Soluço persistente: entenda quando ele pode indicar problemas graves de saúde
Soluço comum é passageiro, mas sua persistência pode revelar condições sérias que exigem atenção médica urgente.
Quando o soluço aparece, a maioria das pessoas pensa numa contração rápida e passageira, que causa um leve incômodo ou até risadas. Normalmente, isso acontece por motivos simples, como comer rápido demais ou beber refrigerante.
Mas o soluço pode durar muito mais — horas, dias ou até semanas — e aí começa a atrapalhar a rotina, o sono, a fala e a alimentação. Nesses casos, ele deixa de ser apenas uma curiosidade incômoda para ser um sinal de algo mais sério.
O que causa o soluço?
O soluço acontece quando o diafragma, músculo fundamental para a respiração, se contrai de forma involuntária e brusca. Essa contração traz uma inspiração rápida, que é abruptamente interrompida pelo fechamento da glote, a “porta” das vias respiratórias, formando o som do soluço.
Apesar de ser algo conhecido desde a Antiguidade, ainda não se sabe exatamente qual o papel do soluço no corpo. Pesquisadores acreditam que o reflexo envolve nervos ligados ao diafragma e ao sistema digestivo, assim como conexões complexas no sistema nervoso central.
Quando o soluço é grave?
Crises que duram mais de 48 horas são chamadas de soluços persistentes. Se se prolongam por meses, passam a ser intratáveis. Embora raros, esses casos podem comprometer muito a qualidade de vida.
Recentemente, o ex-presidente Jair Bolsonaro sofreu uma crise assim, com soluços frequentes acompanhados de refluxo e vômitos, que dificultam atividades básicas como comer e dormir.
Causas associadas e riscos
A irritação ou dano em nervos que controlam o diafragma, como o frênico e o vago, costuma ser responsável. Doenças como refluxo gastroesofágico, infecções, tumores e inflamações do sistema nervoso central — como meningite e AVC — são suspeitas.
Problemas metabólicos, desequilíbrios de eletrólitos e uso de medicamentos, além de fatores como estresse e cirurgias abdominais prévias, também podem desencadear soluços prolongados.
Como agir diante do soluço?
Soluços curtos e comuns costumam passar sozinhos ou podem ser amenizados com técnicas simples: prender a respiração, beber água gelada em goles rápidos, gargarejar ou estimular o nervo vago com pressão nos olhos.
Já os soluços persistentes pedem atenção médica. Diagnóstico detalhado com conversa e exames específicos, como sangue, endoscopia ou ressonância, ajudam a identificar a causa e direcionar o tratamento ideal.