Livro da esposa de Bruce Willis aborda demência; leia trechos

Chega às livrarias em setembro o livro “O rumo inesperado”, escrito por Emma Heming Willis, que aborda a demência do marido, Bruce Willis. Emma descreve essa obra como o que ela gostaria de ter lido ao enfrentar o difícil diagnóstico do ator.

Quando Bruce Willis recebeu a notícia de que estava com demência frontotemporal, a família recebeu apenas um panfleto com informações básicas e a orientação para retornar ao médico em alguns meses. A falta de informações detalhadas sobre a doença tornou a situação ainda mais complicada para eles.

Diante dessa realidade, Emma usou suas memórias pessoais para criar um guia que pode ajudar outras pessoas que cuidam de familiares ou amigos enfrentando doenças semelhantes. O livro compartilha experiências e reflexões sobre o impacto da demência nas relações familiares.

Emma explica que, no início, as mudanças no comportamento de Bruce foram sutis. Ele começou a se mostrar mais reservado em reuniões familiares. Antes, Bruce participava ativamente das conversas, mas com o tempo, passou a ficar em silêncio, observando enquanto outros falavam. Emma se preocupava com isso, pensando se estava apenas permitindo que a família “tagarelasse” ou se havia algo mais sério acontecendo.

Em um episódio marcante, Emma recorda que um alarme disparou em sua casa à noite. Esperava que Bruce, que costumava lidar com essas situações, tomasse a dianteira. Porém, como ele não se mexeu, ela teve que descer e lidar com o problema sozinha. Esse momento a fez perceber a nova responsabilidade que estava assumindo na relação.

Outra parte do livro aborda as dificuldades que os cuidadores enfrentam. Emma menciona que as perguntas feitas por pessoas que não entendem a doença podem ser desgastantes. Por exemplo, muitos perguntam: “Como o Bruce está? Ele está melhor?” Para ela, esse tipo de pergunta é uma lembrança dolorosa de que não há cura. A demência é uma condição progressiva, e não existe a expectativa de melhora.

A demência precoce transforma lentamente a pessoa que amamos, levando a mudanças que podem fazer com que essa pessoa pareça uma versão distante de si mesma. Emma compartilha que frequentemente se pergunta quando foi a última vez que teve uma conversa completa com Bruce. Infelizmente, muitas dessas respostas permanecerão desconhecidas.

Emma também aborda o que ela chama de “perda ambígua”, um conceito que muitas pessoas podem ter dificuldade em entender. Quando ela expressa sua dor, frequentemente ouve reações como “Por que você está de luto? Bruce ainda está aqui”. Essa falta de compreensão pode ser desafiadora. Emma destaca que a perda que sente é real, mesmo com Bruce ainda vivo, reforçando a complexidade emocional de cuidar de alguém com demência.

Com “O rumo inesperado”, Emma Heming Willis busca oferecer suporte e empatia para aqueles que, como ela, enfrentam os desafios de cuidar de uma pessoa com essa condição, unindo suas experiências pessoais a conselhos práticos.