Tesouro Direto: como funciona e por que é uma opção segura para iniciantes

O Tesouro Direto é um programa criado pelo Tesouro Nacional em parceria com a B3 que permite a compra de títulos públicos federais por pessoas físicas de forma totalmente digital. Desde 2002, esse sistema democratiza o acesso a investimento em dívida pública, inicialmente com entrada mínima de R$ 30,00 e, desde novembro de 2024, sem exigência de valor mínimo, permitindo frações de apenas 0,01 título.

Essa iniciativa abriu espaço para que qualquer brasileiro com conexão à internet faça aplicações alinhadas a seus objetivos, seja curto, médio ou longo prazo. Além disso, oferece liquidez diária na maioria das modalidades, baixos custos e segurança, pois os títulos são garantidos pelo Tesouro Nacional.

Para quem está começando, o Tesouro Direto é um ponto de partida acessível, ágil e informativo sobre o mercado financeiro. Com múltiplas opções que se adaptam a diferentes perfis, mesmo os investidores conservadores têm na plataforma uma alternativa sólida para compor sua carteira.

O que é o Tesouro Direto e como ele surgiu

O Tesouro Direto foi lançado em 2002 pelo Tesouro Nacional em cooperação com a B3. Seu propósito inicial era democratizar o acesso da população aos títulos públicos, parte da dívida federal, permitindo que pessoas físicas comprassem esses papéis pela internet. Desde o seu surgimento, os investidores puderam emprestar recursos ao governo em troca de remuneração, dentro de um ambiente transparente e acessível.

Em novembro de 2024, a plataforma passou a permitir aplicações em frações mínimas de 0,01 título, sem valor mínimo, ampliando ainda mais o acesso. Assim, qualquer pessoa pode começar a investir com quantias reduzidas, reforçando o caráter democrático da ferramenta.

O sistema operacional do programa envolve bancos e corretoras habilitados como agentes financeiros, que intermedeiam as compras e vendas. O Tesouro Nacional, por sua vez, define as condições de remuneração, prazos e indexadores de cada papel disponível.

Esses elementos históricos e operacionais explicam por que o Tesouro Direto se firmou como referência no mercado brasileiro de renda fixa, atraindo tanto pequenos investidores quanto aqueles em busca de segurança e previsibilidade.

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Como o Tesouro Direto funciona na prática

Na prática, o investidor escolhe um título e determina o valor a aplicar, transferindo recursos via sua corretora ou banco. A partir daí, a custódia é feita pela B3, com taxas e rentabilidade disponíveis em tempo real.

Quando há necessidade de resgate, a B3 recompra os títulos no mercado, considerando o preço vigente, que varia conforme oferta, demanda e expectativas econômicas. A liquidez ocorre em até um dia útil após a solicitação. No entanto, apenas o Tesouro Selic garante liquidez sem risco de perda de capital em resgates antecipados.

A rentabilidade pode ser prefixada, atrelada à Selic ou ao IPCA, conforme o título adquirido. Os juros podem ser pagos no vencimento ou semestralmente, dependendo do tipo do título, o que oferece fluxos de caixa regulares ou ganhos acumulados até a data final.

As operações são realizadas em ambiente digital, via plataforma do Tesouro Direto ou do agente financeiro, em dias úteis, das 9h30 às 18h, com valores indicativos fora desse horário.

Principais tipos de títulos disponíveis

No Tesouro Direto, há diferentes categorias de títulos, cada uma adequada a um perfil e cenário econômico:

  1. Tesouro Selic (LFT): pós-fixado, segue a taxa básica de juros. Ideal para reserva de emergência pelo baixo risco e liquidez diária.
  2. Tesouro Prefixado (LTN): remuneração definida no momento da compra, paga no vencimento. Indicada para quem busca previsibilidade, embora oscile se vendida antes da data de vencimento.
  3. Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F): oferece cupom semestral, útil para quem deseja fluxo de caixa regular, como aposentados.
  4. Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal): híbrido. Garante rendimento real acima da inflação, pois soma taxa fixa ao IPCA.
  5. Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B): combina pagamento da inflação com cupom semestral, adequada para quem precisa de renda periódica.
  6. Tesouro RendA+: também híbrido, com pagamento mensal por 20 anos após o vencimento, indicado para complementar renda na aposentadoria.
  7. Tesouro Educa+: similar ao RendA+, mas com pagamentos mensais por cinco anos, voltado a financiar educação.

