De olho no consignado, Governo decide subir teto de JUROS para aposentados do INSS; o que muda na prática?
Beneficiários do INSS precisam se atentar à nova taxa de juros do empréstimo consignado; contrate com responsabilidade
As recentes mudanças no crédito consignado têm gerado debates entre governo, bancos e beneficiários do INSS. A medida aprovada pelo Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) pretende ajustar o teto de juros mensais dessa modalidade de empréstimo.
O consignado é uma das formas mais procuradas de crédito entre aposentados e pensionistas. Com taxas mais baixas e pagamento descontado diretamente da folha de benefícios, ele é visto como uma alternativa acessível. No entanto, o aumento do custo de captação tem causado desafios para a oferta.
As taxas praticadas precisam equilibrar acessibilidade para os beneficiários e viabilidade econômica para as instituições financeiras. As mudanças recentes mostram que encontrar esse ponto de equilíbrio continua sendo um grande desafio.
Novo teto de juros do consignado e reações após o anúncio
O CNPS aprovou a elevação do teto dos juros do consignado de 1,66% para 1,80% ao mês. Essa decisão visa viabilizar a retomada do crédito, suspenso por diversos bancos nos últimos meses devido ao custo da operação. Apesar do ajuste, a Febraban considera a medida insuficiente.
Segundo a Federação, o novo teto não cobre os custos operacionais da modalidade, o que deve limitar a capacidade das instituições de atender a toda a demanda.
A entidade ainda argumenta que um limite de 1,99% seria mais adequado, permitindo maior alcance do crédito, principalmente para aposentados com maior risco de inadimplência.
Os bancos também destacaram que a linha de crédito consignado do INSS registrou queda de 27% em dezembro de 2024, a pior performance dos últimos três anos. Essa redução reflete as dificuldades enfrentadas pelo setor diante das taxas impostas.
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Contexto econômico e efeitos da medida para beneficiários
A alta na taxa básica de juros (Selic), que passou de 11,25% para 12,25% ao ano em dezembro de 2024, influenciou diretamente os custos de captação. A elevação pressionou os bancos, que precisaram reavaliar a oferta de crédito consignado.
Desde junho de 2024, o teto de 1,66% estava em vigor, mas os bancos apontaram sua incompatibilidade com o cenário econômico. A mudança recente tenta corrigir o descompasso, mas enfrenta críticas pela falta de adequação às necessidades do mercado financeiro.
O crédito consignado do INSS segue sendo uma ferramenta essencial para milhões de aposentados e pensionistas que dependem dessa modalidade para enfrentar despesas imprevistas.
Contudo, as dificuldades para atender a demanda e manter a sustentabilidade financeira das operações apontam para a necessidade de ajustes mais amplos.
Enfim, as novas regras começam a valer cinco dias após a publicação no Diário Oficial da União, prevista para os próximos dias. Apesar das controvérsias, a medida busca aliviar a suspensão do crédito consignado por parte dos bancos, enquanto negociações continuam para aperfeiçoar o modelo.
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