O WhatsApp GRATUITO está POR UM FIO: o que está acontecendo?

WhatsApp pode abandonar o "zero rating" e deixar de ser um aplicativo gratuito oferecido pelas operadoras de telefonia. Entenda todo o processo.

As operadoras de telefonia móvel estão reavaliando a polêmica prática do “zero rating”. WhatsApp, Twitter, Waze e YouTube, entre outros, deixarão de ser bloqueados. As três principais operadoras do país estão repensando essa estratégia para atender às demandas dos usuários. A tendência de abandonar o “zero rating” já ocorreu em outros países e, agora, o Brasil também está seguindo o mesmo caminho.

WhatsApp pode perder o selo “zero rating”
WhatsApp pode perder o selo “zero rating”. Foto: divulgação

WhatsApp pode perder o selo “zero rating”

O “zero rating” é uma política na qual os aplicativos específicos não consomem dos dados dos usuários, ou seja, não são descontados da franquia contratada. Essa prática foi adotada por algumas operadoras como uma forma de atrair clientes e oferecer benefícios extras, mas tem sido motivo de preocupação e críticas por parte de entidades defensoras dos direitos do consumidor e da concorrência.

Essa política levanta questões importantes sobre a neutralidade da rede e o acesso igualitário à internet. O princípio da neutralidade da rede defende que todos os dados na internet devem ser tratados de forma igualitária, sem restrições ou discriminações por parte dos provedores de internet. A adoção do “zero rating” vai contra esse princípio, pois privilegia certos aplicativos em detrimento de outros.

No Brasil, essa prática tem sido amplamente utilizada pelas operadoras de telefonia móvel como uma estratégia de diferenciação de mercado. No entanto, as três maiores operadoras do país, Claro, TIM e Telefônica, têm manifestado publicamente seu desejo de acabar com o “zero rating”. 

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Estratégia do “zero rating” pode ter sido errada

O presidente do grupo Claro Brasil, João Félix, afirmou que o “zero rating” foi um erro e pode ser corrigido. O CEO da TIM, Alberto Griselli, admitiu que a decisão de adotar o “zero rating” foi tomada em um momento em que o uso de aplicativos de redes sociais era menor do que é hoje. 

Já o diretor-presidente da Telefônica Brasil, Christian Gebara, afirmou que a empresa está discutindo internamente a possibilidade de alterar sua política de “zero rating”. Essa mudança de postura das operadoras reflete uma tendência mundial. 

Países como a Índia e alguns países da Europa já abandonaram o “zero rating” e adotaram medidas para garantir a igualdade de acesso à internet. Essa mudança foi motivada pela preocupação em evitar a concentração de poder nas mãos dos provedores de internet e garantir que todos os serviços e aplicativos tenham as mesmas oportunidades de serem utilizados pelos usuários.

A crítica ao “zero rating” no Brasil tem sido feita por diversas entidades, como o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). O Idec argumenta que os pacotes de “zero rating” prejudicam a concorrência entre as plataformas e limitam o acesso do consumidor à internet. 

Além disso, eles afirmam que essa prática impede que aplicativos de saúde, educação e outros serviços sejam incentivados e utilizados pelos usuários. Segundo um levantamento realizado pelo Idec, 52% dos usuários que têm acesso restrito a serviços de “zero rating” também enfrentam dificuldades para exercer outros direitos e acessar serviços públicos.

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