Ratos se comunicam após mutação genética em laboratório
Um estudo da Universidade Rockefeller, nos Estados Unidos, trouxe à tona descobertas fascinantes sobre a evolução da linguagem humana. Os cientistas deram um passo importante ao modificar um gene em ratos, fazendo com que eles começassem a se comunicar de maneiras diferentes.
Esse experimento focou no gene NOVA1, que tem uma ligação direta com o desenvolvimento neural e a fala em mamíferos. Os pesquisadores conseguiram alterar esse gene para uma versão mais parecida com a humana. O resultado? Os ratos passaram a emitir sons com frequências e padrões bem diferentes dos habituais, sem perder a capacidade de vocalização.
Durante o teste, os filhotes emitiram sons mais agudos. Já os machos adultos produziram vocalizações mais complexas, especialmente quando estavam perto das fêmeas. Para os cientistas, essas mudanças podem ser um reflexo dos processos que marcaram a evolução da comunicação entre os seres humanos.
Por que essa descoberta é tão significativa?
Nos últimos anos, outros genes, como o FOXP2, já tinham sido ligados ao desenvolvimento da linguagem. No entanto, os resultados com o NOVA1 se destacam por serem bastante promissores. A relação do gene com a comunicação humana levanta a hipótese de que essa modificação genética surgiu após a divisão evolutiva dos Homo sapiens em relação a outros hominídeos.
Os pesquisadores acreditam que a versão humana do NOVA1 apareceu na África e se tornou dominante, ajudando na comunicação vocal. À medida que as pessoas começaram a se espalhar, esse gene modificado passou a ser encontrado em diversos indivíduos.
Especialistas, como o geneticista Wolfgang Enard, que é referência nos estudos sobre o FOXP2, enxergam o NOVA1 como uma nova peça fundamental para entender as origens da fala. Isso abre espaço para mais pesquisas, e a expectativa é que novos estudos ofereçam respostas ainda mais claras sobre esse tema tão intrigante.