Rupert Everett é demitido de ‘Emily in Paris’ sem aviso prévio
Rupert Everett Fala Sobre Cinema, Homossexualidade e Suas Experiências na Indústria
Rupert Everett, conhecido por sua sinceridade, não hesita em compartilhar suas opiniões sobre o cinema e suas experiências como ator abertamente homossexual. Em um evento recente no festival internacional de cinema Marateale, em Maratea, Itália, ele destacou mudanças positivas na aceitação de pessoas LGBTQ+ na indústria cinematográfica. "É ótimo que haja menos estigma ao ser gay, lésbica ou trans, e agora há mais oportunidades de trabalho", afirmou.
No entanto, ele expressou preocupação com o estereótipo de que personagens homossexuais devem ser sempre positivos. “Se você é homossexual, precisa interpretar um tipo de santo. Não pode ser um serial killer, por exemplo, porque isso reforça uma imagem negativa da homossexualidade", disse. Para ele, isso torna os personagens menos interessantes e mais unidimensionais.
Everett também criticou a politização que permeia a arte atualmente. Ele acredita que essa abordagem afeta tanto a heterossexualidade quanto a homossexualidade, além de outros temas sociais como racismo e movimento MeToo. "Estamos vivendo uma cultura de vitimização, onde todos se veem como vítimas. Isso é problemático", concluiu, destacando que, em sua juventude, as pessoas se viam como sobreviventes.
Por outro lado, ele mencionou que a nova geração de jovens é ensinada a seguir sonhos, mas não está preparada para o trabalho duro que é necessário para realizá-los. "Na minha época, havia um caminho mais difícil. Para se tornar um ator, você precisava se dedicar ao teatro provincial antes de conseguir papéis maiores", explicou.
O ator sugeriu que os jovens observem seus colegas, leiam e se interessem pelo que está ao seu redor, além de afastarem o olhar dos smartphones. Sua carreira foi inspirada por Julie Andrews em "Mary Poppins", filme que ainda é seu favorito. Ele começou sua trajetória artística em Londres e depois atuou em Glasgow.
Em 1984, uma peça chamada "Another Country", na qual participou, foi adaptada para o cinema e apresentada no Festival de Cannes. Ao olhar para o passado, Everett reconhece que enfrentou muitas dificuldades em sua juventude, especialmente ao trabalhar com o diretor italiano Francesco Rosi, e lamenta não ter aproveitado melhor algumas oportunidades.
Em 2018, ele dirigiu "The Happy Prince", um filme sobre Oscar Wilde, uma figura que considera essencial na luta pelos direitos LGBTQ+. “Ele é como um Cristo para os homossexuais, pois ele quebrou o silêncio sobre o assunto”, refletiu.
Quanto ao futuro, Everett não tem certeza se dirigirá outro filme. Ele também comentou sobre sua saída da série "Emily in Paris", onde foi demitido após gravar uma cena. "Foi uma tragédia para mim. Fiquei de cama por duas semanas por conta disso", revelou.
Despedindo-se do festival, Rupert Everett recebeu o Prêmio Internacional Basilicata, continuando sua jornada na indústria cinematográfica com a mesma autenticidade que o caracteriza.