O que é um tsunami: entenda como ele se forma e os riscos envolvidos

Os tsunamis estão entre os fenômenos naturais mais poderosos e destrutivos do planeta. Caracterizados por uma série de ondas com enorme volume de água, eles são capazes de atravessar bacias oceânicas inteiras e causar devastação em zonas costeiras localizadas a milhares de quilômetros de seu ponto de origem.

Embora relativamente raros quando comparados a outros eventos naturais, os tsunamis possuem um potencial catastrófico que justifica a atenção de cientistas e governos em todo o mundo. A capacidade dessas ondas de remodelar paisagens e impactar comunidades de forma duradoura os torna um objeto de estudo contínuo.

A formação de um tsunami está diretamente ligada a grandes perturbações que ocorrem no fundo do mar, sendo os terremotos submarinos a causa mais frequente. O deslocamento súbito de uma grande massa de água gera uma energia que se propaga em todas as direções, dando início ao fenômeno.

Compreender a ciência por trás dos tsunamis, suas principais causas, as diferenças para as ondas comuns e as áreas de maior risco é fundamental para o desenvolvimento de sistemas de alerta e para a preparação de populações vulneráveis, visando mitigar os danos e salvar vidas.

O que é um tsunami

Um tsunami consiste em uma série de ondas oceânicas geradas pelo deslocamento abrupto de um grande volume de água. O termo tem origem japonesa e significa “onda de porto” (tsu = porto; nami = onda), uma descrição apropriada, pois é nos portos e nas áreas costeiras rasas que a força destrutiva do fenômeno se manifesta com maior intensidade.

Diferente das ondas normais, um tsunami não é um evento de superfície. Ele movimenta toda a coluna de água, desde o assoalho oceânico até a superfície. Essa característica confere às ondas de um tsunami um comprimento imenso e uma energia que lhes permite viajar por longas distâncias com pouca dissipação.

Em alto-mar, onde a profundidade é grande, as ondas de um tsunami podem ter uma altura de apenas alguns metros e passar despercebidas por embarcações. No entanto, sua velocidade pode ser comparável à de um avião a jato, e sua energia está contida em um enorme volume de água que se revelará ao chegar à costa.

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Principais causas por trás dos tsunamis

A causa mais comum para a formação de tsunamis, responsável por cerca de 80% dos casos, são os terremotos submarinos, também conhecidos como maremotos. Para gerar um tsunami, o terremoto precisa causar um deslocamento vertical significativo do assoalho oceânico, geralmente em zonas de subducção, onde uma placa tectônica mergulha sob outra.

Erupções vulcânicas submarinas ou costeiras também podem provocar tsunamis. A explosão de um vulcão submerso, o colapso de sua caldeira ou o deslizamento de grandes quantidades de material de um vulcão costeiro para o mar são eventos capazes de deslocar água suficiente para gerar ondas destrutivas.

Outras causas incluem grandes deslizamentos de terra submarinos, que podem ser acionados por terremotos menores, e, mais raramente, o impacto de grandes meteoritos no oceano. Existe ainda o “meteotsunami”, um tipo de onda gerada por rápidas perturbações na pressão atmosférica associadas a eventos climáticos severos.

Diferença entre tsunami e ondas comuns do mar

A principal diferença entre um tsunami e uma onda comum reside em sua origem e em suas características físicas. As ondas que se observa diariamente no mar são geradas pela ação do vento soprando sobre a superfície da água. Elas possuem um comprimento de onda relativamente curto, geralmente na ordem de dezenas ou centenas de metros.

Um tsunami, por outro lado, é gerado por um deslocamento de massa de água e envolve toda a profundidade do oceano. Seu comprimento de onda é extremamente longo, podendo variar de 100 a 500 quilômetros. É por essa razão que, em mar aberto, a onda é praticamente imperceptível em altura.

Essa diferença fundamental se manifesta de forma dramática na aproximação da costa. Enquanto a onda de vento perde energia rapidamente, a onda do tsunami, ao encontrar águas mais rasas, diminui sua velocidade, mas sua energia acumulada é convertida em um aumento massivo de altura, resultando na muralha de água característica do fenômeno. Um sinal clássico da chegada de um tsunami é o recuo rápido e anormal do mar na costa.

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Regiões mais vulneráveis a tsunamis no mundo

A grande maioria dos tsunamis ocorre no Oceano Pacífico, em uma área conhecida como Círculo de Fogo (ou Anel de Fogo). Essa região de 40.000 km de extensão concentra a maior parte dos terremotos e vulcões ativos do planeta, devido ao intenso movimento das placas tectônicas.

Países com longas costas voltadas para o Pacífico estão em constante estado de alerta. O Japão, pela sua localização e geologia, é uma das nações mais preparadas e também uma das mais atingidas historicamente. Outros países em zona de alto risco incluem a Indonésia, o Chile, o Peru e a costa oeste dos Estados Unidos.

Embora o Pacífico seja a área mais ativa, tsunamis podem ocorrer em qualquer grande corpo de água, incluindo o Oceano Índico, o Atlântico e o Mar Mediterrâneo. O tsunami de 2004, que atingiu a Indonésia e outros países do Oceano Índico, serviu como um alerta global sobre a necessidade de sistemas de monitoramento em todas as bacias oceânicas.

O que é um tsunami entenda como ele se forma e os riscos envolvidos
O Círculo de Fogo do Pacífico, área de intensa atividade sísmica e vulcânica, é a região mais vulnerável à ocorrência de tsunamis no mundo – Crédito: Nolan / Wikimedia Commons

Impactos ambientais e sociais causados por tsunamis

Os impactos sociais de um tsunami são devastadores e imediatos. A principal consequência é a perda de vidas humanas em larga escala. Além das fatalidades, o evento causa a destruição completa de infraestruturas, como casas, hospitais, escolas e redes de transporte, deixando milhares de pessoas desabrigadas e desamparadas.

A longo prazo, as comunidades atingidas enfrentam crises econômicas profundas, com a perda de meios de subsistência como a pesca e a agricultura, além de traumas psicológicos que afetam gerações. A recuperação de uma área devastada por um grande tsunami pode levar décadas.

Do ponto de vista ambiental, os danos também são severos. A força da água pode destruir ecossistemas costeiros frágeis, como recifes de coral e manguezais. A intrusão de água salgada contamina solos agrícolas e fontes de água potável, enquanto destroços e poluentes são espalhados pela paisagem, causando contaminação e desequilíbrio ecológico.

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Curiosidades e registros históricos de grandes tsunamis

Os registros históricos mostram que os tsunamis são uma força da natureza que acompanha a humanidade há séculos. Um dos eventos mais notáveis da história moderna foi o tsunami de 2004 no Oceano Índico, desencadeado por um terremoto de magnitude 9.1. As ondas atingiram 14 países e causaram a morte de mais de 230 mil pessoas.

Em 2011, o Japão foi atingido por um tsunami igualmente poderoso, também gerado por um terremoto de magnitude 9.1. As ondas, que chegaram a 40 metros de altura em alguns pontos, devastaram a costa nordeste do país e provocaram o acidente nuclear de Fukushima, um dos mais graves da história.

Um dos eventos mais extremos já registrados, conhecido como megatsunami, ocorreu na Baía de Lituya, no Alasca, em 1958. Um deslizamento de terra massivo, provocado por um terremoto, gerou uma onda com uma altura estimada de 524 metros. Por ocorrer em uma área remota e pouco habitada, o número de vítimas foi baixo, mas o evento demonstra a escala que esses fenômenos podem atingir.