Presidente do Líbano divulga posição sobre relações com Israel
Lebanese President Joseph Aoun looks on during a meeting with Cyprus’ President Nikos Christodoulides at the Presidential Palace in the capital Nicosia, Cyprus, Wednesday, July 9, 2025. (AP Photo/Petros Karadjias, Pool)
Líbano Não Pretende Normalizar Relações com Israel no Momento
O presidente do Líbano, Joseph Aoun, anunciou que o país não tem planos de estabelecer relações normais com Israel atualmente. Ele enfatizou que o principal objetivo de Beirute é alcançar um "estado de não guerra" com o vizinho do sul.
As declarações de Aoun surgem em um contexto em que a administração dos Estados Unidos busca expandir os Acordos de Abraão, que em 2020 resultaram em acordos históricos entre Israel, os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein.
Aoun ressaltou que somente o Estado libanês terá acesso a armas no futuro e que a decisão sobre a possibilidade de guerra será responsabilidade do governo libanês. Essa declaração parece se referir ao grupo militante Hezbollah, que esteve envolvido em uma guerra de 14 meses com Israel, na qual sofreu grandes perdas, incluindo a morte de importantes líderes políticos e militares.
Embora o Hezbollah afirme que encerrou sua presença armada perto da fronteira com Israel, o grupo recusa-se a desarmar em outras partes do Líbano até que Israel se retire de cinco pontos estratégicos na fronteira e cesse os ataques aéreos diários sobre o território libanês.
Recentemente, o enviado dos EUA, Tom Barrack, se reuniu com líderes libaneses em Beirute e declarou estar satisfeito com a resposta do governo libanês a uma proposta que visava desarmar o Hezbollah. As armas do Hezbollah têm sido um ponto chave de discórdia desde que Israel se retirou do sul do Líbano em 2000. Desde então, o Hezbollah travou duas guerras com Israel: uma em 2006 e a outra que se intensificou a partir do ataque liderado pelo Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que levou ao atual conflito em Gaza.
Essa guerra recente entre o Hezbollah e Israel, que terminou com um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos em novembro, resultou em mais de 4.000 mortes no Líbano e causou destruições avaliadas em aproximadamente 11 bilhões de dólares. Em Israel, 127 pessoas, incluindo 80 soldados, perderam a vida durante o conflito.
Aoun concluiu suas declarações destacando a importância de se encontrar um caminho para a paz, que ele definiu como um estado de não guerra, e reafirmou que a normalização das relações com Israel não faz parte da política externa atual do Líbano. Vale lembrar que o Líbano e Israel se encontram em estado de guerra desde 1948.
