Preço do ovo vai finalmente despencar? Veja o que esperar nos próximos dias
Alta nos preços é impulsionada por demanda sazonal e custos de produção. Queda depende da estabilização do mercado de proteínas
O preço dos ovos tem pesado cada vez mais no bolso dos brasileiros. A alta registrada nos últimos meses se tornou uma preocupação para consumidores e especialistas, especialmente com o avanço da inflação nos alimentos.
O aumento de mais de 15% em fevereiro, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), reforça essa tendência.
Apesar das previsões de alívio após a Quaresma, ainda há incertezas sobre a estabilização do mercado. O alto custo dos insumos, como milho e embalagens, e a demanda crescente continuam impactando diretamente os valores nas prateleiras.
O cenário atual levanta dúvidas sobre o futuro dos preços, especialmente em um ano marcado por desafios climáticos e logísticos. A expectativa é que a queda ocorra gradualmente, mas outros fatores podem prolongar esse período de instabilidade.

Alta dos preços reflete custos de produção e demanda aquecida
O aumento expressivo no preço dos ovos não é apenas uma consequência da Quaresma, período em que muitos consumidores substituem carnes vermelhas por proteínas mais acessíveis. A alta também está diretamente ligada ao aumento dos custos de produção e à pressão inflacionária no setor agropecuário.
De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA (abpa-br.org), o milho — principal componente da ração das aves — acumulou uma elevação de 30% desde julho de 2024. Esse aumento impacta diretamente os custos dos produtores, que repassam a alta ao consumidor final.
Outro fator que agrava a situação é o clima. Temperaturas extremas reduzem a produtividade das galinhas, diminuindo a oferta de ovos no mercado. Somados a isso, os custos com embalagens dobraram nos últimos oito meses, aumentando ainda mais o preço final do produto.
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Expectativa de normalização de preços após a Quaresma
Especialistas do setor acreditam que a demanda por ovos tende a se estabilizar após o fim da Quaresma, contribuindo para a redução dos preços. Esse período tradicionalmente registra um aumento no consumo de proteínas alternativas, impulsionando a valorização do produto.
Contudo, Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado (safras.com.br), alerta que a normalização pode não ser imediata. A elevação dos preços de carnes bovina, suína e de frango mantém a procura por ovos em alta, prolongando o cenário de valorização.
A possível queda nos preços depende, portanto, não apenas do fim da Quaresma, mas também de fatores como a estabilização dos custos de produção e a oferta de outras proteínas no mercado.
Consumo de ovos cresce e reforça a pressão sobre o mercado
O consumo de ovos no Brasil tem apresentado crescimento contínuo nos últimos anos. De acordo com dados do Instituto Ovos Brasil – IOB (ovosbrasil.com.br), o consumo per capita passou de 242 unidades em 2023 para 269 em 2024. A expectativa é que esse número atinja 272 unidades por pessoa em 2025.
Esse aumento reflete a popularização do ovo como uma alternativa acessível e nutritiva às carnes tradicionais. No entanto, a alta demanda pressiona ainda mais a oferta, especialmente em períodos de elevação nos preços de outros produtos alimentícios.
Para os produtores, essa tendência representa um desafio adicional, exigindo maior investimento em estrutura e insumos para atender ao crescimento do mercado.
Exportações ainda têm pouco impacto no mercado interno
Apesar do aumento nas exportações brasileiras de ovos, motivado pela crise de gripe aviária nos Estados Unidos, especialistas afirmam que esse fator ainda tem influência limitada sobre os preços internos.
Segundo a ABPA, as exportações representam menos de 1% das 59 bilhões de unidades previstas para produção em 2025. A oferta interna, portanto, permanece praticamente inalterada, mantendo a pressão de preços concentrada nos custos de produção e na demanda doméstica.
Possibilidades de queda dependem da estabilização do setor agropecuário
A expectativa de redução nos preços dos ovos depende de diversos fatores, incluindo a estabilização dos custos de insumos, a regularização das condições climáticas e a oferta de outras proteínas.
A normalização do mercado após a Quaresma pode aliviar a pressão sobre a demanda, mas não é garantia de quedas expressivas nos valores.
Além disso, o comportamento dos preços de carnes bovina, suína e de frango continuará influenciando diretamente a procura por ovos, impactando a formação de preços ao longo dos próximos meses.
Diante desse cenário, consumidores devem se preparar para possíveis oscilações, enquanto o setor produtivo enfrenta desafios para manter a oferta e controlar os custos. A expectativa é que, com a estabilização desses fatores, a queda de preços ocorra de forma gradual e sustentável.