Startup brasileira cria robô que planta 14 mil árvores diárias

O Brasil está diante de um grande desafio: restaurar 12 milhões de hectares de terras até 2030. A técnica tradicional de plantio é lenta e demanda muito tempo, então a tecnologia se torna um convite a soluções inovadoras. Enquanto drones, como os da empresa francesa Morfo, dominam os céus plantando sementes de forma rápida e eficiente, uma startup brasileira chamada AutoAgroMachines traz uma abordagem diferenciada com um robô terrestre que promete transformar a recuperação ambiental.

A realidade do reflorestamento no Brasil não é nada simples. O método tradicional de replantar árvores pode ser demorado e dispendioso, especialmente em terrenos acidentados. Aqui é que entram as novas tecnologias, que se destacam por oferecer alternativas viáveis. Drones com a capacidade de plantar até 10 mil árvores por dia chamam a atenção, mas a competição entre a semeadura aérea e o plantio terrestre automatizado está em alta.

A estratégia aérea de sementes

A Morfo é uma das pioneiras no reflorestamento aéreo no Brasil. Ela utiliza drones que seguem um processo em quatro etapas: diagnóstico da área usando imagens de alta resolução, escolha de sementes nativas, dispersão aérea e monitoramento contínuo com inteligência artificial. O mais interessante é que essas sementes são protegidas por cápsulas biodegradáveis, garantindo que germinem bem e reduzindo a necessidade de viveiros.

Cada drone consegue dispersar 180 cápsulas por minuto, cobrindo até 50 hectares em um único dia — um feito que é entre 50 a 100 vezes mais rápido que o plantio manual. A velocidade realmente impressiona, mas o verdadeiro desafio é garantir que essas sementes sobrevivam em campo.

O robô da startup brasileira AutoAgroMachines

Do outro lado, temos a AutoAgroMachines. Fundada por Marcello Guimarães, a empresa desenvolveu o Forest.bot, um robô de nove toneladas que planta mudas completas. Essa máquina representa um avanço na engenharia, pois insere as mudas no solo com precisão, evitando danos.

O robô usa inteligência artificial para monitorar a qualidade do plantio em tempo real. Ele é capaz de plantar até 1.800 mudas por hora, arrecadando dados como a espécie e a posição GPS de cada muda. Isso gera um mapa detalhado, fundamental para futuras intervenções.

Comparando as tecnologias de reflorestamento

A escolha entre drones e robôs depende muito do que se deseja alcançar e das condições do local.

  • Drones (Aéreo): Oferecem uma velocidade única, sendo perfeitos para áreas de difícil acesso, como encostas. O custo é geralmente mais baixo, mas a taxa de sobrevivência das sementes requer atenção.

  • Robô (Terrestre): Traz alta precisão, plantando mudas que estão mais robustas e geralmente têm maiores chances de sobrevivência. É indicado para áreas que são mais fáceis de transitar e para a silvicultura comercial.

O futuro do reflorestamento: desafios e oportunidades

À medida que essas novas tecnologias avançam, surge um novo desafio: garantir que haja uma cadeia de suprimentos de sementes e mudas de qualidade. O sucesso em plantar milhões de árvores por dia está diretamente ligado à disponibilidade de material biológico diversificado e geneticamente adequado.

Acredita-se que o futuro do reflorestamento no Brasil não será sobre qual tecnologia é a melhor, mas sim sobre como integrar essas soluções. Drones poderão rapidamente plantar espécies pioneiras em grandes áreas, enquanto robôs como o da AutoAgroMachines farão o plantio com precisão em locais específicos. Essa combinação pode ser a chave para que o Brasil alcance suas metas ambientais e revitalize seus ecossistemas de maneira eficaz e sustentável.