Ministro dos Transportes afirma que CNH sem autoescola começa a valer em 2025

O ministro Renan Filho afirmou que a proposta de obtenção da CNH sem necessidade de autoescola deve ser aprovada em breve

Atualmente, o processo para obter a CNH no Brasil envolve diversas etapas que exigem tempo, investimento e dedicação. Para conquistar o documento, o candidato precisa se matricular em uma autoescola, frequentar aulas teóricas e práticas.

Por fim, deve realizar exames aplicados pelos órgãos de trânsito. Embora esse modelo assegure uma formação padronizada e controle institucional, ele também representa um alto custo para grande parte da população. Além das taxas obrigatórias, o valor cobrado pelas aulas torna o processo inacessível.

Nesse contexto, o governo federal iniciou discussões sobre mudanças significativas nesse sistema, buscando alternativas que possam ampliar o acesso à habilitação e reduzir as barreiras financeiras que impedem milhões de motoristas de se regularizarem.

Quem vai tirar CNH no futuro pode não precisar das autoescolas.
Quem vai tirar CNH no futuro pode não precisar das autoescolas. / Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Ministro do Transporte garante CNH sem autoescola em 2025

O ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou que o governo planeja retirar a obrigatoriedade das autoescolas no processo de emissão da CNH já em 2025. A medida, segundo ele, não precisará passar pelo Congresso Nacional, pois será implementada por meio de uma resolução.

Essa decisão tem o propósito de acelerar o processo e evitar entraves políticos que possam atrasar a mudança. O ministro explicou que, se o projeto dependesse do Legislativo, haveria riscos de demora, o que poderia gerar desconfiança entre os cidadãos que aguardam para obter o documento.

Durante uma entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, da EBC, Renan Filho destacou que o governo busca simplificar o acesso à carteira de motorista. Ele reforçou que o Congresso poderá participar do debate, mas defendeu que não se deve criar novos custos ou burocracias que contrariem a proposta.

Além disso, o ministro informou que o prazo para contribuições públicas sobre o tema permanece aberto até o dia 2 de dezembro. Essa fase de consulta visa reunir opiniões da sociedade e de especialistas para aperfeiçoar o texto da resolução antes de sua implementação oficial.

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Como a CNH sem autoescola vai funcionar?

A proposta conduzida pelo Ministério dos Transportes cria um novo modelo de formação para condutores. Nesse formato, o candidato poderá escolher entre realizar sua preparação em um Centro de Formação de Condutores, como ocorre hoje, ou contratar instrutores autônomos.

O principal objetivo da mudança é tornar a CNH mais acessível. Segundo estimativas do governo, cerca de 20 milhões de brasileiros dirigem sem carteira, e o alto custo é um dos fatores que contribuem para essa irregularidade.

Ao eliminar a obrigatoriedade das autoescolas, a expectativa é reduzir o valor total do processo, que hoje varia entre R$ 3 mil e R$ 4 mil. Dessa forma, a obtenção da CNH se tornaria mais viável para uma parcela significativa da população que atualmente está excluída do sistema formal de habilitação.

Além de representar economia, a proposta também busca descentralizar o ensino. Com instrutores autônomos credenciados, haverá maior diversidade de métodos e horários de treinamento, o que favorece trabalhadores com rotinas flexíveis ou residentes em regiões sem acesso fácil a autoescolas.

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Alterações no processo de habilitação

Com a nova resolução, o governo prevê uma reestruturação completa no modelo de formação de condutores. Embora o candidato possa dispensar a autoescola, os exames teórico e prático continuarão obrigatórios e fiscalizados pelos Detrans.

Essa manutenção garante que os futuros motoristas mantenham um padrão mínimo de conhecimento e segurança viária, mesmo com maior autonomia na escolha do método de aprendizado. O foco está em equilibrar acessibilidade e responsabilidade.

O Ministério dos Transportes estima que, com a mudança, os custos de obtenção da CNH possam cair até 80%. Essa redução ocorre principalmente na eliminação das taxas cobradas pelas autoescolas, e não nas tarifas obrigatórias relacionadas ao exame, que continuam sob controle do Estado.

Por fim, a medida representa uma tentativa de modernizar a política de habilitação no Brasil, tornando-a mais democrática e eficiente. Ao substituir a obrigatoriedade pela escolha, o governo reconhece diferentes realidades econômicas e sociais, estimulando um modelo mais justo e acessível.

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