Novo Sentra: motor 2.0 aspirado traz confiabilidade japonesa

Em um mercado automotivo que cada vez mais valoriza motores turbo e tecnologias híbridas, a Nissan resolveu apostar em uma escolha diferente com o novo Sentra: um motor 2.0 aspirado. A ideia é atrair aqueles motoristas que preferem a confiabilidade de uma tecnologia bem conhecida. Com essa estratégia, a Nissan pretende fazer frente aos líderes de mercado no segmento de sedãs médios.

O novo Sentra promete oferecer conforto e um bom conjunto de equipamentos. Porém, é desafiador justificar essa escolha mecânica quando se tem concorrentes fortes como o Volkswagen Jetta, que oferece mais potência, e o Toyota Corolla, que se destaca pela eficiência e baixos custos de manutenção.

O campo de batalha dos sedãs em 2025: Corolla reina, mas a briga pela vice-liderança esquenta

O segmento de sedãs médios continua robusto no Brasil. Em 2024, o Toyota Corolla dominou com uma participação de mercado de 63%. Nesse contexto, o novo Sentra conquistou o segundo lugar, com 10% das vendas. Mas em 2025, o cenário mudou um pouco. O sedã híbrido chinês BYD King entrou no jogo e, logo no seu primeiro mês de vendas, superou o Sentra. Isso mostra que a competição pela vice-liderança será bem acirrada e que a tecnologia híbrida está ganhando espaço de forma rápida.

A estratégia da Nissan: O motor 2.0 aspirado de 151 cv do novo Sentra

A Nissan está utilizando um motor 2.0 litros aspirado de terceira geração, que conta com injeção direta de combustível. Este motor entrega 151 cv de potência e 20 kgfm de torque, funcionando unicamente com gasolina. A transmissão é automática do tipo CVT, que simula oito marchas.

Para o uso diário, o desempenho é mais que adequado. O novo Sentra leva 9,4 segundos para ir de 0 a 100 km/h. Em termos de consumo, ele apresenta números respeitáveis para um motor 2.0: cerca de 11 km/l na cidade e até 14 km/l na estrada. A expectativa da Nissan é que essa familiaridade com motores aspirados atraia motoristas que ainda têm dúvidas acerca de motores turbo e híbridos.

A potência do Jetta e a eficiência do Corolla

Os concorrentes do novo Sentra adotam estratégias bem distintas. O Volkswagen Jetta GLI, por exemplo, investe na performance com um motor 2.0 turbo que entrega impressionantes 231 cv, tornando-o um verdadeiro sedã esportivo e capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 6,7 segundos.

Por outro lado, o Toyota Corolla foca na eficiência. Sua versão híbrida, a mais popular, combina um motor 1.8 flex com um motor elétrico, totalizando 122 cv. Embora sua aceleração seja mais modesta, o consumo é incrível: pode chegar a 17,5 km/l na cidade usando gasolina.

O que dizem os donos sobre cada modelo?

A confiança depositada no motor aspirado do Sentra é um tema que merece reflexão. Proprietários frequentemente mencionam mais problemas relacionados a ruídos na direção elétrica e dificuldades em encontrar peças de reposição do que ao motor em si.

Estatísticas do mercado nos EUA indicam que o Corolla é considerado o campeão em confiabilidade. E o Jetta, embora possua um motor potente, enfrenta um desafio no Brasil: o furto do módulo do radar frontal (ACC), um componente caro, cuja substituição pode custar mais de R$ 7.000.

Análise do custo de compra e da desvalorização

O preço do novo Sentra na versão Exclusive é de R$ 178.390, o que é uma oferta competitiva. Ele fica abaixo do Corolla Altis Hybrid (R$ 199.990) e muito mais acessível que o Jetta GLI (R$ 245.390). No entanto, quando se fala em custo a longo prazo, a desvalorização é um fator crucial.

Nesse aspecto, o Corolla se destaca: estima-se que ele desvalorize apenas 5,4% no primeiro ano de uso. Em contrapartida, o Nissan Sentra perde 15,1% do seu valor no mesmo período. Essa diferença significativa impacta diretamente no custo total de propriedade, fazendo com que, mesmo sendo mais caro na hora da compra, o Corolla acaba sendo uma opção mais econômica a longo prazo.