Quem recebe BPC pode receber Bolsa Família? Entenda as novas regras

Governo federal atualizou as regras de acesso aos principais benefícios sociais. Mudanças afetam diretamente quem já recebe ou pretende solicitar o BPC

O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é uma das principais ferramentas de assistência social no país. Voltado para idosos com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência, ele garante um salário mínimo mensal. O acesso ao auxílio está condicionado a critérios de renda e à inscrição no Cadastro Único.

o Bolsa Família tem como foco famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza. O programa transfere valores mensais e exige a presença de crianças ou adolescentes em idade escolar, entre outros requisitos. Ambos os benefícios visam reduzir desigualdades e garantir acesso a condições básicas.

Com a atualização das normas, surgiram novas diretrizes sobre a possibilidade de recebimento simultâneo. A dúvida sobre a compatibilidade entre BPC e Bolsa Família passou a ser frequente entre os beneficiários. Por isso, é importante entender como os dois programas se relacionam.

Quem recebe BPC pode receber Bolsa Família Entenda as novas regras
É possível acumular BPC e Bolsa Família? – Crédito: Jeane de Oliveira / pronatec.pro.br

Legislação atual permite o recebimento dos dois benefícios por uma mesma família

A legislação em vigor estabelece que o BPC não deve ser incluído no cálculo da renda familiar per capita do Bolsa Família. Isso significa que uma família pode receber ambos os auxílios, desde que os demais critérios do programa de renda sejam cumpridos. Essa regra foi criada para ampliar a proteção a famílias.

O valor do BPC equivale a um salário mínimo, mas não gera direito a 13º salário nem pensão por morte. Ele também não exige contribuição ao INSS e pode ser revisto periodicamente para manter a regularidade do benefício.

Famílias com mais de um beneficiário do BPC também podem ser contempladas com o Bolsa Família. Desde que a renda, excluindo o BPC, esteja dentro do limite exigido pelo governo, a elegibilidade permanece válida.

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Atualização no Cadastro Único é obrigatória para continuar recebendo os auxílios

O Cadastro Único é a base de dados oficial utilizada pelo governo para avaliar a condição socioeconômica das famílias. Manter as informações atualizadas nesse sistema é indispensável para o recebimento tanto do BPC quanto do Bolsa Família.

As atualizações devem ocorrer a cada dois anos ou sempre que houver mudança na composição familiar. O responsável pelo grupo deve comparecer a um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) com os documentos exigidos.

No caso do BPC, também há exigência de recadastramento periódico com biometria dos beneficiários. Esse procedimento é exigido mesmo após a concessão e ajuda na manutenção do benefício sem interrupções. É importante ficar atento aos prazos estabelecidos para não perder o acesso ao recurso.

Processo de solicitação deve seguir etapas específicas para cada programa

Para o BPC, o pedido pode ser feito pelo site ou aplicativo Meu INSS (meu.inss.gov.br) ou presencialmente em uma agência do INSS. É necessário comprovar a renda por pessoa da família e, no caso de deficiência, passar por perícia médica. Idosos precisam comprovar apenas a idade e a condição de vulnerabilidade social.

Já para o Bolsa Família, o processo começa com a inscrição e atualização dos dados no Cadastro Único. Com as informações inseridas, o sistema do governo avalia se a família cumpre os critérios do programa. O acompanhamento pode ser feito no próprio CRAS ou por meio dos canais digitais do MDS.

As famílias não precisam escolher entre um benefício ou outro, desde que obedeçam às regras estabelecidas. O governo monitora as informações e cruza os dados para validar a concessão sem a necessidade de pedido separado.

Renda mensal e composição familiar influenciam diretamente na concessão dos benefícios

O critério de renda familiar per capita é um dos principais fatores para a elegibilidade aos programas sociais. Para o Bolsa Família, a renda máxima é de R$ 218 por pessoa, desconsiderando o valor do BPC recebido por algum membro.

Além da renda, a composição familiar também é considerada durante a análise do cadastro. Presença de crianças, adolescentes, gestantes e nutrizes influencia no valor final recebido pelo grupo familiar. Cada perfil é analisado individualmente para definir o montante e a continuidade do benefício.

Mesmo com o valor do BPC sendo fixo, as famílias beneficiadas podem complementar sua renda com o Bolsa Família. Essa possibilidade aumenta o alcance da política pública e atende um número maior de cidadãos em vulnerabilidade.