Países do Brics comentam declaração de Trump sobre tarifas adicionais
Na última segunda-feira, 7 de agosto, nações integrantes do Brics reagiram a uma declaração feita pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No domingo anterior, Trump anunciou que países que se alinhassem às políticas do Brics, caracterizadas como “antiamericanas”, teriam que pagar uma tarifa adicional de 10%.
A mensagem foi publicada em sua rede social, a Truth Social, onde Trump afirmou: “Qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas do Brics pagará uma tarifa ADICIONAL de 10%. Não haverá exceções a esta política. Obrigado pela atenção!”
O Brics, grupo de economias em desenvolvimento, iniciou suas atividades em 2009, com a participação de Brasil, Rússia, Índia e China. O bloco posteriormente incorporou a África do Sul e, no ano passado, novos membros foram incluídos: Egito, Etiópia, Indonésia, Irã e Emirados Árabes Unidos.
Diante da declaração de Trump, os países do Brics se manifestaram.
### Rússia
O Kremlin defendeu que o grupo não busca prejudicar outros países. O porta-voz Dmitry Peskov comentou sobre as falas de Trump, dizendo que o Brics é formado por países que compartilham interesses comuns e uma visão de cooperação, e que essa colaboração não é direcionada contra nações terceiras. Peskov reiterou que as ações do Brics nunca tiveram a intenção de afetar negativamente outros países.
### China
O Ministério das Relações Exteriores da China também se opôs ao uso de tarifas como instrumento de pressão. A porta-voz Mao Ning enfatizou que as tarifas prejudicam todas as partes envolvidas e não são uma solução benéfica.
### África do Sul
A África do Sul se distanciou da caracterização de ser “antiamericana”. Um porta-voz do Ministério do Comércio do país declarou que estão em busca de um acordo comercial com os Estados Unidos, uma negociação iniciada em maio, quando o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa se reuniu com Trump na Casa Branca. O porta-voz, Kaamil Alli, afirmou que as conversas têm sido construtivas e que aguardam comunicação formal dos EUA sobre o acordo.
### Malásia
O Ministério do Comércio da Malásia destacou que o país possui uma política externa e econômica independente, focando em facilitação comercial sem se prender a alinhamentos ideológicos. A Malásia se tornou parceira do Brics em outubro do ano passado, embora não seja um membro efetivo do grupo.
Esse cenário envolve tensões comerciais e políticas entre o Brics e os Estados Unidos, refletindo o impacto das declarações de líderes globais sobre a dinâmica econômica e as relações internacionais.