Radar em formato de pirâmide confunde motoristas; entenda o significado
Uma nova estrutura, conhecida como “radar pirâmide”, tem chamado a atenção de motoristas nas ruas do Brasil. Com seu formato triangular invertido, muitos acreditam que se trata de uma nova geração de radares inteligentes. Mas, ao investigar mais fundo, especialistas e fontes oficiais afirmam que essa invenção nada mais é do que um dispositivo antifurto, sem tecnologia nova de fiscalização.
Essas estruturas foram instaladas em rodovias, como a Ayrton Senna, em São Paulo, com o objetivo de proteger os radares reais de furtos e vandalismo. O design piramidal dificulta o acesso a esses equipamentos, que podem ter um custo alto, ultrapassando os R$ 100 mil. A intenção é garantir que câmeras e sensores fiquem seguros em locais com histórico de vandalismo.
Estrutura não possui tecnologia avançada
Diferentemente do que alguns sites têm sugerido, a pirâmide não abriga nenhum tipo de sensor inovador, como LiDAR ou sistemas de inteligência artificial. Essas novas tecnologias já estão em uso em outros radares pelo país, mas não têm nada a ver com o design triangular. A forma da pirâmide é, na verdade, uma questão de funcionalidade e segurança, não de modernidade.
Radares inteligentes existem, mas são diferentes
Nos últimos anos, várias cidades começaram a utilizar radares inteligentes que podem identificar infrações, como o uso indevido do celular e a falta do cinto de segurança. No entanto, essas inovações não estão relacionadas à estrutura em formato de pirâmide, mas sim à tecnologia interna de cada radar.
Denatran não testa o suposto radar pirâmide
Outra informação incorreta é que o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) estaria testando esses equipamentos em grandes cidades. Na verdade, a atualização da fiscalização eletrônica é feita por órgãos locais e parcerias com empresas privadas. Até agora, não há nenhum programa nacional para a instalação em massa das pirâmides.
Número de municípios com estrutura não é confirmado
A ideia de que até 50 cidades terão esse novo radar até 2025 também não se sustenta. Essas estruturas são usadas em locais específicos e não fazem parte de uma expansão planejada. Enquanto isso, mais de 700 radares modernos já estão em operação em 24 estados do Brasil.
Não há comprovação de redução de acidentes
Sobre a promessa de redução de acidentes, afirmando que essa estrutura poderia diminuir os sinistros em até 30%, não existem dados que comprovem essa informação. Embora os radares inteligentes realmente ajudem na redução de acidentes, as estatísticas variam bastante. Em Salvador, por exemplo, houve uma queda significativa nas mortes com a utilização de radares Doppler, mas isso não tem relação com os radares em formato de pirâmide.
Integração com segurança pública é limitada
A afirmação de que esses radares se integram a sistemas de segurança pública também não é verdadeira. Algumas cidades, como São Paulo e Salvador, utilizam câmeras OCR para identificar veículos roubados, mas isso é feito por meio de tecnologia e softwares, e não por causa do design desses radares.
Com tudo isso, fica claro que o “radar pirâmide” é apenas uma proteção metálica que não traz inovações na fiscalização do trânsito. A confusão sobre sua real função surge devido ao seu formato inusitado. As evidências mostram que não estamos diante de uma revolução no controle de trânsito, mas de uma simples questão de segurança.
E aí, o que você acha? Deveria haver uma sinalização melhor para que os motoristas entendam o que é esse tipo de equipamento?