SUS anuncia nova abordagem para tratamento do câncer no Brasil

Uma das inovações mais promissoras para o combate ao câncer é a terapia celular CAR-T. Esse método é bem interessante porque é personalizado: utiliza os próprios linfócitos T do paciente, aqueles responsáveis pela defesa do organismo, e os modifica geneticamente para que combatam as células tumorais de forma mais eficaz.

Para isso, as células cancerosas são coletadas e transformadas em laboratório. Elas são treinadas para reconhecer antígenos específicos, que são sinais de alerta que indicam a presença de células doentes. Após essa transformação, as células são reintroduzidas no corpo do paciente, onde podem fazer um ataque direcionado aos tumores. Embora essa terapia enfrente desafios em relação aos cânceres sólidos, ela ainda representa um grande avanço na área.

A inovação

No tratamento de cânceres hematológicos, como linfomas e leucemias, a terapia CAR-T mostra resultados bastante eficazes. Contudo, a produção dessas células modificadas não acontece aqui no Brasil; elas normalmente precisam ser enviadas ao exterior para serem processadas. Isso gera custos altos, que podem ultrapassar os R$ 3 milhões, o que torna o acesso a esse tratamento algo bem complicado.

Para mudar esse quadro, o governo brasileiro está se mobilizando e firmou parcerias com países do BRICS para nacionalizar a produção dessa terapia. A ideia é construir uma infraestrutura própria que permita reduzir os custos e, assim, facilitar o acesso ao tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Isso também implica em fortalecer a pesquisa e capacitar profissionais de saúde, além de promover uma conscientização maior entre a população.

Essa estratégia pode ser um divisor de águas, ajudando a reduzir as desigualdades no tratamento do câncer. Com a instalação de laboratórios, e o treinamento de pessoal, o Brasil poderá deixar de depender das estruturas estrangeiras. Isso deve também diminuir o tempo de espera por atendimentos, reforçando a capacidade científica do país e abrindo caminho para métodos ainda mais avançados.

Se tudo correr bem, a terapia CAR-T pode se tornar um marco no combate ao câncer, oferecendo um tratamento de ponta acessível a muitos pacientes que atualmente não têm alternativas viáveis. Essa mudança colocará o Brasil em uma posição de destaque, integrando ciência, acessibilidade e um impacto social significativo.