Moto indiana desafia japonesas com desempenho de 300cc a preço de 250cc
A chegada da Bajaj Dominar 400 ao Brasil, em dezembro de 2022, causou um verdadeiro furor no mercado de motos de média cilindrada. Com um preço que desafia o convencional, essa moto indiana entrega tecnologia e desempenho de 400cc em uma faixa de preço que geralmente é associada a modelos de 250cc. Essa estratégia ousada busca abrir espaço num mercado dominado por gigantes como Yamaha e Kawasaki.
Para quem está pensando em comprar uma moto em 2025, a questão é clara: vale a pena investir em um produto que promete um pacote de equipamentos e custo-benefício sem precedentes, ou é melhor confiar na reputação consolidada das marcas tradicionais? Essa decisão traz à tona tanto as vantagens da Dominar 400 quanto os riscos envolvidos.
O desembarque em 2022: a estratégia agressiva da Bajaj para conquistar o mercado
A Bajaj não perdeu tempo ao chegar no Brasil e, desde o seu lançamento, já investiu pesada e rapidamente na expansão de sua rede de concessionárias. De um punhado de lojas, a marca saltou para 44 unidades até junho de 2025, com a meta de atingir 60 até o final do ano, cobrindo todos os estados.
As metas de vendas também são ousadas. Após emplacar cerca de 4.000 motos em 2023, a expectativa para 2025 é ultrapassar a marca de 20.000 unidades vendidas. E a Dominar 400 está liderando esse crescimento, superando 1.000 unidades vendidas em um único mês em maio de 2025, um feito impressionante.
A briga de motores: o monocilíndrico da Dominar 400 contra os bicilíndricos de MT-03 e Z500
O motor monocilíndrico de 373,27 cc da Dominar 400 garante 40 cv de potência e 3,57 kgf.m de torque. A grande sacada aqui é que esse motor oferece seu torque máximo a rotações mais baixas (6.500 rpm), garantindo respostas mais ágeis no trânsito urbano.
Por outro lado, suas concorrentes, como a Yamaha MT-03 e a Kawasaki Z500, utilizam motores bicilíndricos. A MT-03 tem um motor de 321 cc, com 41,3 cv, que funciona de maneira mais suave, enquanto a Z500 chega a 451 cc, oferecendo impressionantes 51 cv. Cada uma dessas motos tem suas próprias características, mas a Dominar 400 se destaca pela relação custo-benefício.
O pacote de acessórios que torna a moto indiana única
Um grande atrativo da Dominar 400 é a sua lista de equipamentos. Vendida por cerca de R$ 26.000 (em junho de 2025), a moto vem recheada de recursos que suas concorrentes, a partir de R$ 34.000, não oferecem.
Além de uma suspensão dianteira de garfo invertido e iluminação Full LED, ela já sai de fábrica com um kit “touring” completo, incluindo:
– Para-brisa alto
– Protetores de mão e motor
– Encosto para o garupa (sissy bar)
– Porta USB
Essa proposta de moto “completa” do momento da compra é um dos pontos fortes da Dominar. O consumidor não precisa investir mais em acessórios para começar a viajar.
As reclamações sobre o pós-venda e a falta de peças
Apesar de todas essas vantagens, a Bajaj enfrenta um desafio considerável no pós-venda. A expansão acelerada da marca não acompanhou uma melhora correspondente na qualidade do suporte, levando a um aumento nas reclamações.
Na plataforma Reclame AQUI, a nota da marca em meados de 2025 era “Regular” (6,1/10), com um índice de solução de problemas de apenas 61,4%. As principais reclamações estão ligadas à demora em reparos e à falta de peças de reposição, uma situação que contrasta com as altas notas de marcas como Yamaha e Honda. Essa percepção de risco em relação ao suporte ao cliente tem sido um dos principais obstáculos para a aceitação da moto indiana no Brasil.
A moto indiana vale o risco?
A decisão de investir em uma Dominar 400 em 2025 depende muito do perfil e das prioridades de cada motociclista.
Para quem é um motociclista pragmático, que busca o máximo de equipamentos e desempenho por um preço acessível e está disposto a lidar com eventuais complicações no pós-venda, a Bajaj surge como uma excelente opção.
Por outro lado, para quem usa a moto diariamente para trabalhar e não pode esperar semanas por uma peça, a confiabilidade das marcas tradicionais pode ser mais atrativa, mesmo que isso signifique pagar um pouco mais.
O que fica claro é que a Bajaj trouxe um produto extremamente competitivo. Agora, o principal desafio está em provar que seu suporte ao cliente é tão forte quanto suas motos.