O pior momento da sua vida pode ter ocorrido antes dos 30

O economista David Blanchflower fez um estudo interessante sobre a felicidade ao longo da vida e descobriu que, em média, o ponto mais baixo dessa felicidade ocorre por volta dos 47 anos em países desenvolvidos e 48 anos em países em desenvolvimento. Essa pesquisa, conduzida pelo Escritório Nacional de Pesquisa Econômica dos EUA, analisou 134 países e trouxe à tona a famosa “crise dos 40”. O que antes parecia um mito, agora se revela um padrão, com uma forma de U visível em várias culturas.

A curva da felicidade: entendendo o padrão em U

Na adolescência, muitos de nós experimentamos altos níveis de satisfação. No entanto, essa sensação vai diminuindo conforme envelhecemos, especialmente durante os 20 e 30 anos, até atingir um grande abalo na meia-idade, por volta dos 40 anos. Após essa fase difícil, a felicidade tende a subir novamente até a velhice. É curioso que esse padrão não é exclusivo dos seres humanos; até alguns primatas, como macacos, também apresentam uma variação emocional parecida.

Jovens enfrentam nova crise de bem-estar

Por outro lado, uma nova preocupação está surgindo entre os jovens. Desde 2010, estudos têm mostrado que a insatisfação e a infelicidade entre eles estão aumentando. Fatores como o uso excessivo de redes sociais, a redução das interações cara a cara e incertezas econômicas parecem ser os principais culpados. Diferente das gerações mais velhas, que muitas vezes conseguem manter ou até aumentar seus níveis de felicidade, os jovens parecem estar enfrentando uma nova crise de bem-estar.

O que motiva a crise dos 40?

A crise na meia-idade envolve várias questões. Muitas pessoas nessa fase começam a perceber que algumas das expectativas da juventude, como alcançar uma posição de destaque no trabalho, não se concretizaram. Esse choque entre expectativa e realidade, junto com as crescentes responsabilidades financeiras e familiares, acaba gerando estresse e insatisfação.

Redescobrindo a felicidade após os 50

Após essa fase difícil, a pesquisa sugere que, a partir dos 50 anos, a felicidade tende a aumentar. Essa elevação pode estar ligada à experiência acumulada e a uma nova perspectiva sobre a vida. De acordo com uma pesquisa da Ipsos, a felicidade mostra um crescimento significativo a partir dos 60 anos. Muitas pessoas nessa faixa etária relatam uma satisfação maior e uma visão mais otimista do futuro, mesmo diante dos desafios que a vida pode apresentar.