Nova lei promete acelerar análise de benefícios do INSS e reduzir filas de espera
Norma recém-sancionada cria programa de gerenciamento para agilizar revisões de benefícios, dar prioridade a processos travados e oferecer bônus a servidores.
Nos últimos anos, o atraso na análise de benefícios e perícias do INSS tem gerado longas filas de espera em todo o Brasil. Quem depende da concessão de um benefício previdenciário sabe o quanto esse tempo parado pode afetar o dia a dia. Pensando nisso, foi sancionada a Lei 15.201/25, que cria um programa específico para atacar esse problema e tornar o atendimento mais ágil.
O objetivo principal é dar prioridade a processos que estão parados há mais tempo e reduzir a fila em áreas críticas, como a realização de perícias médicas federais. A medida também prevê um incentivo financeiro para servidores e peritos que se dedicarem a processos extras, além do trabalho normal nas agências.
Na prática, a lei busca diminuir o tempo que segurados passam aguardando respostas do INSS em situações que envolvem aposentadoria, benefícios por incapacidade e até o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Tudo isso foi detalhado na publicação feita no Diário Oficial da União, confirmando a criação do Programa de Gerenciamento de Benefícios do INSS, previsto para ter um período inicial de 12 meses.
Como a lei pretende acelerar o INSS
A nova legislação coloca como prioridade os processos administrativos que já ultrapassaram 45 dias de espera ou que tenham prazos definidos pela Justiça e não foram cumpridos.
Além disso, entram no pacote as perícias médicas em regiões onde não há atendimento regular ou em locais com espera superior a 30 dias. O programa também se estende às análises relacionadas ao BPC, benefício destinado a idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade.
Com isso, espera-se que casos que normalmente ficariam encalhados voltem a andar mais rápido, garantindo resposta às pessoas que dependem financeiramente desses recursos.
Quem terá prioridade
Segundo a lei, terão prioridade:
- Processos administrativos parados há mais de 45 dias;
- Demandas com prazo definido pela Justiça já vencido;
- Perícias médicas sem oferta regular;
- Regiões em que a espera para atendimento ultrapassa um mês;
- Avaliações ligadas ao Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Essa organização busca tornar o serviço mais justo, de forma que quem está esperando há muito tempo consiga ser atendido antes de novos casos entrarem na fila.
Pagamento extra para acelerar processos
Um ponto central da lei é o incentivo financeiro dado aos profissionais. Tanto servidores do INSS quanto peritos médicos federais terão direito a um bônus por cada processo extra concluído fora do expediente normal.
Os valores estão definidos da seguinte forma:
- Servidores administrativos receberão R$ 68 por processo finalizado;
- Peritos médicos terão direito a R$ 75 por perícia realizada ou análise documental.
Esse modelo de pagamento lembra o antigo Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social, encerrado no fim de 2024, que já havia mostrado bons resultados na redução de atrasos.
Vale destacar que essa atividade extra não pode prejudicar o atendimento comum das agências. O objetivo é somar ao trabalho do dia a dia, e não substituir as funções regulares.
Regras e limites do programa
Apesar do bônus extra, a lei deixa claro que esses pagamentos não aumentam salários, aposentadorias ou pensões. Os valores também não entram no cálculo da contribuição previdenciária e não geram efeito sobre outros direitos trabalhistas.
Outro ponto importante é que servidores que estiverem em greve ou compensando horas não poderão participar. A ideia é direcionar o programa para quem de fato conseguir contribuir para diminuir a fila.
O Programa de Gerenciamento de Benefícios terá a duração de 12 meses, contados a partir de abril de 2025, quando foi criada a Medida Provisória 1.296. É possível que ele seja prorrogado uma vez, mas o prazo final não poderá ultrapassar 31 de dezembro de 2026.
O que muda na rotina dos segurados
Na prática, quem está na fila do INSS pode ter boas chances de ver o processo andar mais rápido. Casos que antes chegavam a demorar meses devem ganhar prioridade, especialmente aqueles que dependem de perícias médicas para liberação de benefícios.
É o tipo de medida que afeta diretamente a vida de milhares de famílias brasileiras. Afinal, depender de um benefício parado pode significar dificuldades financeiras e insegurança.
Com a lei sancionada, a expectativa é que o INSS consiga aliviar a pressão sobre o sistema e reduzir a longa espera de quem precisa de resposta imediata.