Macron comenta tarifas de Trump: não fomos temidos

O presidente da França, Emmanuel Macron, expressou críticas ao acordo celebrado entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos, que estabelece tarifas de 15% sobre produtos europeus exportados para os EUA. Macron fez essas declarações em uma reunião com ministros no dia 30 de agosto.

Ele argumentou que a União Europeia não demonstrou capacidade de ser um obstáculo para o presidente americano, Donald Trump. Segundo Macron, “para ser livre, você precisa ser temido”, indicando que o bloco europeu não foi suficientemente respeitado nas negociações. Apesar de reconhecer que o acordo oferece mais clareza para as empresas francesas, ele considera que se trata apenas de um primeiro passo e que novas negociações são necessárias.

Durante o encontro, Macron ressaltou a importância de acelerar a agenda da Europa em busca de maior soberania e competitividade. As críticas também vieram do primeiro-ministro francês, François Bayrou, que classificou a postura da União Europeia como “submissa” em relação aos EUA. Ele lamentou que uma aliança de nações livres, unidas por valores e interesses comuns, tenha se rendido a uma posição de submissão.

Os ministros do governo francês reconheceram que o acordo traz algumas vantagens, como isenções para setores, incluindo bebidas alcoólicas e aeroespacial. No entanto, expressaram que o entendimento ainda é fundamentalmente injusto. O ministro de Assuntos Europeus, Benjamin Haddad, comentou que essa situação não é aceitável e defendeu a ativação de um mecanismo anti-coerção da UE, que permitiria retaliações não tarifárias.

Laurent Saint-Martin, ministro do Comércio, criticou a maneira como a UE conduziu as negociações. Ele argumentou que não deveria ter havido uma postura passiva diante do que classificou como uma luta de poder iniciada por Trump. Saint-Martin afirmou que Trump só respeita a força e que uma resposta mais firme da parte da UE poderia ter levado a um acordo diferente.

Essas declarações refletem um clima crescente de insatisfação na França em relação à capacidade da União Europeia de se posicionar de forma assertiva nas negociações comerciais com os Estados Unidos.