Segunda temporada de Sandman cancelada após queda de audiência

A segunda temporada da série “Sandman”, disponível na Netflix, apresentou uma queda na audiência em comparação com a primeira. A diferença de quase três anos entre os lançamentos das duas temporadas contribuiu para essa diminuição de interesse. Embora a plataforma tenha optado por lançar os episódios em duas partes, a estratégia não foi suficiente para manter o público engajado.

Na primeira parte da segunda temporada, foram liberados os seis primeiros episódios em 3 de julho, seguidos pelos episódios 7 a 11 no dia 24 de julho. Um episódio bônus foi disponibilizado em 31 de julho. O showrunner Allan Heinberg, responsável pela série, revelou que “Sandman” foi planejada para focar principalmente na narrativa do personagem Sonho. Durante a avaliação do material existente, ficou claro que não haveria conteúdo suficiente para além de duas temporadas.

Recentemente, a Netflix anunciou o cancelamento de “Sandman”, decisão que foi comunicada no início de 2025. Um dos motivos apontados para a desistência é o longo intervalo sem novos episódios, um ponto frequentemente criticado pelos espectadores, que frequentemente acabam se interessando por outras produções disponíveis nas plataformas de streaming durante esses hiatos.

Essa decisão de cancelar a série também se deu em um contexto de controvérsias envolvendo Neil Gaiman, o criador da obra original, que enfrenta acusações graves, incluindo estupro e tráfico de pessoas. Scarlett Pavlovich foi uma das primeiras mulheres a denunciá-lo publicamente. Ela processou Gaiman por suposto tráfico humano. O processo, que veio à tona em fevereiro do ano atual, menciona também Amanda Palmer, ex-esposa de Gaiman e vocalista da banda The Dresden Dolls. Os documentos sugerem que Amanda tinha conhecimento das ações de Gaiman em relação a mulheres que passavam pelo casal.

De acordo com os autos, Pavlovich conheceu Amanda primeiro antes de ser apresentada a Gaiman. A denunciante afirma que Amanda teria explorado a vulnerabilidade financeira dela entre 2020 e 2021, período em que trabalhava como babá do filho do escritor.

Os documentos judiciais incluem relatos detalhados dos encontros entre Pavlovich e Gaiman, durante os quais, segundo a acusadora, ocorreram os atos de agressão sexual que ela denunciou.

Em julho de 2024, um podcast britânico revelou entrevistas com outras mulheres que também acusam Gaiman de agressão sexual. Após essas revelações, esse mesmo veículo divulgou novos depoimentos que ampliaram as acusações contra ele. A revista americana Vulture também publicou uma matéria aprofundada sobre o caso, que foi capa da New York Magazine, onde foram compartilhadas as experiências de quatro das cinco mulheres que denunciaram Gaiman, além de relatos de outras vítimas que apresentam semelhanças nas suas histórias.