Tumultos em Angola deixam 22 mortos e 197 feridos em dois dias

Ao longo de dois dias de greve dos taxistas em Angola, diversas manifestações geraram episódios de vandalismo e desordem. O governo angolano, por meio do ministro da Administração Interna, Manuel Homem, informou que a situação nas ruas já foi controlada e se encontra calma.

O balanço oficial aponta para 22 mortes, incluindo a de um policial, além de 197 feridos. O número de detenções chegou a 1.214, resultado dos confrontos que ocorreram, principalmente, nas províncias de Luanda, Huíla, Huambo e Ícolo e Bengo. O governo afirma que as desordens foram contidas.

Na capital angolana, a situação se agravou com saques em lojas e a destruição de veículos, tanto públicos quanto privados. Confrontos entre a polícia e jovens ocorreram em alguns bairros de Luanda, exigindo uma resposta rápida das forças de segurança. Durante a greve, estabelecimentos comerciais, incluindo mercados informais e postos de combustível, permanecem fechados, e as principais avenidas da cidade estavam vazias, com a população em casa.

O subcomissário Mateus Rodrigues, da Polícia Nacional, comentou que as forças estavam mais atentas e conseguiram reprimir os atos de violência, restaurando a ordem por volta das 16h. Em busca de normalizar a mobilidade na cidade, os ônibus da Transports Colectivo Urbano de Luanda retomarão as operações a partir das 11h de quarta-feira, conforme informações do governo.

Apesar do anúncio da direção da Associação Nacional dos Taxistas de Angola sobre o fim da greve de três dias, a delegação em Luanda optou por continuar com a paralisação até a quarta-feira. Os táxis, conhecidos como “candongueiros”, são um meio de transporte essencial para muitos angolanos, especialmente em um país onde os transportes públicos são limitados.

No início de julho, uma elevação de 30% no preço do gasóleo levou ao aumento das tarifas desses táxis. Essa situação reflete a redução gradual dos subsídios do governo para os combustíveis, como parte de um esforço para estabilizar as finanças públicas de Angola. Nesse contexto, o país enfrenta desafios fiscais e precisa liquidar uma dívida externa de aproximadamente 9 bilhões de dólares no próximo ano, além de ser vulnerável às flutuações nos preços internacionais do petróleo.