Quem não é casado no papel tem direito aos bens do companheiro? Entenda como funciona a lei!

Milhares de pessoas no Brasil não se casaram no papel, o que levanta a questão: mesmo assim, os bens são conjuntos?

A convivência em um relacionamento sem um casamento formalizado é uma realidade para muitas pessoas. Apesar de não haver uma cerimônia oficial ou registro no cartório, os direitos dos companheiros em relação ao patrimônio que acumularam durante a união podem valer pela legislação brasileira.

No entanto, é fundamental entender como essas regras funcionam e quais os critérios utilizados para definir os direitos de quem vive em uma união não formalizada. Afinal, nunca se sabe quando será necessário comprovar a relação.

Vale destacar que este tema é especialmente relevante para garantir a proteção jurídica de ambas as partes em caso de separação ou falecimento.

Você não é casado no papel, mas quer saber se tem direito a algum bem? Confira.
Você não é casado no papel, mas quer saber se tem direito a algum bem? Confira. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / pronatecnologia.com.br

Como funciona o direito aos bens para quem não é casado?

No Brasil, o regime jurídico que regula os relacionamentos não formalizados é a união estável, que reconhece direitos e deveres semelhantes aos do casamento, mas com algumas diferenças.

Em uma união estável, os bens adquiridos durante o relacionamento são, em geral, considerados propriedade comum, independentemente de estarem registrados no nome de apenas um dos companheiros. Essa regra segue o regime da comunhão parcial de bens, que ocorre automaticamente em casos de união estável.

No entanto, os bens adquiridos antes do início da relação ou recebidos por herança e doação permanecem exclusivos de quem os possuía originalmente. Isso significa que, ao contrário do que muitos imaginam, nem todos os bens do companheiro são de direito do outro.

Para ter direito aos bens comuns, é necessário comprovar a existência da união estável, o que pode ser feito por meio de documentos ou testemunhas que demonstrem a convivência duradoura e pública.

Além disso, a divisão de bens em uma união estável pode ser contestada judicialmente, especialmente se uma das partes não reconhecer a relação ou houver disputas sobre o período de convivência. Por isso, estabelecer formalmente a união estável é um passo importante para evitar conflitos futuros.

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Afinal, quais direitos a união estável concede?

A união estável assegura uma série de direitos aos companheiros, equiparando-os, em muitos aspectos, aos cônjuges casados legalmente. Entre os principais direitos estão a divisão dos bens adquiridos durante a relação, o direito à pensão alimentícia e a possibilidade de acesso à herança em caso de falecimento do companheiro.

Contudo, a sucessão de bens na união estável segue regras específicas, que podem ser diferentes das aplicadas no casamento. No caso de herança, o companheiro sobrevivente tem direito a uma parte dos bens deixados, mas não à totalidade, como ocorre em alguns regimes de casamento.

O restante é dividido entre outros herdeiros, como filhos ou parentes do falecido. Por isso, é importante que os parceiros discutam e planejem a divisão de bens para evitar disputas judiciais.

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Como estabelecer união estável?

Para formalizar a união estável, os companheiros podem registrar um contrato em cartório, especificando os termos do relacionamento, como o regime de bens adotado e outros detalhes relevantes. Esse contrato é um documento legal que facilita o reconhecimento da união em caso de necessidade judicial.

Outra forma de comprovar a união estável é por meio de provas documentais, como contas conjuntas, correspondências enviadas para o mesmo endereço e fotos que demonstrem a convivência pública. Testemunhas também podem ajudar para confirmar o relacionamento. O mais importante é que o vínculo seja claro e tenha características de um relacionamento contínuo e duradouro.

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