Polo 2026 terá motor TSI e sistema elétrico com 20 km/l
Pressionada pelos sucessos dos híbridos da Toyota e pela presença crescente dos carros elétricos chineses, a Volkswagen está com o pé no acelerador para apresentar sua nova tecnologia híbrida flex no Brasil. O grande foco dessa estratégia é o novo Polo 2026, que promete superar a marca dos 20 km/l com o sistema e-TSI, trazendo uma proposta bem diferente da concorrência.
Para isso, a VW aposta na tecnologia e-TSI, uma inovação que melhora a eficiência dos motores a combustão tradicionais. Porém, essa jogada não é tão simples, e o Polo pode não ser o primeiro a receber essa motorização. Uma picape inédita também está na fila para estrear essa novidade.
O investimento de R$ 16 bilhões, a contraofensiva da VW no Brasil
A Volkswagen vem tomando atitudes rápidas para não ficar para trás no mercado de eletrificados. A marca viu a Toyota dominar o segmento de híbridos, enquanto empresas chinesas como a BYD e GWM capturam a atenção do público com modelos elétricos a preços competitivos. Para reverter esse cenário, a VW anunciou um investimento de R$ 16 bilhões no Brasil até 2028.
Esse montante será destinado à modernização das fábricas e à produção nacional das novas tecnologias. A unidade em São Carlos (SP) vai se encarregar do novo motor 1.5 e-TSI Flex a partir de 2025. Já em São Bernardo do Campo (SP), será desenvolvida a plataforma MQB Hybrid, e a fábrica de São José dos Pinhais (PR) ficará responsável pela nova picape.
A tecnologia e-TSI, o motor que desliga para economizar combustível
A escolha da VW para o Brasil foi o sistema e-TSI, que é um híbrido leve de 48 volts. Diferente do híbrido pleno, como o da Toyota, onde o motor elétrico pode assumir o carro sozinho, o sistema da VW age como um assistente.
Na prática, ele opera de duas maneiras. A primeira é o modo ‘velejar’: quando você tira o pé do acelerador numa estrada, o motor a combustão desliga, e o carro continua se movendo, economizando bastante combustível. A segunda é um ‘empurrãozinho’ elétrico, que dá aquele gás nas arrancadas, deixando tudo mais ágil.
Com um consumo projetado acima de 20 km/l, isso pode ser facilmente alcançado. Um exemplo são os dados do Volkswagen Golf na Europa, que trazem números de até 21,7 km/l com gasolina. Essa eficiência deve-se em grande parte ao modo “coasting”.
Um dos desafios vai ser adaptar essa tecnologia para o etanol, que tem um poder energético menor e, portanto, pode resultar em um consumo maior. Os números do Inmetro para o modelo brasileiro vão ser decisivos para o sucesso do carro.
Apesar do foco no Polo, fontes do setor automotivo sugerem que a estreia do motor 1.5 e-TSI deve acontecer na nova picape compacta-média, prevista para 2026. Essa estratégia pode significar lançar a tecnologia em um produto de maior valor, enquanto o Polo também ganhará sua versão híbrida para se manter competitivo. No caso do hatch, a expectativa é que ele receba uma versão baseada no motor 1.0 TSI para não encarecer e se distanciar dos concorrentes.
Como o novo Polo 2026 enfrentará a concorrência
O cenário para a Volkswagen aponto um grande desafio. O novo Polo 2026 híbrido corre o risco de se encontrar em uma “sinuca de bico”. Ele pode acabar sendo caro demais para brigar com os carros a combustão, enquanto os benefícios dos elétricos e híbridos plenos, como o Toyota Yaris Cross, podem não ser tão claros para o consumidor.
Para se destacar, a VW precisará fazer uma precificação quase perfeita e uma comunicação eficaz para explicar ao público as vantagens do novo modelo nesse mercado tão concorrido.