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Vantagens de investir no Tesouro Direto

O investimento no Tesouro Direto apresenta vantagens consideráveis, especialmente para iniciantes. A seguir, cada uma delas:

  • Segurança: títulos garantidos pelo Tesouro Nacional, considerada a menor exposição ao risco de crédito no país.
  • Acessibilidade: aplicativo e site permitem aplicação com frações mínimas, sem valores mínimos fixos.
  • Liquidez diária: resgate possível em qualquer dia útil, com liquidação em até um dia.
  • Transparência: taxas, rentabilidade e custos são apresentados de forma clara nas plataformas.
  • Diversificação de prazos e indexadores: há alternativas de curto, médio e longo prazo, com remuneração prefixada, atrelada à Selic ou ao IPCA.
  • Baixo custo: taxa de custódia de 0,20% ao ano cobrada semestralmente; muitas corretoras renunciam a taxa administrativa.

Esses aspectos tornam essa modalidade bastante atrativa, principalmente para quem busca segurança, previsibilidade e estrutura para planejamentos financeiros.

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Mesmo com liquidez diária, é essencial alinhar o tipo de título aos seus objetivos para evitar perdas em resgates antecipados – Crédito: Jeane de Oliveira / pronatec.pro.br

Quais os riscos envolvidos e como evitá-los

Apesar da segurança relativa, o Tesouro Direto envolve riscos que devem ser considerados:

Marcação a mercado

O valor dos títulos prefixados e híbridos oscila conforme expectativas de juros e inflação. Resgates antecipados podem resultar em perdas ou ganhos, dependendo do momento da venda.

Risco da taxa de juros

Se os juros subirem, títulos prefixados e indexados ao IPCA podem desvalorizar. Por outro lado, quedas de juros valorizam esses papéis.

Liquidez em crises

Embora o programa ofereça recompra diária, em momentos de instabilidade pode haver volatilidade maior nos preços, exigindo atenção ao resgatar antes do vencimento.

Como mitigar riscos

Investidores devem alinhar o tipo de título ao horizonte de aplicação. Para reservas de emergência, optar pelo Tesouro Selic. Já para objetivos de longo prazo, considerar IPCA+ ou prefixados, mantidos até o vencimento.

Comparação com outros investimentos de renda fixa

A tabela a seguir apresenta um comparativo entre o Tesouro Direto e outros produtos de renda fixa:

ProdutoEmissorRentabilidadeGarantiaLiquidez
Tesouro DiretoGoverno FederalPrefixada, IPCA+ ou SelicTesouro NacionalDiária (com variação)
CDBBancosPrefixada ou pós-fixadaFGC até R$ 250 milDiária ou no vencimento
LCI/LCABancosPrefixada ou atreladaFGC até R$ 250 milGeralmente carência prévia
DebênturesEmpresasDiversas modalidadesSem garantia pública, risco corporativoBaixa

Essa comparação indica que o Tesouro Direto se diferencia por oferecer garantia soberana, liquidez diária e variedade de indexadores, mesmo que em certos casos outros produtos possam render mais.

Passo a passo para começar a aplicar no Tesouro Direto

  1. Abra conta em uma corretora ou banco habilitado, preferencialmente sem taxa administrativa.
  2. Aguarde cadastro no Tesouro Direto e acesse o sistema com login e senha.
  3. Analise os títulos disponíveis para alinhar prazo, rentabilidade e objetivo financeiro.
  4. Informe o valor desejado, que pode ser menor a R$ 30,00, e emita a ordem de compra.
  5. Acompanhe sua posição via app ou plataforma, verificando rentabilidade e vencimento.

Após a compra, os extratos ficam disponíveis online e o imposto de renda será retido na fonte no resgate ou vencimento.

Dicas para iniciantes que querem segurança e rentabilidade

  • Comece com Tesouro Selic para construir reserva de emergência.
  • Defina objetivos claros, como curto ou longo prazo.
  • Considere inflação e juros previstos, escolhendo os títulos adequados.
  • Evite resgates antecipados de prefixados ou híbridos para não assumir perdas.
  • Use simuladores das plataformas para estimar ganhos brutos e líquidos.
  • Faça aportes recorrentes, aproveitando custos baixos e juros compostos.

Essas práticas combinadas permitem equilíbrio entre segurança e ganhos consistentes.

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Tesouro Direto vale a pena em 2025? Veja o cenário atual

Em junho de 2025, o Tesouro Selic rende aproximadamente a taxa básica de juros, enquanto títulos prefixados oferecem retornos na faixa de 13% ao ano e os IPCA+ apresentam taxas reais superiores a 7%, conforme dados de mercado. Esses rendimentos ainda estão entre os mais atrativos da renda fixa, diante de níveis de inflação e Selic elevados no Brasil.

Com o cenário macroeconômico instável, títulos indexados ao IPCA garantem proteção contra perda de poder de compra. Já os prefixados permitem fixar ganhos em um patamar ainda razoável frente à histórica volatilidade.

Por isso, o Tesouro Direto continua sendo uma alternativa sólida e segura para quem busca começar a investir ou equilibrar carteira com ativos de renda fixa previsível, especialmente diante da situação econômica atual.