O que é CNPJ? Descubra para que serve e como obter o cadastro da sua empresa
Documento é indispensável para operações legais de empresas no Brasil e centraliza informações fiscais junto à Receita Federal
Toda empresa que deseja funcionar legalmente no Brasil precisa de um número de CNPJ. Esse cadastro, emitido pela Receita Federal, representa a identidade jurídica da organização. Sem ele, não é possível operar formalmente ou acessar serviços financeiros e governamentais.
Até dezembro de 2024, o Brasil somava 21,8 milhões de CNPJs ativos. Apenas no ano passado, foram criadas 329,8 mil novas empresas. Os dados mostram a força do empreendedorismo e a importância da formalização por meio do CNPJ.
O número cadastral permite à Receita acompanhar as movimentações econômicas das empresas. Isso garante maior controle tributário e facilita a fiscalização das atividades econômicas em todo o território nacional.

Receita Federal administra o cadastro nacional de pessoas jurídicas
O Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica é um banco de dados controlado pela Receita Federal. Ele armazena informações essenciais sobre empresas e organizações brasileiras. Esse sistema é utilizado por administrações tributárias da União, estados, Distrito Federal e municípios.
O número de CNPJ possui 14 dígitos, sendo os oito primeiros a base do cadastro da empresa. Em seguida, quatro dígitos identificam a unidade da empresa, como matriz ou filial. Por fim, dois dígitos verificadores validam o número conforme um cálculo específico da Receita.
Esses dados não apenas identificam o negócio, mas também protegem contra fraudes. Bancos, governos e fornecedores usam o CNPJ para verificar a autenticidade e situação da empresa antes de qualquer transação.
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Cadastro é essencial para emitir notas e assinar contratos
Com o número de CNPJ em mãos, a empresa pode abrir contas bancárias, emitir notas fiscais e declarar seus tributos. Além disso, pode firmar contratos, participar de licitações públicas e acessar benefícios fiscais, como incentivos regionais e linhas de crédito com juros reduzidos.
O CNPJ também é necessário para contratar funcionários no regime CLT, comprar insumos com descontos em atacadistas e acessar plataformas de e-commerce como fornecedor. Ele representa, para o mercado, uma comprovação de que o negócio é formalizado e regularizado.
O documento ainda facilita o acesso a serviços digitais e portais do governo. Com ele, é possível consultar débitos tributários, emitir certidões negativas e atualizar dados da empresa diretamente nos sistemas da Receita Federal.
Etapas para registrar o CNPJ variam conforme o tipo de empresa
Para emitir um CNPJ, é preciso abrir oficialmente a empresa. O processo começa com a definição do tipo societário: MEI, ME, EPP ou outras formas jurídicas. A seguir, o empreendedor precisa identificar os códigos CNAE das atividades econômicas e realizar uma consulta prévia de viabilidade junto ao município.
No caso do MEI, o cadastro é gratuito e feito no Portal do Empreendedor (gov.br/empresas-e-negocios/pt-br/empreendedor). Já para microempresas e empresas de pequeno porte, a abertura exige contador e envolve registros na Junta Comercial, prefeitura e Receita Federal.
Desde 2021, o modelo de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) foi substituído pela Sociedade Limitada Unipessoal (SLU). Essa modalidade permite abrir uma empresa com apenas um sócio e responsabilidade limitada ao capital social.
Informações obrigatórias constam no cartão de inscrição da empresa
O documento do CNPJ apresenta várias informações sobre a empresa. Entre elas estão: número de inscrição, data de abertura, nome empresarial, nome fantasia, endereço, porte e situação cadastral. Também constam os CNAEs primário e secundários que definem a atividade econômica da empresa.
A situação cadastral é um dos pontos mais relevantes. Ela pode estar ativa, suspensa, inapta, baixada ou nula. O status “ativa” indica regularidade com os órgãos públicos. Já os outros casos envolvem pendências, fraudes, encerramento ou omissões fiscais.
A consulta ao CNPJ pode ser feita gratuitamente no site da Receita Federal (servicos.receitafederal.gov.br). Com o número da empresa, qualquer pessoa pode acessar o comprovante de inscrição e verificar essas informações, algo comum em transações comerciais ou contratações.
Legislação permite abertura por pessoas físicas capazes e sem impedimentos
O Código Civil brasileiro define quem pode abrir empresas no país. Segundo os artigos 966 e 972, qualquer pessoa com capacidade civil e sem impedimentos legais pode registrar um negócio. Isso inclui brasileiros e estrangeiros, com ou sem sócios, desde que maiores de 18 anos.
O registro também é obrigatório para associações, sindicatos, partidos políticos, igrejas e ONGs. Ou seja, não apenas empresas com fins lucrativos precisam de CNPJ, mas também instituições que desejam atuar de forma legal no Brasil.
Profissionais liberais, como médicos, engenheiros e advogados, não precisam de CNPJ para exercer sua profissão. No entanto, podem optar por formalizar uma empresa para emitir notas fiscais e reduzir a carga tributária, o que é comum entre autônomos.
Benefícios fiscais e acesso a crédito são vantagens da formalização
Ter um CNPJ traz diversas vantagens. A formalização permite tributar a empresa com base em regimes como Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real. Muitas vezes, a carga tributária é menor do que a paga por autônomos ou profissionais liberais que atuam como pessoa física.
Além disso, empresas com CNPJ podem acessar crédito bancário com mais facilidade. Linhas específicas para pequenos negócios oferecem juros menores e prazos mais amplos. A comprovação de faturamento e regularidade fiscal também favorece a concessão.
Outro benefício diz respeito à relação com fornecedores. Empresas formalizadas conseguem melhores condições comerciais, maior volume de compra e possibilidade de parcerias. A formalização também transmite segurança para clientes e parceiros comerciais.
Abertura gratuita do CNPJ é possível para microempreendedores
Abrir um CNPJ pode ser gratuito no caso de Microempreendedores Individuais. Para isso, basta acessar o Portal do Empreendedor, preencher os dados e emitir o Comprovante de Condição de Microempreendedor Individual (CCMEI). O processo é digital, simples e rápido.
Já no caso de microempresas e empresas de pequeno porte, é preciso contratar um contador. Os custos variam conforme o estado, o município e o tipo de atividade. Porém, existem serviços de contabilidade que oferecem a abertura gratuita mediante contratação do plano mensal.
O tempo para conclusão do processo depende da localidade. Em cidades com integração digital entre os órgãos, o cadastro pode ser finalizado em menos de cinco dias úteis. Em outros locais, pode levar até 15 dias.
CNPJ é o primeiro passo para a segurança jurídica do negócio
O CNPJ garante segurança jurídica e institucional para empresas no Brasil. Ele é indispensável para começar a operar legalmente e se relacionar com bancos, governos e fornecedores. Além disso, assegura direitos e deveres com base na legislação vigente.
A Receita Federal utiliza o CNPJ para fiscalizar, controlar e identificar a situação fiscal das empresas. Por isso, manter o cadastro atualizado e em situação ativa é essencial para o funcionamento regular da atividade econômica.
Empresas que operam sem CNPJ podem ser penalizadas, além de perder oportunidades de negócio. Por isso, o cadastro deve ser visto como o alicerce da atividade empresarial e não apenas uma formalidade burocrática.