Ministro dos Transportes garante CNH sem autoescola ainda em novembro
O ministro Renan Filho garantiu que o projeto que concede a CNH sem necessidade de passar por autoescola deve sair ainda em 2025
A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) sempre representou um marco importante na vida de quem deseja dirigir de forma legal e segura. No entanto, o processo para obtê-la há muito tempo enfrenta críticas devido ao seu alto custo, à burocracia e à morosidade.
Essas barreiras dificultam o acesso de milhões de brasileiros, principalmente das classes de menor renda, à tão desejada habilitação. Diante desse cenário, o governo federal iniciou um movimento de revisão profunda das regras, buscando tornar o procedimento mais acessível e moderno.
Essa transformação promete alterar significativamente a forma como os futuros motoristas se preparam para conduzir veículos, criando um novo modelo mais inclusivo, eficiente e compatível com as realidades econômicas e tecnológicas atuais.

Ministro garante CNH sem autoescola em novembro
O ministro dos Transportes, Renan Filho, confirmou que as mudanças no processo de emissão da CNH serão oficializadas até o final de novembro. Em entrevista durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, ele explicou que o governo concluiu a análise da consulta pública.
Logo, deve submeter a proposta à validação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) ainda neste mês. O ponto central da nova regulamentação é a extinção da obrigatoriedade das aulas em autoescolas, o que reduzirá o custo e ampliará o acesso à habilitação.
De acordo com o ministro, o atual modelo de formação de condutores se tornou ineficiente, burocrático e excludente. Ele destacou que, em alguns estados, até 70% dos proprietários de motocicletas não possuem CNH.
Essa estatística evidencia a necessidade de um sistema mais flexível e acessível, capaz de incluir aqueles que hoje estão à margem da legalidade. Para o governo, a desburocratização trará benefícios diretos ao trânsito e à economia, já que mais pessoas poderão regularizar sua situação.
Apesar do apoio popular, a proposta enfrenta resistência por parte das autoescolas. A Federação Nacional das Autoescolas e Centros de Formação de Condutores (Feneauto) anunciou que recorrerá à Justiça assim que a medida for publicada.
Mesmo assim, o Ministério dos Transportes mantém a posição de que a nova CNH estimulará a concorrência e a inovação. O ministro defende que a abertura do mercado permitirá a atuação de instrutores autônomos credenciados pelos Detrans, o que reduzirá os preços.
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Como o projeto deve funcionar?
O novo processo para tirar a CNH passará a ser totalmente digital e simplificado. O candidato poderá abrir o processo diretamente no site da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) ou pelo aplicativo da Carteira Digital de Trânsito (CDT).
As provas teórica e prática continuarão obrigatórias, garantindo que o condutor seja devidamente avaliado antes de receber a habilitação. Contudo, as aulas presenciais deixarão de ser uma exigência, tornando-se facultativas.
Assim, o cidadão poderá escolher entre contratar um centro de formação de condutores, recorrer a um instrutor autônomo credenciado ou estudar por conta própria. Essa liberdade de escolha representa uma mudança estrutural no modelo atual.
O governo também anunciou o fim da carga horária mínima de 20 horas práticas, o que reforça o caráter mais flexível do novo sistema. Cada candidato decidirá como se preparar, o que poderá reduzir significativamente os custos do processo.
Além disso, o conteúdo teórico poderá ser estudado de forma presencial, à distância ou por meio de plataformas digitais oferecidas pela Senatran. Dessa forma, o governo aproveita os avanços tecnológicos para modernizar a formação de condutores e ampliar o acesso à CNH.
Quais categorias estão inclusas?
As mudanças também afetarão as categorias C, D e E, que abrangem motoristas de caminhões, ônibus e carretas. O novo modelo permitirá que tanto os Centros de Formação de Condutores (CFCs) quanto outras entidades credenciadas ofereçam os serviços necessários.
Para que o sistema funcione corretamente, os instrutores autônomos precisarão ser credenciados pelos Detrans e identificados pela Carteira Digital de Trânsito. A formação desses profissionais será feita por meio de cursos digitais, o que garantirá a padronização da qualidade e o controle das atividades.
Essa nova estrutura ampliará a rede de instrutores habilitados e democratizará o acesso ao aprendizado da condução veicular. Dessa maneira, o governo pretende unir segurança, economia e inclusão em um único modelo de habilitação.
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Quando a CNH sem autoescolas começa a valer?
O Ministério dos Transportes planeja formalizar as novas regras da CNH até o final deste ano. Segundo Renan Filho, a desregulamentação ocorrerá por meio de portarias, dispensando a necessidade de aprovação de um projeto de lei no Congresso.
Essa decisão permitirá a implementação mais rápida das mudanças, atendendo à urgência de milhões de brasileiros que aguardam a simplificação do processo. Assim que o Contran validar a proposta, as novas diretrizes entrarão em vigor oficialmente, transformando a forma como o país emite habilitações.
O governo acredita que a reformulação trará benefícios diretos à sociedade. Com um processo mais acessível, as pessoas de baixa renda poderão regularizar sua situação, e o número de motoristas sem CNH tende a cair.
Essa ampliação do acesso à habilitação reduzirá desigualdades e fortalecerá a cidadania, ao mesmo tempo em que contribuirá para um trânsito mais seguro e regulamentado. Além disso, o uso de plataformas digitais e instrutores credenciados criará um sistema moderno.
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