Pacotão fiscal do governo vai incluir pente-fino no Bolsa Família e BPC; entenda o que significa

O Bolsa Família e o BPC podem estar na lista do pacotão fiscal do governo. Isso significa que estão na mira de cortes de gastos.

O governo federal, em sua busca por equilibrar as contas públicas, anunciou um pacote fiscal abrangente que promete reorganizar despesas e otimizar o uso de recursos. As discussões apontam para mudanças em diversas pastas em 2025.

Com foco em conter o crescimento de gastos, a proposta busca ajustes estruturais que garantam maior eficiência nos programas sociais e na administração pública.

Entre as medidas previstas, destacam-se ações para melhorar o controle e a transparência em benefícios como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Essas mudanças pretendem evitar fraudes, reduzir distorções e direcionar os recursos para quem realmente necessita.

O governo finalmente se pronunciou sobre o destino do BPC e Bolsa Família frente ao pacote fiscal.
O governo finalmente se pronunciou sobre o destino do BPC e Bolsa Família frente ao pacote fiscal. / Fonte: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Governo prepara pacotão fiscal para evitar maiores gastos

O pacote fiscal apresentado pelo governo inclui diversas medidas para conter o aumento das despesas públicas e promover maior justiça social. No anúncio realizado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a promessa é de que as ações irão “aperfeiçoar os mecanismos de controle”, especialmente em programas sociais e áreas que sofreram com desajustes nos últimos anos.

Entre as principais mudanças previstas, está a reformulação de critérios para benefícios como o Bolsa Família e o BPC. Essas medidas fazem parte de um plano mais amplo que busca revisar cadastros, identificar irregularidades e eliminar beneficiários que não se enquadram nos requisitos estabelecidos.

Essa estratégia inclui a adoção de novas tecnologias, como reconhecimento facial e biometria, para validar informações e assegurar que apenas quem tem direito aos programas receba os pagamentos.

Além disso, o governo também pretende ajustar aposentadorias militares, introduzindo uma idade mínima para a reserva e limitando a transferência de pensões. Essas reformas, segundo o ministro, são necessárias para garantir maior igualdade e justiça na distribuição de recursos, além de contribuir para a sustentabilidade fiscal a longo prazo.

As estimativas indicam que essas mudanças poderão gerar economias significativas e aumentar a capacidade do Estado de atender às demandas sociais.

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BPC e Bolsa Família entram nesse pacote?

Dentro do pacote fiscal, o BPC e o Bolsa Família estão no centro das ações de controle e revisão. No caso do BPC, o governo planeja introduzir mecanismos mais rígidos de adesão e permanência, equiparando-os aos critérios do Bolsa Família. Isso inclui a exigência de prova de vida anual, reconhecimento facial e biometria para concessão e manutenção dos benefícios.

Essas mudanças vêm para garantir que o programa, que custará R$ 118 bilhões em 2024, beneficie exclusivamente pessoas com deficiência e idosos de baixa renda que atendam aos requisitos legais.

Já no Bolsa Família, o foco está nos beneficiários unipessoais, ou seja, aqueles que declaram morar sozinhos. O governo identificou que esse grupo está presente em números acima do esperado em dois terços dos municípios brasileiros, levantando suspeitas de possíveis fraudes.

Estima-se que cerca de 500 mil pessoas entre 18 e 49 anos possam estar recebendo o benefício de forma irregular. Para corrigir essa distorção, o Ministério do Desenvolvimento Social prevê um cruzamento mensal de dados e a exclusão de quem não comprovar a elegibilidade.

Essas ações fazem parte de um plano mais amplo de revisão de cadastros, que, segundo o governo, pode gerar uma economia de R$ 25,9 bilhões em 2025. Somadas às outras medidas do pacote fiscal, espera-se que essas mudanças contribuam para reduzir as despesas públicas.

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