O que é aquaplanagem e por que ela é tão perigosa?
Entender o que é aquaplanagem é um conhecimento essencial para a segurança de todos os motoristas, especialmente durante os períodos de chuva intensa. O fenômeno, também conhecido como hidroplanagem, é uma das situações mais perigosas que um condutor pode enfrentar em uma pista molhada.
Ele ocorre quando uma camada de água se interpõe entre os pneus do veículo e a superfície do asfalto, fazendo com que o carro perca totalmente o contato com o solo. Nesse momento, o motorista perde o controle da direção, da frenagem e da aceleração, e o veículo passa a deslizar sobre a água.
A ocorrência da aquaplanagem depende de uma combinação de fatores, que incluem a velocidade do veículo, a quantidade de água na pista e, fundamentalmente, o estado de conservação e a calibragem dos pneus. Um pneu desgastado, por exemplo, tem sua capacidade de escoar a água drasticamente reduzida.
Embora seja uma situação de alto risco, a aquaplanagem pode ser evitada com a adoção de práticas de direção defensiva e com a manutenção adequada do veículo.
Índice – O que é aquaplanagem
- A física da aquaplanagem: entenda como a água separa o pneu do asfalto
- Os fatores que causam a aquaplanagem: velocidade, água e pneus
- Por que a aquaplanagem é tão perigosa: a perda total do controle do veículo
- O que fazer se o carro aquaplanar: os primeiros socorros ao volante
- Como evitar a aquaplanagem: a importância dos pneus e da velocidade
A física da aquaplanagem: entenda como a água separa o pneu do asfalto
A aderência de um veículo à estrada é garantida pela força de atrito entre a borracha dos pneus e a superfície do asfalto. Em pistas secas, essa área de contato é maximizada. Em pistas molhadas, a principal função dos sulcos do pneu, que são os desenhos em sua banda de rodagem, é a de drenar a água para fora dessa área de contato, mantendo o atrito.
O fenômeno da aquaplanagem ocorre quando o volume de água que o pneu precisa deslocar é maior do que a sua capacidade de drenagem. Quando um carro se move em alta velocidade sobre uma camada de água, os sulcos podem não dar conta de escoar todo o líquido a tempo.
Como resultado, forma-se uma cunha de água na frente do pneu, que exerce uma pressão hidrodinâmica. Se essa pressão se tornar maior que a pressão do pneu sobre o solo, ela levanta o pneu da superfície do asfalto. Nesse momento, o atrito desaparece, e o pneu passa a deslizar, ou “planar”, sobre a camada de água.
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Os fatores que causam a aquaplanagem: velocidade, água e pneus
A ocorrência da aquaplanagem é o resultado da interação de três fatores principais, que, combinados, criam as condições ideais para a perda de aderência.
A Velocidade do Veículo
Este é o fator mais decisivo e que está sob o controle direto do motorista. Quanto maior a velocidade, menor é o tempo que os sulcos do pneu têm para realizar seu trabalho de expulsar a água. A partir de uma certa velocidade, que varia com as condições, a aquaplanagem se torna inevitável.
A Quantidade de Água na Pista
A profundidade da lâmina de água na pista é outro fator determinante. Chuvas fortes, poças d’água e áreas de acúmulo em pistas mal drenadas aumentam drasticamente o risco, pois exigem que os pneus desloquem um volume muito maior de líquido.
A Condição dos Pneus
A capacidade de um pneu de resistir à aquaplanagem está diretamente ligada ao seu estado. Pneus desgastados, ou “carecas”, com a profundidade dos sulcos abaixo do recomendado, perdem quase que totalmente sua capacidade de drenagem. A calibragem incorreta também é um problema, pois um pneu com baixa pressão deforma a área de contato e dificulta o escoamento da água.
Por que a aquaplanagem é tão perigosa: a perda total do controle do veículo
A principal razão pela qual a aquaplanagem é um fenômeno extremamente perigoso é a perda súbita e completa de controle sobre o veículo. Uma vez que os pneus perdem o contato com o asfalto, o carro deixa de responder aos comandos do motorista.
O controle direcional é o primeiro a ser perdido. Virar o volante para um lado ou para o outro não terá nenhum efeito sobre a trajetória do veículo, que continuará a se mover na direção em que estava antes de começar a aquaplanar.
Da mesma forma, os sistemas de freio e de aceleração se tornam ineficazes. Como não há atrito com o solo, acionar os freios pode travar as rodas, mas não irá desacelerar o carro, podendo até mesmo desestabilizá-lo ainda mais. Acelerar também não terá efeito, pois as rodas irão girar em falso sobre a água.
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O que fazer se o carro aquaplanar: os primeiros socorros ao volante
Se, apesar de todos os cuidados, o veículo começar a aquaplanar, a reação do motorista nos primeiros segundos é fundamental para evitar um acidente. A regra de ouro é manter a calma e não tomar nenhuma atitude brusca.
A primeira ação a ser tomada é tirar o pé do acelerador de forma suave e gradual. A desaceleração natural do veículo, causada pela resistência da água, é a forma mais segura de fazer com que os pneus retomem o contato com o asfalto.
É igualmente importante não pisar no freio de forma abrupta. A frenagem brusca durante a aquaplanagem pode travar as rodas e, no momento em que a aderência for recuperada, pode fazer com que o carro rode na pista. O volante deve ser segurado com firmeza, mantendo as rodas retas e apontadas para a direção em que se deseja seguir.
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Como evitar a aquaplanagem: a importância dos pneus e da velocidade
A prevenção é, sem dúvida, a melhor forma de lidar com a aquaplanagem. A medida preventiva mais eficaz, e que depende exclusivamente do motorista, é a redução da velocidade em condições de chuva.
Ao dirigir em pista molhada, reduza a velocidade para um nível consideravelmente abaixo do limite da via. Essa atitude simples aumenta o tempo disponível para que os pneus possam escoar a água e diminui drasticamente o risco de o fenômeno ocorrer.
A manutenção dos pneus também é um fator de prevenção indispensável. Verifique regularmente a profundidade dos sulcos. O limite legal é de 1,6 mm, mas especialistas em segurança recomendam a troca dos pneus quando eles atingem 3 mm de profundidade. Além disso, mantenha os pneus sempre calibrados com a pressão indicada no manual do veículo.