Pesquisa CNN: desaprovação da interferência dos EUA no exterior

Uma nova pesquisa revelou que a opinião dos americanos sobre as ações de Israel em Gaza está mudando. Atualmente, apenas 23% da população acredita que essas ações foram completamente justificadas, uma queda significativa em relação a 50% que pensavam assim em outubro de 2023, logo após os ataques do Hamas.

As opiniões se dividiram ainda mais: 27% consideram que as ações de Israel foram apenas parcialmente justificadas, enquanto 22% afirmam que não têm justificativa alguma. Em outubro do ano passado, apenas 8% dos entrevistados achavam que as ações de Israel eram injustificadas.

Esse ceticismo se estende a diferentes grupos políticos. Entre os democratas, a proporção que considera as ações israelenses totalmente justificadas despencou de 38% para apenas 7%. Para os independentes, essa queda foi de 45% para 14%, e entre os republicanos, de 68% para 52%.

Além disso, a percepção sobre a ajuda militar dos Estados Unidos a Israel também mudou. Desde março de 2023, a fatia de democratas que acredita que o apoio militar americano a Israel é excessivo subiu de 44% para 59%. Entre os republicanos, essa opinião permanece estável em cerca de 24%. Jovens de até 35 anos, especialmente aqueles alinhados aos democratas, são os mais críticos quanto a essa ajuda: 72% acham que os EUA estão se envolvendo demais, com 43% deles defendendo a suspensão total do apoio militar.

A pesquisa também mostrou que 61% dos jovens – independentemente de suas afiliações políticas – pensam que Israel usou força militar excessiva em Gaza. Além disso, 56% acreditam que os EUA estão fazendo demais para ajudar Israel em sua guerra contra o Hamas.

Pessoas com diferentes etnias também demonstram insatisfação com as ações de Israel: apenas 13% afirmam que as ações em Gaza foram totalmente justificadas, enquanto 29% dizem que não têm justificativa. Entre as pessoas de cor, 57% acreditam que houve uso excessivo de força militar.

De maneira geral, a população americana se divide sobre a intervenção militar de Israel e a ajuda dos EUA. Metade dos americanos acredita que Israel usou força em excesso em Gaza, enquanto 39% consideram a resposta militar adequada e apenas 10% acham que foi insuficiente. Há um aumento no número de americanos que acredita que os EUA devem reduzir sua ajuda a Israel – 22% a favor de uma diminuição e 21% a favor da suspensão total.

Em meio a esse ceticismo, a maioria dos americanos, 56%, afirma que os Estados Unidos não deveriam assumir um papel de liderança na resolução de problemas internacionais. Essa mudança reflete uma diminuição no apoio entre os democratas, que era de 58% em março e caiu para 44% agora.

As opiniões sobre a liderança dos EUA em assuntos internacionais foram impactadas por eventos recentes, como os ataques a instalações nucleares no Irã, que gerou desaprovação especialmente entre os democratas.

A polarização também se reflete nas opiniões dos republicanos, que antes apoiavam maior intervenção, mas agora estão divididos. Um republicano da Carolina do Norte expressou a importância de ajudar a Ucrânia, enquanto outros acreditam que o intervencionismo prejudica os cidadãos americanos.

Por fim, os índices de aprovação de Trump em relação à sua condução da política externa continuam baixos, com 40% dos entrevistados aprovando sua gestão. A desaprovação também aumentou, especialmente após os recentes ataques militares ao Irã, afetando sua imagem como comandante-em-chefe. As opiniões sobre suas decisões de política externa são predominantemente negativas, com 53% dos americanos afirmando que suas escolhas prejudicaram a posição dos EUA no mundo, em contraste com 31% que acreditam que ajudaram.