Mattel revisa previsão para 2025 após pausa de dois meses
A Mattel, fabricante de brinquedos conhecida por marcas como Barbie e Hot Wheels, revisou suas previsões financeiras após uma queda significativa nas vendas do segundo trimestre. A empresa, que já havia retirado suas previsões anuais em maio, agora sinaliza um cenário complicado devido às vendas fracas da Barbie na América do Norte e à incerteza nas relações comerciais globais.
Em maio, a companhia decidiu cancelar suas projeções de vendas e lucros porque as mudanças na política comercial dos Estados Unidos afetaram as cadeias de suprimento globais e geraram insegurança sobre os hábitos de consumo. O CEO Ynon Kreiz mencionou que a mudança na forma como os varejistas fazem pedidos teve um impacto considerável nos negócios da Mattel nos Estados Unidos neste último trimestre. Ele acredita, no entanto, que a empresa poderá recuperar a maior parte das vendas na segunda parte do ano.
Depois do anúncio, as ações da Mattel caíram cerca de 3,5% nas negociações realizadas após o fechamento do mercado. Além disso, a empresa revisou suas expectativas para a margem bruta em 2025, que agora deve ser menor em relação ao ano anterior. A previsão indica um aumento nas vendas líquidas de 1% a 3% em 2025, abaixo da expectativa de crescimento de 2% a 3% anteriormente apresentada em fevereiro. Já o lucro ajustado por ação é estimado entre US$ 1,54 e US$ 1,66, também abaixo da expectativa anterior de US$ 1,66 a US$ 1,72.
Espera-se que a margem bruta ajustada atinja 50%, uma queda em relação aos 50,9% registrados em 2024. Analistas apontam que a desaceleração das vendas pode estar ligada ao atual ambiente comercial e o impacto inesperado das tarifas sobre os preços. Muitos varejistas, como Walmart, Target e Amazon, estão limitando seus estoques em função das incertezas relacionadas às tarifas com o fim de minimizar riscos financeiros durante a temporada de festas.
Enquanto isso, a Hasbro, concorrente da Mattel, levantou sua perspectiva de receita anual, mas também alertou que os clientes nos EUA estão adiando pedidos devido às incertezas sobre tarifas.
Em resposta às tarifas, a Mattel já havia divulgado, em maio, planos para lidar com os custos, incluindo aumento de preços e diversificação de sua cadeia de suprimentos. O CEO Kreiz estimou que, com os níveis atuais de tarifas e sem as ações de mitigação, a exposição da empresa a custos adicionais seria inferior a US$ 100 milhões.
Durante o segundo trimestre, a Mattel registrou uma queda de 6% nas vendas líquidas, alcançando US$ 1,02 bilhão, um resultado abaixo da previsão dos analistas, que esperavam uma redução de apenas 2,7% para US$ 1,05 bilhão. Essa queda foi impulsionada por uma redução de 16% nas vendas na América do Norte, causada pela escassez de novos lançamentos de produtos da Barbie e decisões tardias sobre estoques por parte dos varejistas. Por outro lado, o lucro ajustado foi de 19 centavos por ação, superando a estimativa de 15 centavos.