Projeto prevê que bancos DEVOLVAM dinheiro de clientes vítimas de golpe; confira

Atualmente, quem cai em golpe deve entrar em um processo bem burocrático para tentar recuperar o dinheiro.

Golpes envolvendo sistemas de pagamento, como o Pix, têm se tornado cada vez mais frequentes, prejudicando milhares de consumidores no Brasil. Afinal, muitos sequer percebem imediatamente que caíram em armadilhas.

Para proteger as vítimas e recuperar os valores extraviados, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou o projeto de lei (PL 133/2022) que obriga os bancos a devolverem o dinheiro transferido indevidamente.

Essa proposta busca garantir maior segurança para os usuários e responsabilizar instituições financeiras em casos de fraudes. Contudo, o projeto ainda precisa avançar em outras etapas para entrar em vigor e oferecer proteção efetiva aos consumidores.

Um novo projeto quer garantir que vítimas de golpe recuperem seu dinheiro.
Um novo projeto quer garantir que vítimas de golpe recuperem seu dinheiro. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / pronatecnologia.com.br

Como funciona a proposta de devolução para vítimas de golpe?

O projeto de lei aprovado pela CCJ introduz alterações importantes no Código de Defesa do Consumidor. Ele determina que bancos e instituições financeiras adotem medidas para identificar e bloquear valores transferidos indevidamente em casos de golpes ou fraudes.

Além disso, obriga que os recursos, quando localizados, sejam devolvidos às vítimas, enquanto os responsáveis pelos crimes permanecem sujeitos às penalidades legais.

A proposta ainda prevê que instituições financeiras sigam regras já estabelecidas pelo Banco Central, como bloqueios temporários de valores e identificação dos beneficiários de transações fraudulentas.

Segundo o senador Jorge Kajuru, relator do projeto, essa regulamentação tem o objetivo de formalizar em lei procedimentos que protejam o consumidor, garantindo maior transparência e punição para instituições que descumpram as normas.

Saiba mais: Estado brasileiro confirma auxílio de R$ 150 a milhares de famílias em dezembro; veja como e quando resgatar

O que falta para aprovação?

Após a aprovação pela CCJ, o projeto segue agora para a Comissão de Fiscalização e Controle (CTFC), onde será analisado em detalhes. Para que entre em vigor, ele ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pela Presidência da República. Esse processo pode incluir ajustes no texto ou discussões sobre sua aplicação prática.

Além disso, será necessário que o Banco Central, em conjunto com os bancos, desenvolva regulamentações específicas para operacionalizar a devolução de recursos e garantir que o processo seja eficiente. A expectativa é que essas normas fortaleçam a confiança dos consumidores nos sistemas de pagamento digitais, como o Pix.

Fique atento: Parece pegadinha, mas não é! Leilão do Detran tem carros e motos a partir de R$ 1 MIL; garanta pelo menos um

Como funciona o processo atualmente para quem é vítima de golpe?

Hoje, as vítimas de golpes precisam agir rapidamente para aumentar as chances de recuperar os valores transferidos indevidamente. O primeiro passo é informar o banco sobre a fraude e solicitar o bloqueio da transação. Em seguida, é essencial registrar um Boletim de Ocorrência, trocar senhas de acesso e denunciar o caso às autoridades, como a delegacia de crimes virtuais.

No entanto, o processo nem sempre garante a devolução integral do dinheiro. Muitas vezes, as instituições financeiras conseguem bloquear apenas parte dos valores transferidos, especialmente quando os recursos já foram sacados ou transferidos para outras contas.

Ele sempre funciona?

Infelizmente, o processo atual não é eficiente para todos. Algumas vítimas enfrentam dificuldades para recuperar o dinheiro, mesmo após seguirem todos os passos recomendados. Os bloqueios, quando realizados, nem sempre impedem o uso dos recursos pelos golpistas. Além disso, há casos em que os bancos demoram a agir, reduzindo as chances de recuperação total.

A devolução parcial ou inexistente do dinheiro é uma realidade para muitas pessoas. Sem uma regulamentação clara e obrigatória, o consumidor fica à mercê da agilidade e do interesse das instituições financeiras em resolver a situação.

Por isso, o projeto de lei aprovado pela CCJ representa um avanço importante, ao estabelecer medidas concretas que ampliam a proteção às vítimas e responsabilizam os bancos de forma mais rigorosa.

Saiba mais: Primeira parcela do meu 13º não caiu, e agora? Aprenda a exigir seus direitos!