e cooperados. Desde que a atividade tenha remuneração, o contribuinte pode se registrar como individual e recolher para o INSS.

Além disso, brasileiros residentes no exterior e sem contribuição em regime previdenciário estrangeiro também podem se filiar como facultativos. Essa opção é válida para maiores de 16 anos que desejam garantir proteção social.

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Quais são as alíquotas e planos disponíveis para autônomos

Existem três alíquotas principais para contribuição ao INSS na categoria de contribuinte individual: 20%, 11% e 5%. A escolha influencia diretamente os benefícios futuros e as condições de aposentadoria.

A alíquota de 20% é destinada a quem deseja se aposentar por tempo de contribuição ou por idade, com valor superior ao salário mínimo. Já a de 11% é mais acessível, mas limita o benefício ao mínimo nacional, sendo válida apenas para aposentadoria por idade.

A alíquota de 5% é reservada a segurados facultativos de baixa renda, devidamente cadastrados no CadÚnico e sem atividade remunerada. Essa modalidade também dá acesso aos benefícios, exceto à aposentadoria por tempo de contribuição.

Como fazer a contribuição mensal de forma correta

Para realizar a contribuição, o primeiro passo é obter o Número de Identificação do Trabalhador (NIT). Quem já teve carteira assinada pode utilizar o PIS ou Pasep. Caso contrário, é necessário se cadastrar no portal Meu INSS ou pela Central 135.

Com o NIT em mãos, o contribuinte deve preencher a Guia da Previdência Social (GPS), disponível no site da Receita Federal (servicos.receitafederal.gov.br) ou no aplicativo Meu INSS. Cada tipo de contribuinte possui um código específico que deve constar na guia.

O pagamento da GPS pode ser realizado em bancos, casas lotéricas ou pela internet. O vencimento ocorre todo dia 15 de cada mês, sendo prorrogado para o próximo dia útil em caso de feriado ou fim de semana.

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Principais vantagens de contribuir como autônomo para o INSS

Contribuir como autônomo permite o acesso a benefícios como aposentadoria, auxílio-doença, pensão por morte, salário-maternidade e auxílio-acidente. Esses auxílios são essenciais em situações de vulnerabilidade.

Outro ponto relevante é a possibilidade de se aposentar com renda vitalícia, garantindo um mínimo de segurança financeira. Ainda que o valor possa ser inferior ao desejado, ele representa uma base para a renda futura.

Para profissionais liberais e informais, contribuir ao INSS também ajuda a comprovar tempo de serviço e atuação legalizada. Isso pode ser útil em contratos, licitações e processos de regularização trabalhista.

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O pagamento da GPS pode ser feito online, por aplicativo ou em bancos e lotéricas, com código específico para cada tipo de contribuinte – Crédito: Jeane de Oliveira / pronatec.pro.br

Desvantagens e limitações que devem ser consideradas

Entre os pontos negativos está o custo mensal da contribuição, que pode pesar no orçamento, especialmente em meses com baixa receita. Além disso, o pagamento irregular pode causar perda da qualidade de segurado.

A alíquota reduzida de 11% ou 5% não garante aposentadoria por tempo de contribuição, nem permite a transferência de tempo para outros regimes. Isso pode limitar as opções futuras do trabalhador.

Outro ponto a ser considerado é que atrasos geram multas e juros. Para pagamentos retroativos, é obrigatória a comprovação de exercício da atividade no período, o que pode demandar documentação e acompanhamento jurídico.

Diferença entre contribuinte autônomo e MEI no INSS

O Microempreendedor Individual (MEI) possui um regime simplificado e paga 5% do salário mínimo ao INSS. Essa contribuição dá acesso a benefícios como aposentadoria por idade, auxílio-doença e pensão.

Contudo, o MEI não pode se aposentar por tempo de contribuição, salvo se realizar contribuição complementar de 15%. Também não tem direito à Certidão de Tempo de Contribuição (CTC), salvo complementação.

O contribuinte autônomo comum, ao pagar 20%, pode escolher valores acima do mínimo e tem acesso a todos os benefícios da Previdência. A escolha entre MEI ou autônomo depende do tipo de atividade e da renda mensal.

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Dicas para manter os pagamentos em dia e garantir a aposentadoria

Para evitar esquecimentos, é recomendável criar um lembrete mensal de pagamento. Outra alternativa é usar o débito automático em conta bancária, quando disponível.

Acompanhar o extrato de contribuições no Meu INSS é fundamental para verificar se todos os pagamentos estão registrados corretamente. Inconsistências devem ser corrigidas o quanto antes.

Caso haja períodos de inadimplência, é possível regularizar com o cálculo de valores e emissão de GPS retroativa. Para casos mais complexos, é indicado buscar orientação contábil ou jurídica especializada.