Toxina de escorpião da Amazônia é promissora no combate ao câncer de mama

Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, da USP, fizeram uma descoberta incrível relacionada ao veneno do escorpião Brotheas amazonicus, que é encontrado apenas na Amazônia. As toxinas desse aracnídeo, que normalmente servem como mecanismo de defesa, podem ser a chave para desenvolver um medicamento contra o câncer de mama.

Quando testadas em laboratório com células cancerígenas, uma molécula chamada BamazScplp1, presente nesse veneno, mostrou resultados muito parecidos com os de medicamentos quimioterápicos como o Paclitaxel. Isso é empolgante, especialmente porque essa toxina se mostrou eficaz contra tipos mais agressivos da doença.

Vale destacar que, apesar dos resultados promissores, esses testes ainda estão no estágio de laboratório. Os cientistas estão animados, mas é preciso cautela, pois a toxina afetou também células saudáveis durante os experimentos. Isso mostra que há um caminho pela frente, mas a possibilidade de um tratamento inovador está ganhando forma.

Aplicação das toxinas em tratamento de câncer pode levar mais de uma década

Como os resultados ainda estão em fase inicial, a pesquisa precisa avançar bastante. Os próximos passos envolvem entender como modificar a toxina do escorpião para que cause menos danos às células saudáveis. A ideia é que, assim, ela possa se tornar uma alternativa de tratamento viável e seguro.

A pesquisadora Karla Bordon, que faz parte desse projeto, mencionou que mesmo com a tecnologia disponível, o tempo médio para que esses estudos se transformem em testes com voluntários pode levar até uma década. Isso significa que, embora a descoberta traga esperança, ela ainda está a alguns anos de uma possível aplicação clínica.

A próxima fase inclui testes em animais. Se esses testes funcionarem, será um passo importante para validar o uso dessa substância em seres humanos. Portanto, mesmo com todo o potencial que o veneno do Brotheas amazonicus mostra, a realidade de um tratamento efetivo para o câncer de mama pode demorar um pouquinho mais para se concretizar.